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sexta-feira, 23 de maio de 2014

I SEMANA ACADÊMICA DO CURSO DE TEATRO


     Após a aprovação do Curso de Teatro pelo Conselho Superior da UNIFAP que aconteceu em 12 de novembro de 2013, o referido curso vem promovendo vários eventos: de 09 a 11 de abril foi promovida a Semana do Calouro; no dia 07 de maio ocorreu o “Ciclo de Palestras em Artes Cênicas” paralelamente ao lançamento da obra “Teatro no Amapá: Artistas e seu Tempo”, este último evento contou com a presença de várias personalidades que contribuíram para o teatro no Amapá: Professora Zaide Soledade, Professor Guilherme Jarbas, ator Carlos Lobato, ator e músico Fernando Canto, ator Celso Dias, diretor de teatro Amadeu Lobato, diretor e ator Carlos Lima, ator de diretor Daniel de Rocha e ator e diretor e professor Jackson Amaral.
     De 27 a 30 deste mês de maio, o Curso de Teatro estará promovendo com o apoio do SESC/Amapá, a “I SEMANA ACADÊMICA DO CURSO DE TEATRO” com o tema: Contaminações entre Teatro e Dança. No dia 27 haverá a apresentação do espetáculo “Anáguas” pela “Companhia Oxente de atividades Culturais” da Paraíba. É um espetáculo cuja trama se dá na relação de três mulheres que lutam cada uma à sua maneira para manterem-se fiéis aos seus princípios e para isso são capazes de passar por cima de seus próprios egos. A história revela conflitos, desarmonia, egoísmo, e desavenças entre as personagens. Após o espetáculo haverá debate com o público presente.
     No dia 28 a programação será voltada para a oficina de “Concepção e Construção de Figurino” que será ministrada pela professora e atriz Tainá Macedo; Tainá é arte educadora com Licenciatura em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Paraíba. É uma das mais conceituadas figurinistas da Paraíba. No dia 29 acontecerá a oficina de “Danças Populares” que será ministrada pelo ator e professor José Maciel da Silva e conjuntamente pela atriz e professora Margarida Santos. Maciel é Educador físico e especialista em Representação Teatral. Margarida Santos é graduada em Educação Artística com habilitação em Artes Cênicas e especialista na área do teatro. As referidas oficinas acontecerão de 08:00 às 12:00 no Departamento de Letras e Artes da Universidade Federal do Amapá.
     Concluindo a programação no dia 30 com a palestra da atriz e professora Mestra Palmira Rodrigues Palhano com o título “Teatro na Educação”. Palmira é graduada em Educação Artística com habilitação em Artes Cênicas, é Mestra em Educação e doutoranda em Ciências Sociais. Atualmente é professora de Teatro do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – Campus I.

     Este evento é uma realização da Coordenação do Curso de Teatro da UNIFAP com apoio do SESC/Amapá; do Grupo de Pesquisa em Artes Cênicas (UNIFAP) e do Núcleo Amazônico de Estudos das Artes Cênicas da UNIFAP. Tem apoio ainda da Comissão organizadora que são acadêmicos do Curso de Teatro: Adriana Rodrigues, Ana Patrícia, Dayse Amaral, Dorivana Martins, Larissa Macedo, Maurício Macial, Naianne Martins José Neto e Veerney Nunes. O evento é aberto ao público.

