Atualmente lecionando a disciplina
Estética Teatral no Curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal do
Amapá. Curso do qual sou o mentor, me veio à mente esclarece um pouco sobre o
referido tema. E gostaríamos de enfocar alguns filósofos que contribuíram
imensamente para o pensamento sobre a estética.
Pitágoras se apoiava no formalismo tendo o
número, a medida e a perfeição geométrica, como ponto de partida. De qualquer
forma, Platão também se apoia em Pitágoras em relação ao ser e a estética, indo
de encontro à forma moral. Platão não escreveu uma estética propriamente dita,
mas, sua metafísica inteira pode ser considerada uma estética. Para ele, o belo
é autônomo tanto em sua essência como em seu fim. O belo e o bem se
identificam. Para Platão, a realidade não é senão uma cópia perfeita e o
importante é que se devem conhecer suas ideias.
Sócrates tem como ponto de partida o
princípio utilitário das coisas. Para ele, tudo o que é belo, é conveniente e
útil. Nesse caso, o belo deve ser útil. Até as coisas feias podem ser belas,
desde que sejam úteis. Sócrates orienta o belo em função da perfeição. Enquanto
Platão tem por base as ideias, Sócrates se apoia na realidade e afirma que o
princípio da utilidade domina todas as artes reguladas juridicamente.
Já Aristipo pensa que o belo deve ser o
que é bom. Para os gregos a beleza natural estava muito acima da beleza
artística. Hesíodo tinha o conceito de belo centrado na mulher, para ele, a
beleza encontrava-se na mulher, no mar e na água. A beleza, antes de tudo era
atributo da mulher e do mar. Homero tinha como fonte de beleza a natureza, com
uma tendência para o perfeito. A perfeição encontrava-se no belo, o que era
belo era perfeito.
Entre os poetas líricos encontramos três
escolas: a primeira são os Líricos eróticos. Para eles, o belo parece
identificar-se com o justo e a beleza moral ocupa seu lugar ao lado da beleza
corporal. Em relação ao ideal humano, a beleza estava na mulher jovem e
encantadora, ou seja, a beleza estava na juventude. Já os Líricos, encontravam
a beleza na paisagem e entendiam que a natureza se espiritualiza e se humaniza
ao mesmo tempo. E os heroicos enxergavam a beleza e o ideal humano
exclusivamente nos heróis.
Também vamos encontrar nos trágicos gregos
algo relativo à beleza. Em suas tragédias, Ésquilo enfoca o homem como débil e
submetido às suas necessidades; Sófocles introduz um sentimento novo que é a
grandeza do homem, ou seja, o problema trágico do belo se associa ao problema
moral. Os primeiros gregos sentiam um ardente amor pela vida e os trágicos, em
troca, veem a beleza da morte na renúncia em sacrifício pela vida.
Aristóteles, por sua vez, reflete que a
ideia não tem existência em si e é abstrata para todos nós, e o mais importante
é a realidade. Para ele, todas as artes são imitação. Ele vê o belo separado do
bem, sendo que o bem aponta para algum fim e o belo é este final. Extrai sua
teoria dos trágicos gregos, principalmente Sófocles. Em relação à tragédia
grega afirma que o terror e o medo são de natureza egoísta e a piedade é
altruísta. A beleza não é outra coisa, senão a perfeição da essência.
Entende-se que Platão e Aristóteles, dedicaram sua atenção primordialmente para
a política.
Na verdade, a tragédia grega é um triunfo
sobre o trágico e se compõe de dois elementos: a) o trágico propriamente dito,
retrato da perdição humana, e b) o espírito de justiça, de equilíbrio e de
medida. E foi baseado nisso que Aristóteles escreveu sua Arte Poética. A
tragédia é a luta contra o destino.