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segunda-feira, 19 de outubro de 2020

RÁDIO DIFUSORA

                                 

     Com o intuito de dotar a cidade de Macapá de um meio de divulgação, o governo Janary Nunes inaugura um serviço de autofalantes em 25 de fevereiro de 1945. Justamente, esse serviço de autofalantes se tornaria a futura Rádio Difusora de Macapá; inaugurando-a em 23 de julho de 1946. A referida difusora que nos dias atuais ainda continua em funcionamento, em muito contribuiu com a cultura e o teatro no Amapá, levando-se em consideração duas questões primordiais: a primeira foi o fato de a mesma ter aberto programação para radionovelas, o que consequentemente, deu início ao rádio teatro em nosso Estado; outro fator preponderante foi a construção de um pequeno palco com plateia para cem pessoas que foi construído em seu espaço físico.

     Certamente, o projeto do rádio teatro no âmbito da Rádio Difusora de Macapá, motivou e abriu espaço para atores, atrizes e diretores, em função da gravação dessas radionovelas, enquanto que, por outro lado, o palco que havia no complexo da referida rádio, tanto servia como espaço para produção de programas de auditório, e também como espaço para ensaio e apresentações de peças teatrais dos produtores locais. O saudoso professor Guilherme Jarbas nos falou sobre este assunto: Nós tínhamos na Rádio difusora de Macapá o rádio teatro e tinha um profissional chamado Reinaldo Farah e mais dois irmãos que foram contratados pelo governo do Território para trabalhar a radiodifusão dessas peças teatrais.

     A Rádio Difusora de Macapá foi inaugurada num momento áureo do Território Federal do Amapá, com boa estrutura física, como afirma o ex-diretor e professor Rostan Martins: O prédio da RDM tinha ambientes principais como: estúdio de locução; discoteca; sala de controle de som; auditório com capacidade para 100 pessoas, com palco, onde se apresentaram seresteiros, programas dos radialistas pioneiros, como o Clube do Guri, a apresentações de radionovelas.

     Com a inauguração da Rádio Difusora de Macapá em 23 de julho de 1946; com o início das atividades pedagógicas da Escola Barão do Rio Branco em 13 de setembro de 1946 e ainda com os eventos e apresentações de artistas que passaram a acontecer no Cine Teatro Territorial a partir de 1948, tendo-se por outro lado a constante urbanização da Praça do Barão, acredita-se que esses fatores transformaram aquela área geográfica num point cultural da cidade de Macapá entre os anos 40 e 50 do século XX. É em função desses fatores que no final da década de 1940 se inicia um forte movimento cultural no âmbito do Estado do Amapá.

     Portanto, naquela área urbana vamos observar um complexo urbanístico do mais avançado progresso para aquele período na cidade de Macapá. Ali tínhamos a primeira escola de Macapá; o primeiro cinema da cidade; o primeiro teatro moderno para a época; a primeira estação de rádio; um imenso hotel, e a partir de 1950 uma grande praça totalmente urbanizada. Sem sombra de dúvidas, passou a ser o centro cultural da cidade.

 

RÁDIO DIFUSORA

                                  

     Com o intuito de dotar a cidade de Macapá de um meio de divulgação, o governo Janary Nunes inaugura um serviço de autofalantes em 25 de fevereiro de 1945. Justamente, esse serviço de autofalantes se tornaria a futura Rádio Difusora de Macapá; inaugurando-a em 23 de julho de 1946. A referida difusora que nos dias atuais ainda continua em funcionamento, em muito contribuiu com a cultura e o teatro no Amapá, levando-se em consideração duas questões primordiais: a primeira foi o fato de a mesma ter aberto programação para radionovelas, o que consequentemente, deu início ao rádio teatro em nosso Estado; outro fator preponderante foi a construção de um pequeno palco com plateia para cem pessoas que foi construído em seu espaço físico.

