Dando continuidade ao artigo da semana
passada, vamos conhecer mais verbetes que são costumeiramente conhecidos por
aqueles que lidam com as artes cênicas. Para quem trabalha na área do teatro,
conhece muito bem esses termos, e é interessante saber a origem dessas
palavras. E começaremos com CENA – que vem do Latim scaena, “palco,
cena”, do Grego skena, de mesmo significado, originalmente “tenda,
cabana”, relacionado a skia, “sombra”, pela noção de “algo que protege
contra o sol”.
PROSCÊNIO – é a parte anterior do palco, aquela
que está mais próxima do público, que se projeta para fora da cortina, e deriva
do Latim proscenium, de pro-, “à frente”, mais scaena.
É o local que antigamente se fixava as luzes da ribalta. O que se apresenta
hoje, conhecemos por espetáculo, mas, também pode ser chamado de peça
teatral. PEÇA – vem do Francês antigo pièce,
do Frâncico pettia, “medida, porção, parte”.
Desde o teatro grego, a dramaturgia
determinou as peças em ATO. Uma peça teatral pode ter vários atos,
palavra que vem do Latim actus, “algo feito, parte de uma obra,
impulso”, de agere, “levar a, guiar, colocar em movimento”. Já a
palavra PÚBLICO – que, sem ele não há teatro; vem do Latim publicus,
“relativo ao povo”, de populus, “povo”. Também adquiriu o significado
de “aberto a toda a comunidade”, em oposição a “privado”.
Todo
artista possui seu grupo de fãs, ou seu fã-clube. E é claro que estes, não há
ator ou artista que sobreviva. “Fã” é um encurtamento de “fanático”, que veio
do Latim fanaticus, “louco, entusiasta, inspirado por algum
deus”, originalmente “relativo a um templo”, fanum. Quem não atendia
a certas exigências religiosas estava “à frente” do templo, ou seja, fora
dele: profanum, que originou nosso “profano”.
Todo teatro, principalmente, com
influências do teatro italiano, possui seus camarotes, que sempre funcionou
como o lugar dos mais abastados de cada sociedade. Neste caso, CAMAROTE – é um
diminutivo de “câmara”, derivado do Latim camara, “quarto com teto
recurvo”, do Grego kamara, idem, de uma base Indo-Europeia kam-,
“arco”.
A tragédia grega, primeiro gênero teatral,
tinha como ponto de partida o coro, e em muitos casos, esse conjunto se tornava
um personagem. CORO, vem do Latim chorus, “dança em círculo, grupo de
pessoas que cantavam numa tragédia”, do Grego khoros, “grupo de
dançarinos, dança, piso para dançar”, de uma fonte Indo-Europeia gher-,
“rodear”.