quarta-feira, 26 de março de 2014

DIA INTERNACIONAL DO TEATRO - 27 DE MARÇO


     Do ponto de vista histórico e com os elementos que conhecemos na atualidade, poderíamos dizer que o teatro surgiu na Antiga Grécia, embora pesquisas recentes venham demonstrar que muito antes, os egípcios, os indianos e os chineses já o praticavam. Portanto, não se pode negar que a cultura oriental é muito sedimentada, mas embora o Oriente realizasse teatro antes dos gregos, essa prática acontecia primitivamente em forma de rituais religiosos.
     Percebe-se, porém que a Grécia Antiga herdou esses rituais, entretanto não podemos negar que foi justamente nesse país que os primitivos rituais foram, ao longo dos anos se transformando, tomando novas formas como festividades e atividades culturais até determinar os cultos teatrais como forma de representação e arte, à qual conhecemos hoje.
     O teatro, do qual falo na atualidade na atualidade, originou-se basicamente de três festividades: a) dos mistérios de Delos; b) da louvação às divindades Quintelanas – Elêusis, Demótes e Proserpina; e c) do culto a Dionísio. Sendo que esta última versão é a mais provável, segundo estudos históricos e antropológicos já realizados.
     Sabe-se que uma vez ao ano, justamente por ocasião das vindimas, prestava-se homenagem ao Deus Dionísio; Deus da uva e do vinho; da embriaguez e da fertilidade. Geralmente nesses cultos sacrificava-se um animal, mais praticamente um bode que, por sua vez, significa TRAGOS em grego, de onde surge etimologicamente a palavra Tragédia.
     Comumente, ao som da música de flautas, as bacantes dançavam em honra ao Deus Dionísio, juntando-se aos Sátiros, também dançarinos, que vestidos a caráter imitavam bodes, cujos animais, para a cultura grega da época significavam os companheiros do Deus. Depois de algumas horas, já embriagados, entregavam-se com entusiasmo a esse frenesi, esse culto, a esse verdadeiro espetáculo. Nessas condições, o teatro tem notadamente origem religiosa e campestre.
     Com o passar do tempo, o próximo passo foi a organização de procissões, que se tornaram muito mais religiosas do que profanas. Essas procissões tinham caráter comum, onde todos os celebrantes se juntavam tendo à frente jovens que cantavam um hino improvisado, chamado “ditirambo”, e assim giravam em torno do altar do Deus, agradecendo pela colheita da uva e pelo sexo que significava a fertilidade da vida. E foi exatamente desse coro, do contraste entre o espírito Dionisíaco e Apolíneo que nasceram a Tragédia e a Comédia. A tragédia tinha como principais características o terror e a piedade que despertava no público. Era constituída de cinco atos e voltava-se para o resgate da mitologia grega, com seus deuses, heróis e feitos. A comédia era dividida em duas partes com um intervalo. Tratava dos homens comuns e de sua vida cotidiana.
     Em seguida o coro separou-se do recitador, nesse momento crucial da história do teatro havia nascido o primeiro ator. Contudo, na procissão já se podia constatar três artes: o canto, a dança e a atuação. Nesse caso, à frente vinha o “Corifeu” – de onde surge a palavra Coro – vestido com pele de bode. Consequentemente todo o resto do grupo respondia ao ditirambo, atuando como um verdadeiro balé litúrgico, numa fusão do trágico e do cômico. Essa narrativa cantada era sempre feita em terceira pessoa. Em 534 a.C. Théspis, um corifeu que participava da festa, representou pela primeira vez Dionísio, transformando essa narrativa em primeira pessoa e dando origem à platéia.
     E assim constituiu-se a Tragédia: o ator e o coro se respondem cantando, em seguida o ator fala e o coro canta e posteriormente o ator dialoga com o Corifeu, representante do coro. Vale salientar que nesse momento embrionário da Tragédia não havia atos nem intervalos, sendo a mesma, composta de partes dialogadas e partes faladas.
     Poderíamos fazer aqui uma relação como o Círio de Nazaré, quando todos os anos, numa determinada época, o povo se reúne para louvar a sua Santa (Deusa) Virgem de Nazaré. Neste caso, com características próprias de uma cultura contemporânea de início do século XXI. É interessante saber que apesar da distância cronológica, momentos semelhantes existem entre essas duas manifestações religiosas, como por exemplo, o vigário assumindo o lugar do Corifeu, que quando fala uma estrofe de uma oração automaticamente o povo responde, representando nessa ocasião, o coro.
      Os três grandes trágicos foram: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. Théspis foi o criador do teatro ambulante, o qual se conhece hoje como teatro mambembe. Infelizmente todos os seus textos se perderam. Também foi ele quem inventou as máscaras para teatro. Representava seus papéis trágicos inicialmente pintando o rosto com matéria prima da época, depois cobrindo o rosto com folhas de árvores; em seguida introduziu o uso de verdadeiras máscaras.
     Chegou um momento em que o Estado tomou para si a responsabilidade e a organização do teatro na Antiga Grécia, quando instituiu concursos entre os poetas dramáticos (mais conhecidos atualmente como dramaturgos), em consequência o povo imediatamente acolheu essa forma artística, que se tornou milenar no momento atual da história da humanidade.
     Tendo como ponto de partida a contribuição do teatro em nível artístico, psicológico e social para o homem durante toda sua história e considerando a necessidade vital da humanidade em relação às atividades teatrais que persistem incondicionais até nossos dias, foi que em 1961, o Instituto Internacional de Teatro da UNESCO, órgão das Nações Unidas voltado a educação, ciência e cultura, resolveram criar uma data dedicada às atividades culturais ligadas à representação durante o seu IX Congresso Mundial, em Viena, Áustria. Portanto, em função da inauguração do Teatro das Nações, em Paris, França, em 27 de março de 1961, tem sido celebrado o Dia Internacional do Teatro. A data de 27 de março assinala também a inauguração das temporadas internacionais no referido teatro. Na ocasião a ONU passou a enviar mensagem sobre a importância do teatro aos seus países membros.