     Certamente, o projeto do rádio teatro no âmbito da Rádio Difusora de Macapá, motivou e abriu espaço para atores, atrizes e diretores, em função da gravação dessas radionovelas, enquanto que, por outro lado, o palco que havia no complexo da referida rádio, tanto servia como espaço para produção de programas de auditório, e também como espaço para ensaio e apresentações de peças teatrais dos produtores locais. O saudoso professor Guilherme Jarbas nos falou sobre este assunto: Nós tínhamos na Rádio difusora de Macapá o rádio teatro e tinha um profissional chamado Reinaldo Farah e mais dois irmãos que foram contratados pelo governo do Território para trabalhar a radiodifusão dessas peças teatrais.

     A Rádio Difusora de Macapá foi inaugurada num momento áureo do Território Federal do Amapá, com boa estrutura física, como afirma o ex-diretor e professor Rostan Martins: O prédio da RDM tinha ambientes principais como: estúdio de locução; discoteca; sala de controle de som; auditório com capacidade para 100 pessoas, com palco, onde se apresentaram seresteiros, programas dos radialistas pioneiros, como o Clube do Guri, a apresentações de radionovelas.

     Com a inauguração da Rádio Difusora de Macapá em 23 de julho de 1946; com o início das atividades pedagógicas da Escola Barão do Rio Branco em 13 de setembro de 1946 e ainda com os eventos e apresentações de artistas que passaram a acontecer no Cine Teatro Territorial a partir de 1948, tendo-se por outro lado a constante urbanização da Praça do Barão, acredita-se que esses fatores transformaram aquela área geográfica num point cultural da cidade de Macapá entre os anos 40 e 50 do século XX. É em função desses fatores que no final da década de 1940 se inicia um forte movimento cultural no âmbito do Estado do Amapá.

     Portanto, naquela área urbana vamos observar um complexo urbanístico do mais avançado progresso para aquele período na cidade de Macapá. Ali tínhamos a primeira escola de Macapá; o primeiro cinema da cidade; o primeiro teatro moderno para a época; a primeira estação de rádio; um imenso hotel, e a partir de 1950 uma grande praça totalmente urbanizada. Sem sombra de dúvidas, passou a ser o centro cultural da cidade.

 

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

TEATRO E POLÍTICA

 

                                        

     É da natureza do homem ser exímio imitador. Na Idade da Pedra, antes de usar as cavernas como proteção, o homem precisou expulsar os animais que ali moravam. Por outro lado, quando conseguia abater esses animais, ele aproveitava o corpo do mesmo como alimento, mas não era só isso... Começou a imaginar a probabilidade de utilizar o couro como vestimenta e ainda a se vestir, como se fosse um animal para se aproximar do mesmo, para poder abatê-lo com sucesso.

     O humor e o imitador estão presentes em todos os tempos e em todas as épocas da história da humanidade. O homem imita por natureza, não fosse isso não aprenderia a falar sua própria língua. Uma criança nascida na Inglaterra fala o inglês porque ouve os mais velhos falarem a referida língua, o mesmo acontece num país de língua espanhola ou portuguesa como no caso, o Brasil.

     Entre todas as atitudes do homem, o teatro está sempre presente, principalmente no período de eleição quando candidatos procuram representar o que não são na realidade, ou seja, vislumbram com a criação de seus personagens, conquistar os eleitores, o que quer dizer ganhar o pleito e ser eleito definitivamente. Para isso, mesmo empiricamente se utilizam de artefatos que são frequentes no teatro.

     Drama, tragédia, sátira e comédia são os gêneros que mais se sobressaem quando os futuros representantes do povo aproveitam seus parcos segundos no programa eleitoral gratuito na televisão. Este é o principal momento de entrar em cena. As emoções são variadas para ganhar a simpatia e empatia dos eleitores. Choro, ao se lembrar de sua devotada professora ou até mesmo de deglutir uma sopa; alegria, ao falar das insignificantes atitudes e projetos elaborados como gestor; tristeza, ao contar sobre a perda de uma pessoa querida da sociedade, mesmo que seja da oposição.

     Enquanto uns conseguem se explicitar com mais robustez e originalidade devido à sua vivência no cotidiano, outros se enrijecem e muito mal leem seus programas, fixando os olhos diante das câmeras. Nenhum outro movimento é percebido, parece até ser um castigo ele está ali para falar principalmente do que não sabe.

