Édipo Rei, é um texto dramatúrgico de um
dos mais importantes trágicos gregos da antiguidade. Sófocles, o escreveu e o
encenou na Grécia Clássica, ou seja, no século V antes de Cristo. Todos sabem
ou já ouviram falar sobre a história de Édipo, ele estava predestinado a matar
seu pai e casar com sua própria mãe. A partir de estudos com base nesse texto,
Freud conseguiu criar sua tese psicológica de “Complexo de Édipo”, que é o caso
do filho que se apaixona pela própria mãe.
O que não se conhece é onde Sófocles
buscou inspiração para a elaboração do referido texto. Foi uma ideia genial,
mas com certeza ele deve ter conhecido fatos semelhantes que aconteceram num
período muito mais antigo do que aquele momento em que ele vivia na Grécia
Clássica de sua época.
Há uma lenda de que na antiquíssima
Babilônia, vivia um neto de Noé, chamado Cuxe, que se casou com Semíramis, e
este casal gerou Ninrode. Esse último, foi um dos primeiros homens mais
poderosos da terra. Ninrode era neto de Cam, que por sua vez, era filho de Noé.
Em função de seu poder, Ninrode se rebela contra Deus e manda construir a torre
de Babel. Com a morte de seu pai, terminou se casando com sua própria mãe,
Semíramis.
A história de Édipo não começa com ele,
mas, muito antes. Inicia com Lábdaco, que era filho de Polidoro; Laio se torna
filho de Lábdaco; e por fim, nasce Édipo, que é filho de Laio. Quando em sua
juventude, enquanto Laio pernoitava no palácio do rei Pélops, envolveu-se numa
paixão homossexual com Crisipo, que era filho daquele rei. Todavia Laio raptou
Crisipo. Nessas idas e vindas, Crisipo comete suicídio. Irado, o rei Pélops
amaldiçoou Laio. Maldição esta, que causaria sua infelicidade como também de
seus descendentes.
Com o apoio dos oráculos, a maldição de
Pélops resumia-se na seguinte frase: Laio geraria um filho que mataria o
próprio pai (no caso Laio) e casaria com a própria mãe. Em detrimento dessa
maldição, Laio que era rei de Tebas e casado com Jocasta, se recusava a dar um
filho à sua esposa legítima, com a perspectiva de que a maldição não caísse
sobre ele. Hera, esposa de Zeus (que era
a deusa do casamento) concordou, e para punir Laio, enviou a Esfinge que ficou
numa montanha próxima à cidade. Todos que por ali passavam se submetiam a
perguntas feitas pela Esfinge, e aos que não sabiam responder, portanto, em
seguida eram devorados.
Somente Édipo é que foi vencedor, quando a
Esfinge (que tinha busto de mulher e corpo de leão) lhe direcionou a seguinte
pergunta: qual o animal que pela manhã anda de quatro, à tarde com duas pernas
e à noite com três? E Édipo respondeu: o homem, que, quando novinho engatinha
com os pés e mãos; quando adulto anda com duas pernas, e quando velhinho anda
com três, porque se apoia numa bengala. Vencida, a Esfinge se jogou da montanha
e morreu no precipício. A partir daí, a maldição se aprofundou e Édipo teve seu
destino trágico cumprido.