quinta-feira, 20 de março de 2014

O TEATRO NA POLÍTICA



     É da natureza do homem ser exímio imitador. Na Idade da Pedra, antes de usar as cavernas como proteção o homem precisou expulsar os animais que ali moravam. Por outro lado, quando conseguia abater esses animais, ele aproveitava o corpo do mesmo como alimento, mas não era só isso... Começou a imaginar a probabilidade de utilizar o couro como vestimenta e ainda a se vestir, como se fosse um animal para se aproximar do mesmo para poder abatê-lo com sucesso.
     O humor e o imitador estão presentes em todos os tempos e em todas as épocas da história da humanidade. O homem imita por natureza, não fosse isso não aprenderia a falar sua própria língua. Uma criança nascida na Inglaterra fala o inglês porque ouve os mais velhos falarem a referida língua, o mesmo acontece num país de língua espanhola ou portuguesa como no caso, o Brasil.
     Entre todas as atitudes do homem o teatro está sempre presente, principalmente no período de eleição quando candidatos procuram representar o que não são na realidade, ou seja, vislumbram com a criação de seus personagens, conquistar os eleitores, o que quer dizer ganhar o pleito e ser eleito definitivamente. Para isso, mesmo empiricamente se utilizam de artefatos que são frequentes no teatro.
     Drama, tragédia, sátira e comédia são os gêneros que mais se sobressaem quando os futuros representantes do povo aproveitam seus parcos segundos no programa eleitoral gratuito na televisão. Este é o principal momento de entrar em cena. As emoções são variadas para ganhar a simpatia e empatia dos eleitores. Choro, ao se lembrar de sua devotada professora ou até mesmo de deglutir uma sopa; alegria, ao falar das insignificantes atitudes e projetos elaborados como gestor; tristeza, ao contar sobre a perda de uma pessoa querida da sociedade, mesmo que seja da oposição.
     Enquanto uns conseguem se explicitar com mais robustez e originalidade devido à sua vivência no cotidiano, outros se enrijecem e muito mal leem seus programas, fixando os olhos diante das câmeras. Nenhum outro movimento é percebido, parece até ser um castigo ele está ali para falar principalmente do que não sabe.

     Infelizmente, na prática, é assim que acontece com a maioria dos candidatos que se inscrevem para participar de um pleito eletivo em nossa sociedade. A democracia muitas vezes se apresenta cheia de contradições, por exemplo, para ser professor de uma universidade hoje, o candidato necessita no mínimo possuir um curso de Mestrado, enquanto que para ser político o que se exige apenas é que o candidato saiba assinar seu nome.  

