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domingo, 29 de novembro de 2020

TITULARES DA UNIFAP

 


     Nas Universidades Federais, a carreira acadêmica inicia como professor auxiliar, depois professor assistente; em seguida, professor adjunto; depois professor associado; culminando com o último grau da carreira que é o professor titular. Para chegar a ser professor titular é preciso o candidato ser doutor e ter produção acadêmica. Há dois caminhos para se chegar lá; através de concurso público ou a partir da carreira acadêmica.

     O candidato terá que encaminhar processo com memorial descritivo e comprovação de toda sua produção acadêmica. Os memoriais têm longa tradição Brasil, constituem-se em documentos que expõem trajetórias de professores universitários para fins de concursos ou de progressões ao longo das suas carreiras. No caso específico das universidades federais e da progressão para a classe de Professor Titular a ampliação do acesso a esse nível da carreira é a resultante de uma greve do movimento docente. Entre as concessões ao Estado e as conquistas da categoria, essa greve garantiu que todos os professores que alcançarem o nível de Professor Associado IV possam pleitear essa ascensão na carreira horizontal.

     Os memoriais são escritos na primeira pessoa do singular, da mesma forma que as cartas, as confissões, os diários e as memórias. Esse gênero de escrita de si expõe as razões do sujeito na sua parcialidade e subjetividade. Trata-se de um gênero que produz certo grau de desconforto entre os pesquisadores acadêmicos, uma vez que, por razões de ofício, esses aprenderam a escrever na terceira pessoa do singular ou na primeira pessoa do plural, na pretensão de produzir os efeitos de imparcialidade e impessoalidade.

     Até meados de 2019 a Universidade Federal do Amapá, possuía apenas  dois professores titulares; Professora Doutora Julieta Bramorski e Professor Doutor José Carlos Tavares; os quais se submeteram a concurso público; em agosto foi a vez de mais um servidor se tornar Titular, no caso, o Professor Doutor Jadson Porto, que apresentou Memorial Descritivo. No dia 11de setembro, me tornei Professor Titular e já no dia 12, a professora Doutora Rosemary Ferreira de Andrade; nós também apresentamos Memorial Descritivo. Em dezembro desse mesmo ano, fui Presidente da Banca da Professora Doutora Simone Garcia Almeida, esta última resolveu apresentar sua tese intitulada “Água de Barrela”. O que se pode observar, é que nossa instituição encerrou o ano de 2019 com um total de 6 professores titulares.   

     Apesar da pandemia do coronavírus e de todos os problemas que vem enfrentando o estado do Amapá, no último dia 20, presidi mais uma Banca de Avaliação de Progressão Funcional, desta vez a Professora Doutora Helenilza Ferreira de Albuquerque, conseguiu galgar ser Professora Titular. Esclarecendo que as bancas deste ano foram todas realizadas on line. E dia 27, última sexta feira também fui Presidente da Banca de Avaliação do Prof. Doutor José Alberto Tostes, que apresentou seu Memorial Descritivo e foi aprovado pela Comissão de Avaliação. Isto implica dizer que a UNIFAP encerrará o ano de 2020 com um total de 8 professores Titulares, o que é um fato muito importante para nossa instituição.

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

LÉLIO SILVA

 

     Todos já ouviram falar da unidade de saúde Lélio Silva, pois é, ele era médico muito conhecido no Amapá desde a década de 1940. Em 16 de fevereiro de 1950 houve um naufrágio no rio Cassiporé em função da pororoca, em que faleceu o Dr. Lélio Gonçalves da Silva, que na ocasião era Diretor e médico do Posto Misto do Oiapoque.  A equipe de saúde que estava atendendo ribeirinhos do rio Cassiporé, estava se organizando para retornar a Macapá. De acordo com as notícias, o médico preferiu esperar passar a pororoca, porém, o senhor que pilotava o barco, decidiu sair mais rápido para chegar mais cedo a Macapá.