     Infelizmente, na prática, é assim que acontece com a maioria dos candidatos que se inscrevem para participar de um pleito eletivo em nossa sociedade. A democracia muitas vezes se apresenta cheia de contradições, por exemplo, para ser professor de uma universidade hoje, o candidato necessita no mínimo possuir um curso de Mestrado, enquanto que para ser político o que se exige apenas é que o candidato saiba assinar seu nome. 

 


quarta-feira, 7 de outubro de 2020

ARTISTAS NO CINETEATRO TERRITORIAL

 


     No que diz respeito à cultura propriamente dita, e mais principalmente em relação à arte teatral, um dos momentos mais significativos para a cultura amapaense foi sem dúvida a inauguração do Cine Teatro Territorial, pelo primeiro governo do Território Sr. Janary Gentil Nunes. Todavia, pressupõe-se que a inauguração deste teatro na década de 1940, não teve como objetivo principal, suprir a necessidade de um espaço para grupos local, até porque realmente não havia tão grande movimento teatral naquele período no Amapá, mas sim, para suprir a necessidade da nova elite que estava se instalando nas terras tucujus.  Neste caso, tornou-se um point da sociedade da época.

     Essa política cultural do governo do Território Federal do Amapá, fez com que artistas do eixo Rio/São Paulo, como também de outras partes do Brasil, aqui aportassem para apresentar seus trabalhos. Estiveram no Cine Teatro Territorial; artistas como: Bibi Ferreira (teatro), Procópio Ferreira (teatro), Fernanda Montenegro (teatro), Luiz Gonzaga (música); Rodolfo Mayer com “As Mãos de Eurídice” (teatro); Concita Mascarenhas (teatro de revista); Marlene, (a rainha do baião); Trio Iraquitam; Dalva de Oliveira (1949 - música); Herivelto Martins (1949 - música); Walfrido Silva (1949 – música); Amália Paiva (1949 – música); Companhia Nacional de Comédias Barreto Júnior (1948 - teatro); Companhia de Comédia Marquize Branca (1948 - teatro); Carmem Costa (1949 - sambista – música); Maria Otávia (1950 – pianista); Paulo Burgos (1950 – pianista); Coracy Fischer (1950 – cantora); Risoleta Porto (1951 - canto e piano); Guilhermina Cerveira (1951 – canto e piano);  Altino (1951 – pianista); Rogaciano Leite (1949 – récita); Pastorinhas “Filhas de Israel” (1950 – teatro), entre outras atividades do gênero. O saudoso Professor Guilherme Jarbas, em entrevista de 01 de junho de 2011, a este colunista, falou que quando era jovem presenciou alguns desses momentos: Lembro bem que na minha juventude, aqui vieram grandes nomes do teatro, me recordo bem, como: Fernanda Montenegro. O governo do ex-território, na época de Janary trazia as figuras mais expoentes de vários segmentos da cultura, ao Amapá. Por exemplo: Marlene, a rainha do baião; a Dalva de Oliveira, ou seja, essas pessoas vieram a Macapá trazidas exatamente pelo governador da época, Janary Nunes. Naquele período eu tinha entre meus quinze e dezesseis anos.

     Não só artistas conhecidos no Brasil. Todavia, vários artistas locais e inclusive de outros países chegaram a se apresentar no Cine Teatro Territorial. Vejamos a seguir os artistas da região: Valdemar Henrique (1951 – música); Teatro do Estudante do Amapá, com os espetáculos “Joaninha Buscapé” - 1948); “O Amor que não Morreu”  e “Feitiço” – 1952; Trupe Cantuária – 1945; Companhia Teatral Guajarina – 1946; Rosalvo Guigni – 1952 -  tenor amazonense;  Maria Anísia Campos – 1952 – recital e piano; Trupe do Coroné Ludugero, e Grupo de Teatro Guararape com  peça “Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo – 1952.  Entre os artistas de outros países, temos: Trio Chileno (1948 – música); Maria da Graça (1952 – cantora portuguesa); e Rulito y Sus Estrelas (1953 – tango e bolero).