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sexta-feira, 14 de agosto de 2020

GRUPO DE TEATRO TELHADO

 

   

     O “Grupo de Teatro Telhado”, foi um dos principais expoentes e mais ativos grupos de teatro da década de 70 do século XX. Quando surgiu, ainda não tinha nome definido, mas seu berço foi a Paróquia de São Benedito, no bairro do laguinho. Após algumas reuniões com seus primeiros membros, ficou decidido como “Grupo de Teatro Telhado”. Mas, nem tudo seguiu tranquilamente...! Em função da perseguição política, em 1973 aconteceu um dos piores momentos do teatro no Amapá, quando na ocasião, vários teatristas foram presos e outros tiveram que sair da cidade.

     Com esta denominação, a partir do ano de 1974, o “Telhado” passou a existir de fato e de direito. Considerando ainda outros grupos que surgiram em Macapá nesse período, o Grupo Telhado marcou época no Estado do Amapá na década de 70 do século XX. Mesmo tendo atuado na década de 1970 como um todo, verifica-se que seu apogeu se deu efetivamente entre os anos de 1974, 1975 e 1976.

     Em função do seu profícuo e brilhante trabalho, o Grupo Telhado obteve o mérito de possuir dois elencos e montar dois espetáculos paralelamente. Quando entrava em cartaz com uma peça, cada temporada ultrapassava os quatro meses de apresentação ininterruptos. Nesse ritmo, assinou contrato com o MOBRAL e apresentou seus espetáculos em todos os municípios e distritos, com boa receptividade de público, no então, Território Federal do Amapá.

     O Grupo Telhado montou os seguintes espetáculos: A Mulher que Casou Dezoito Vezes; Antônio Meu Santo; Quem Casa, Quer Casa, entre outros. Faziam parte do Grupo Telhado os seguintes artistas: Consolação Lins Côrte, Marizete Ramos, Luiz Otávio Barata (diretor vindo de Belém), Lineu Gantuss Camilo, Rosa, que era conhecida como Rô, Benedito Trindade, Oswaldo Simões, Adaulete Barreto, Edi Prado, Fatinha, Eduardo Canto, Juvenal Canto e Edinaldo Ribeiro entre outros.

     Em entrevista concedida a este colunista, o artista Juvenal Canto afirmou que o professor Munhoz foi quem, com muito esforço conseguiu trazer de Belém a diretora Marizete Ramos e o diretor Luís Otávio Barata, para contribuir com o nosso teatro e principalmente com o Grupo Telhado.

     Conquistando muito sucesso no Território do Amapá, a peça “A Mulher que Casou Dezoito Vezes” foi um texto adaptado de um cordel nordestino. Contava a história de uma viúva, chamada Dorotéia Carvalhal, que era rica e solteirona e que tentava a todo custo se casar. “Dorotéia Carvalhal - A Mulher que Casou 18 Vezes”, era um cordel de autoria de Valeriano Félix dos Santos, sergipano de Palmares e foi adaptado para teatro aqui no Amapá, por João Augusto. Na ocasião, quem dirigiu o espetáculo foi Marizete Ramos. Praticamente foi ensaiada e montada no palco da Rádio Difusora de Macapá.       

     Embora não tenha vivido esse período histórico aqui em Macapá, me tornei estudioso do assunto e sou grande admirador das pessoas que se dedicaram ao teatro no Grupo Telhado.  Reconheço que esse grupo de teatro se tornou um ícone na história do teatro do Amapá. Meus cumprimentos aos desbravadores artistas do teatro do Amapá na década de 1970.