     Na embarcação, estava o médico, mais dois senhores e uma enfermeira muito conceituada na região. O problema é que num determinado local tiveram que enfrentar a pororoca, na ocasião, o piloto não conseguiu dominar a embarcação e infelizmente, o barco foi para o fundo do rio.  Este foi o naufrágio, no qual, faleceu o Dr. Lélio Silva. Em homenagem à sua dedicação na área de saúde no Amapá, colocaram seu nome numa das unidades de saúde do município de Macapá.

     Apesar de boa parte da população já ter ouvido falar sobre Dr. Lélio Silva, acontece que este evento também foi transformado em texto dramatúrgico. Essa outra homenagem foi realizada por um conhecido radialista; pelo rádio ator Paulo Roberto, que na época trabalhava na rádio difusora de Macapá. Este fato pode ser localizado no Jornal Amapá, Ano 6, número 269, Macapá, 06 de maio de 1950, onde enfoca que: inspirado na dedicação e espírito de sacrífico do jovem e pranteado clínico, o conhecido rádio-ator Paulo Roberto, organizou e transmitiu através do seu popular programa <<Obrigado Doutor>>, que a Rádio Nacional irradia todas as terças-feiras, às 20 horas, a peça intitulada << A Tragédia do Amapá>>.     

     O referido programa intitulado “Obrigado Doutor” tinha como patrocínio o Leite de Magnésia da Phillips. Dr. Lélio Silva era médico. O texto foi escrito em sua homenagem pelo rádio ator Paulo Roberto que exercia suas atividades na Rádio Nacional, que na atualidade é conhecida como Rádio Difusora de Macapá.

     Embora tenhamos conhecimento da apresentação dos “Mouros e Cristãos” em Mazagão Velho, que apesar de ter sido apresentada por mais de dois séculos, considera-se ainda como literatura oral, tendo em vista que não há um texto propriamente dito, mas sim, um roteiro. No caso do texto “A Tragédia do Amapá”, resta dizer que, até que novos pesquisadores localizem outros textos anteriores, cronologicamente considero este, como o primeiro texto dramatúrgico do Amapá, que apesar de ainda não ter sido transformado em espetáculo, se tornou rádio novela na década de 1950. Em relação a isso, venho pesquisando e trabalhando para juntar esse quebra-cabeça, visto que esse texto foi publicado por partes no Jornal Amapá, naquela época, e o meu objetivo é conseguir juntar essas partes para chegar ao texto completo. 

LÉLIO SILVA

 

     Todos já ouviram falar da unidade de saúde Lélio Silva, pois é, ele era médico muito conhecido no Amapá desde a década de 1940. Em 16 de fevereiro de 1950 houve um naufrágio no rio Cassiporé em função da pororoca, em que faleceu o Dr. Lélio Gonçalves da Silva, que na ocasião era Diretor e médico do Posto Misto do Oiapoque.  A equipe de saúde que estava atendendo ribeirinhos do rio Cassiporé, estava se organizando para retornar a Macapá. De acordo com as notícias, o médico preferiu esperar passar a pororoca, porém, o senhor que pilotava o barco, decidiu sair mais rápido para chegar mais cedo a Macapá.

     Na embarcação, estava o médico, mais dois senhores e uma enfermeira muito conceituada na região. O problema é que num determinado local tiveram que enfrentar a pororoca, na ocasião, o piloto não conseguiu dominar a embarcação e infelizmente, o barco foi para o fundo do rio.  Este foi o naufrágio, no qual, faleceu o Dr. Lélio Silva. Em homenagem à sua dedicação na área de saúde no Amapá, colocaram seu nome numa das unidades de saúde do município de Macapá.

     Apesar de boa parte da população já ter ouvido falar sobre Dr. Lélio Silva, acontece que este evento também foi transformado em texto dramatúrgico. Essa outra homenagem foi realizada por um conhecido radialista; pelo rádio ator Paulo Roberto, que na época trabalhava na rádio difusora de Macapá. Este fato pode ser localizado no Jornal Amapá, Ano 6, número 269, Macapá, 06 de maio de 1950, onde enfoca que: inspirado na dedicação e espírito de sacrífico do jovem e pranteado clínico, o conhecido rádio-ator Paulo Roberto, organizou e transmitiu através do seu popular programa <<Obrigado Doutor>>, que a Rádio Nacional irradia todas as terças-feiras, às 20 horas, a peça intitulada << A Tragédia do Amapá>>.     

