ARTE
DRAMÁTICA
Na arte dramática as palavras deixam de serem
signos arbitrários para converterem-se em signos maturados de objetos
arbitrários. Cada letra é um signo e ao juntarmos esses signos, deveremos
seguir alguns códigos e regras juntando-as e formando as palavras que por sua
vez são relacionadas a determinados objetos ou sensações.
Aqui se pode encontrar a grande diferença
entre dramaturgia e encenação. Se por um lado, a dramaturgia refere-se à
literatura propriamente dita, por outro, a encenação por sua vez, está
estritamente ligada ao movimento e à ação. Portanto, estamos enfocando aqui
duas obras completamente distinta. A dramaturgia é literatura; a encenação é
ação, é teatro.
Na poesia dramática, o mais importante
está nos gestos, ou seja, no movimento e na ação, como também nas palavras
criadas para explicar esses gestos. O drama é a representação de uma ação
concluída e não o começo de uma ação, como acontece com a poesia lírica. Se há
signos linguísticos para a literatura, também há signos para a encenação de uma
peça teatral, obviamente.
O drama exige unicamente a unidade de
ação; a unidade de tempo e de lugar. Paralelamente, o ator tem que saber e
entender essas três dimensões. Quem sou eu? O que estou fazendo? E em qual
momento histórico me encontro e em qual espaço geográfico estou realizando
determinada ação?
A arte é a imitação da realidade e cada
obra de arte alcança seu autêntico espaço estritamente por meio do seu conteúdo
e de sua estrutura visível, que se insere no seu ritmo intrínseco evocado por
dominantes espaciais e temporais.
Quando um ator se apresenta diante de um
público ou fala diretamente (como no teatro dialético) esses recursos
estilísticos não só modificam o espaço, mas toda a relação do significando com
o significante. Certamente que hoje se faz muito mais esforço para alcançar a
relativa autonomia do teatro contemporâneo, sua funcionalidade e sua
praticidade. Já não mais parece ser como um fragmento ilusório de vida,
casualmente presenciado pelos espectadores.
E a perfeição técnica não é mais um padrão
de qualidade artística e sim pura e simplesmente o resultado da habilidade
profissional em um terreno artístico determinado. Penso, porém que as obras de
arte plenamente originais são aquelas que conservam certo grau de excelência e
atributos individuais dos artistas. No caso, a originalidade poderia ser
equivalente a uma individualidade excepcionalmente criativa.