Aristóteles considerava que era a ação e
não o caráter, o ingrediente básico do drama, e que o caráter está subordinado
às ações. Um dos princípios mais famoso da Poética se refere à purificação das
emoções através da piedade e do terror. Aristóteles deu nome de “peripeteia”,
(peripécia), à intromissão de um acontecimento repentino que afeta a vida do
herói e conduz a ação numa nova direção. O que é complementado com a
“anagnorisis” ou cena de reconhecimento, como se fosse o encontro inesperado de
amigos e inimigos.
Aristóteles teve a vantagem de estudar o teatro logicamente, no entanto
não conseguiu realizar tal façanha em nível sociológico. Em sua obra não fez
menção aos problemas sociais ou morais que foram tratados pelos poetas gregos.
De qualquer forma, ele conseguiu realizar sua grande façanha: explicar-nos como
funciona psicologicamente a relação da tragédia grega e o público presente.
Assim temos que aceitar que Aristóteles é a bíblia da técnica dramática.
Já Hegel desenvolveu um método dialético
que concebe a lógica como uma série de movimentos em forma de teses, antíteses
e sínteses: a tese é a tendência original, o estado de equilíbrio; a antítese é
a tendência oposta ou perturbação do equilíbrio e a síntese é a proposição
unificadora que inaugura um novo estado de equilíbrio.
A contradição, disse Hegel, é a força que
move as coisas e não há nada que não esteja se transformando, que não ocupe uma
posição intermediária entre ser e não ser. Hegel substituiu o método estático
de investigação pelo dinâmico. Enquanto Hegel acreditava num universo racional,
Schopenhauer considerou a vontade emocional e instintiva como base para suas
reflexões.
Para que haja representação, se faz
necessária a contradição, e é por isso que o drama e a tragédia revelam o
protagonista e o antagonista; não fosse isso, a ação não se desenrolaria. A
psicologia shakespeariana foi uma clara ruptura com a Idade Média e expressava
diretamente as responsabilidades e relações que caracterizariam o novo sistema
econômico.
Para analisar o método do artista, o
crítico deve possuir um método, um sistema de ideias. Sendo assim, as tragédias
de Corneille e Racine estavam baseadas na filosofia social da aristocracia. As
obras desses dois autores são a dramatização do absolutismo, período do reinado
de Luis XIV. Aqui se pode observar que o drama teve seu valor social, deve
tratar de gente, cuja posição social na vida e cujas atitudes sejam
compreensíveis para o público. De toda forma, as leis dessa técnica são
psicológicas e só podem ser compreendidas penetrando na mente do dramaturgo.
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