     O referido programa intitulado “Obrigado Doutor” tinha como patrocínio o Leite de Magnésia da Phillips. Dr. Lélio Silva era médico. O texto foi escrito em sua homenagem pelo rádio ator Paulo Roberto que exercia suas atividades na Rádio Nacional, que na atualidade é conhecida como Rádio Difusora de Macapá.

     Embora tenhamos conhecimento da apresentação dos “Mouros e Cristãos” em Mazagão Velho, que apesar de ter sido apresentada por mais de dois séculos, considera-se ainda como literatura oral, tendo em vista que não há um texto propriamente dito, mas sim, um roteiro. No caso do texto “A Tragédia do Amapá”, resta dizer que, até que novos pesquisadores localizem outros textos anteriores, cronologicamente considero este, como o primeiro texto dramatúrgico do Amapá, que apesar de ainda não ter sido transformado em espetáculo, se tornou rádio novela na década de 1950. Em relação a isso, venho pesquisando e trabalhando para juntar esse quebra-cabeça, visto que esse texto foi publicado por partes no Jornal Amapá, naquela época, e o meu objetivo é conseguir juntar essas partes para chegar ao texto completo.

terça-feira, 17 de novembro de 2020

CACÁ EM VERSOS

 


     Desde garoto que convivi com a literatura de cordel, principalmente na feira livre da cidade de Itabaiana, na Paraíba, que tanto Sivuca cantou em sua “feira de mangaio”. Na década de 1970, do século XX, havia vários cordelistas, recitando versos e vendendo os córdeis para os aficionados. Eram histórias de reis, rainhas, sobre a política da época ou até em função de qualquer fato pitoresco que houvesse acontecido. Cordel sobre Lampião, eram os mais cotados da época.

     E tudo acontecia ao ar livre, na rua mesmo, onde as pessoas passavam para fazer sua feira da semana. Bastava um microfone de lapela, uma bateria de carro, um autofalante, um guarda sol e ainda vários cordões, onde se penduravam os livrinhos de literatura de cordel. O apresentador tinha que ser mestre no assunto, porque além de leitura dramática das mais diversificadas histórias, ele tinha que ser muito bom na improvisação.

     Escrever cordel não é tão fácil como se pensa, gosto desse tipo de literatura como também tenho algum material escrito, ainda não publicado. Em função do lockdown e do blackout que aconteceu no início deste mês de novembro em nosso estado, resolvi ler alguns cordéis que tenho carinhosamente guardados num nostálgico baú. Entre tantos, felizmente encontrei o cordel do ilustre radialista Cacá de Oliveira, intitulado “Brasil do Avesso em Versos”.

     Cacá tem suas raízes em Pernambuco. A métrica e a rima que ele usa neste cordel apresenta vinte e seis estrofes em sextilha. Preocupado com nosso país, enfoca poeticamente, um Brasil com vários problemas políticos e sociais, como feminicídio, desrespeito aos idosos, sobre a bandidagem, os quais, poderiam ser resolvidos por nossos gestores. Nos versos abaixo, ele realmente se mostra atônito com a distribuição de renda entre as pessoas: 

Uma coisa me entristece

É renda e distribuição

Se concentra na minoria

A maioria fica na mão

Quem trabalha ganha pouco

E um pouco, um dinheirão.    

 

     E é de forma lírica que Cacá vai desenvolvendo seu cordel, mas, sempre denunciando as injustiças sociais, como no caso dos feminicídios tão comuns hoje em dia.

Violência contra a mulher

E também com o inocente

Aumentando a cada dia

Assustando muita gente

Às vezes na própria casa

Também tem um delinquente.

 

     Nosso pernambucano/amapaense, radialista, jornalista e cordelista, sutilmente, também buscar indicar algumas resoluções para determinados problemas sociais, como pode-se observar aqui:

 

É necessário investir

Melhorar a segurança

Nós temos que apelar

Sem perder a esperança

Porque tem que proteger

Do mais velho à criança.