quarta-feira, 12 de março de 2014

O CARNAVAL DO ESPETÁCULO E O ESPETÁCULO DO CARNAVAL



     A cidade de Macapá convive por bastante tempo com o que poderíamos caracterizar como o binômio do carnaval. Por um lado temos o carnaval do espetáculo que acontece no sambódromo com o desfile das Escolas de Samba. Neste caso, estamos diante de uma manifestação que apesar de ser popular, nem todos participam, visto que há uma milenar divisão entre os que fazem e os que assistem.
     O carnaval do espetáculo resume-se numa minoria se apresentando para uma maioria, o que não foi o caso aqui em nossa cidade, visto que o acesso aos ingressos se tornaram um empecilho para que o povo participasse mais fervorosamente nas arquibancadas do nosso sambódromo. O governo e a liga das escolas de samba têm que pensar num ingresso em que o preço seja mais acessível ao grande público, caso isso não aconteça, sempre vai haver espaços vazios nas arquibancadas.
     Mas, enquanto que por outro lado, enquanto a festa acontece para o rei, seus súditos e a nobreza, no espaço fechado do Castelo Medieval (sambódromo), por outro lado, o povo se torna participante ativo nas ruas da cidade quando acompanham o bloco “A Banda” e ai sim, se tornam verdadeiros saltimbancos e atores da commedia del’arte. No sambódromo acontece o carnaval do espetáculo naquele delimitado espaço.
     Assim é o carnaval de Macapá, por um lado. o desfile das escolas de samba no sambódromo e por outro o bloco “A Banda” que há 49 anos desfila nas ruas de nossa cidade. Quem pode, participa do carnaval do espetáculo, no sambódromo; quem não pode, participa do espetáculo do carnaval, acompanhando “A Banda” nas ruas de Macapá.
Desta forma, todas as camadas sociais tem acesso ao nosso carnaval, só não brinca quem não quer.
     O bloco “A Banda” é do povo e para o povo, indiscriminadamente todos podem participar livremente como lhes convêm, sem distinção, sem privilégios, visto que já estão nesse grande espaço público, a rua. Aqui em Macapá, o último dia dedicado ao Rei Momo a rua é do povo. Na rua não há aquela rigidez no figurino, qualquer roupa serve como ponto de partida para a representação de cada personagem, uma máscara, um lenço, etc.
     Se no sambódromo somos agraciados com o Deus Apolo, que se caracteriza pelo equilíbrio e disciplina, a “Banda” nos remete ao verdadeiro culto dionisíaco (arrebatado, desinibido, natural e espontâneo) onde todos participam freneticamente daquela orgia, daquele bacanal. Ali há espaço para qualquer camada social, basta cortar em tiras qualquer roupa e você já passa a fazer parte do espetáculo.

     Na Ivaldo Veras somos meros espectadores do Carnaval do Espetáculo; na Feliciano Coelho e demais ruas da cidade de Macapá, somos grandes atores em potencial do Espetáculo do Carnaval.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

ESPETÁCULO NOVO AMAPÁ



     A Companhia Supernova juntamente com o Grupo Eureca estão apresentando nesse mês de fevereiro, todos os finais de semana no Teatro Porão do SESC, a peça “Novo Amapá”. O espetáculo é justa homenagem àqueles que vivenciaram essa grande tragédia no rio Cajari.
     O texto proveniente de uma pesquisa realizada por Joca Monteiro, traz à tona detalhes e fatos importantes sobre esta viagem que para muitos se tornou, inadvertidamente, sem volta. Tendo por base notícias de jornais o estudo de Joca Monteiro resultou num texto informativo e didático, o qual destaca com ênfase momentos cruciais do fato ocorrido com o barco novo amapá no ano de 1981.
     Sem se utilizar de cenas fortes, pesadas, sinistras, dramáticas e trágicas, com gritarias e desesperos, Jones Barsou, (que assina a direção), resolveu seguir outro caminho e transformou um texto funesto numa mise en scène poética e lírica permitindo assim um espetáculo muito mais suave aos olhos do público.
     O cenário simples é composto por painéis transparentes centrais e laterais que sugerem contrastes entre o claro e o escuro o que denota certa movimentação dos passageiros em vários momentos da viagem. Em certas cenas esses painéis parecem sugerir o uso das sombras, o que não é aproveitado na encenação. Ao fundo há um mastro com escadas de cordas que são comumente usadas nos barcos que trafegam nos rios da Amazônia.
     Projeções de fotografias reais do acidente com o Novo Amapá complementam o cenário dando um enfoque cinematográfico, recurso que foi utilizado pela primeira vez por Piscator que em meados do século XX utilizava imagens e projeções cinematográficas de forma extensiva para complementar o espetáculo. Junto com Bertold Brecht, Piscator foi um dos principais fundadores do teatro épico.
     Fica claro a necessidade de maior empenho no que diz respeito à parte musical, inclusive na cena em que a atriz Jéssica Palmeirim assume o violão como acompanhamento de outro ator que canta seu lamento. Apesar de ser uma viagem noturna em barco da região amazônica senti falta da presença de redes, que antes poderiam criar uma composição colorida e depois do naufrágio, uma composição escura a partir de recursos técnicos específicos.

     É um espetáculo de discussão política que gera debates sobre a exploração do homem pelo homem tendo o capitalismo como modelo financeiro. Complementa-se com a direção de arte de Paulo Rocha e produção de Marina Beckman. É uma boa oportunidade para quem quer saber um pouco sobre o naufrágio do barco novo amapá. Não percam.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

SANTO DE CASA NÃO FAZ MILAGRES



     Ao visitar a página de Luiz Melo no facebook deparo-me com a seguinte informação: “Ex-prefeito de Curitiba, Jaime Lerner sobrevoou Macapá e optou pelo que chama de ‘acupuntura urbana’. Ou seja, um trabalho ‘ponto a ponto’ pra ir aos poucos arrumando a cidade. Arquiteto com PhD em urbanismo, já está com projeto na prancheta avaliando por onde começa a espetar agulha”.
     Realmente não sei qual das instâncias que o convidou para realizar tal estudos sobre nossa cidade: a Prefeitura Municipal de Macapá ou o Estado do Amapá. Inclusive acredito que essa é uma boa intensão dos nossos gestores: reurbanizar e embelezar a cidade. Para isso se faz necessário decisão e atitude dos nossos governantes. Parabenizo-os peremptoriamente por tal decisão de buscar na prática concretizar tal projeto.
     Mas, o que muito me estranha é saber que aqui em nosso Estado há cidadãos capacitados tanto quanto o Sr. Jaime Lerner para realizar tal projeto e no entanto esses cidadãos passam despercebidos ou nossos governantes fazem que olham mas não pretendem ver tal realidade.
     Enfoco aqui a dedicação do Professor Doutor e Pós-Doutor José Alberto Tostes que vem há dezenas de anos se dedicando totalmente à causa urbana não só da cidade de Macapá, mas das cidades de todo o Estado. Isto implica dizer que aqui também temos profissionais capacitados para implementar as modificações necessárias para o embelezamento da cidade de Macapá.
     Professor Tostes como é conhecido, possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Pará (1988); Mestrado em História da Arquitetura pelo Instituto Superior de Artes – Cuba (2000) e Doutorado em História e Teoria da Arquitetura também pelo Instituto Superior de Artes de Havana – Cuba (2003). Atualmente é Professor Associado I da Universidade Federal do Amapá. Têm experiência na área da Arquitetura e Urbanismo, com ênfase da História da Arquitetura e vem atuando nos seguintes temas: Planejamento urbano regional; Desenvolvimento Regional; Planejamento, Amapá e Urbanismo. Possui Estágio de Pós-Doutorado concluído no Instituto de Estudos Urbanos Regionais da Universidade de Coimbra. Portanto também é Pós-Doutor.
     Quando enfoco essas questões, notadamente é para abrir um possível debate na sociedade amapaense, não me vem à mente, de forma nenhuma, querer usar da xenofobia, muito pelo contrário, para contribuir com nosso Estado qualquer ação será bem-vinda. Meu desejo aqui é apenas suscitar outros olhares para quem vem a mais de duas década se dedicando ao referido tema. E continuo a relatar apenas, penso eu, 20% do que vem realizando o nosso Professor Tostes ao longo desses anos. Eis suas linhas de pesquisas às quais vem realizando seu trabalho tendo como ponto de apoio a Universidade Federal do Amapá: a) Planejamento e Desenvolvimento Regional Urbano, onde estuda aspectos sobre a espacialidade urbano regional dos municípios do Estado do Amapá; b) Urbanismo na Amazônia, onde estuda a dimensão espacial urbanística nos núcleos urbanos dos municípios do Estado do Amapá com o objetivo de, através de pesquisas, propor soluções técnicas alternativas que sejam adequadas às novas perspectivas de desenvolvimento regional. Outra áreas de pesquisa do Professor Tostes são: Arte, Cultura e Sociedade; Arqueologias Artísticas; Arte e Cultura Latino-Americana: século XX; Arte e Cultura Latino Americana: período contemporâneo; História e pensamento artístico e contemporâneo na América Latina; História e pensamento artístico contemporâneo na América Latina; Estudos Urbanos sobre o Município de Macapá; tecnologias alternativas para habitações de baixo custo e Tecnologias alternativas para habitações médias.      Setores de atividades: Desenvolvimento Urbano; Planejamento e Gestão de Cidades; Política e Planejamento Habitacional; Assessoria ou Consultoria de Arquitetura ou Engenharia.
     Seus projetos estão todos ligados à área da Arquitetura, alguns deles: Pesquisa sobre Metodologia Participativa de Planejamento Urbano no Estado do Amapá: aplicação ao caso dos Municípios de Laranjal do Jari, Santana, Serra do Navio e Oiapoque, (2004);                         Corredor Transfronteiriço das Cidades entre o Amapá e a Guiana Francesa, (2011-2013); Evolução Urbana da Cidade de Macapá e Santana através do Planos Diretores, (2013); Transformações Urbanas na Faixa de Fronteira Setentrional do Porto de Santana a Caiena, (2013-2014); Projeto Amapá Urbano, (2013-2014) entre outros.
     Entre suas obras publicadas sobre o referido assunto, citaremos algumas: Planos Diretores no Estado do Amapá: uma contribuição para o desenvolvimento regional, 301 páginas, 2009; Transformações Urbanas das Pequenas Cidades Amazônicas (AP) na Faixa de Fronteira Setentrional, 582 páginas, 2011; Do Tijolo ao Concreto Bruto, 145 páginas, 2011; Além da Linha do Horizonte, 240 páginas, 2012, entre outros. Tem vários artigos científicos publicados em vários periódicos, todos eles enfocam a questão da arquitetura e urbanismo no Amapá. Todas a suas obras têm relação com a Arquitetura e Urbanismo.
     Além de tudo isso, Professor Tostes foi o mentor, fundador e o principal personagem na implantação do Curso de Arquitetura no Amapá. Foi Vice-Reitor da Universidade Federal do Amapá. Fundou o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Amapá, do qual foi Presidente.

     Não é que aqui no Amapá não tenha profissionais qualificados. É preciso darmos valor ao que aqui se constrói, principalmente no que diz respeito aos nossos profissionais que dedicam toda sua trajetória para construir melhor qualidade de vida para os amapaenses. Resta observar que em muitos casos o senso comum tem a tendência de nos explicar os fenômenos sociais. Neste caso utilizo o ditado popular que mais convém: santo de casa não faz milagres.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

ANO NOVO E CURSO DE TEATRO NO AMAPÁ

                                                      

     Minha preocupação para a implantação de um Curso de Licenciatura Plena em Teatro no Amapá remete ao ano de 1995, quando aqui cheguei para assumir a função de professor da Universidade Federal do Amapá, admitido por concurso público realizado em novembro de 1994. Aliás, mesmo antes de fincar raízes neste espaço geográfico brasileiro eu já havia pensado na perspectiva e projetado a implantação do referido curso.
     Estudei as possibilidades e em 1996 encaminhei projeto de implantação das habilitações de Teatro e Música ao Colegiado do Curso de Educação Artística. O referido projeto também passou por uma comissão de implantação de novos cursos. Infelizmente nem o Colegiado, muito menos a referida comissão entendeu como prioridade a implantação daquelas habilitações. Se naquele período as habilitações de Teatro e Música tivessem sido implantadas, consequentemente com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 93.94/96 daquele mesmo ano, as mesmas teriam sido transformadas em dois cursos distintos: Curso de Licenciatura Plena em Teatro e Curso de Licenciatura Plena em Música.
     Se assim o fosse, concretamente de lá para cá teríamos colocado no mercado de trabalho pelo menos doze turmas de profissionais da área do teatro e da área da música respectivamente, para suprir a necessidade premente das escolas de ensino fundamental e médio do Estado do Amapá. Por outro lado, teríamos sido também a primeira universidade e o primeiro Estado da região Norte a implantar seu Curso de Licenciatura Plena em Teatro.
     Com a implantação da disciplina Educação Artística que surgiu com a Lei 56.92/1971 que transformou o professor de arte num profissional polivalente.  Também em função da luta dos Arte-Educadores, principalmente durante a década de 1980 do século XX para reverter este quadro, foi que na década de 1990 com a Lei 93.94/96 a arte tornou-se obrigatória no ensino fundamental e médio. Diferente de sua antecessora, a Lei 93.94/96 também definiu que o estudante deveria vivenciar pelo menos quatro linguagens distintas da arte na sala de aula: Artes Visuais, Teatro, Dança e Educação Musical. Os Parâmetros Curriculares Nacionais também corroboraram para afirmação desta decisão. Isto implica dizer que, na atualidade, em cada escola de ensino fundamental e médio deveria ter pelo menos um professor em cada uma dessas áreas da arte. O que não vem acontecendo no Estado do Amapá.

     A persistência é um dos sentidos da vida que nos faz permanecer na luta. Foi preciso duas décadas para que o Curso de Teatro fosse aprovado. Neste sentido, em 12 de novembro de 2013 o mesmo passou por unanimidade pelo Conselho Superior da Unifap. Este curso não houve tempo de ser divulgado, mas para se ter uma ideia, tivemos um total de 740 candidatos pelo SISU para entrar no curso de teatro sendo um total de 30 candidatos por vaga, destes foram selecionados 25. Para a Unifap e para o Estado do Amapá, 2014 será verdadeiramente um novo ano, principalmente porque estaremos recebendo em abril a primeira turma do Curso de Teatro.