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terça-feira, 26 de dezembro de 2023

UM FELIZ NATAL

 

 

          Apesar de tudo que vem acontecendo no mundo e, principalmente nas guerras que nunca chegam a um fim, como no caso da guerra entre Rússia e Ucrânia, como também, entre Israel e o Hamas, é fato que há uma necessidade maior de termos que olhar sempre para o futuro. De qualquer forma, agradecermos pelos que ainda estão conosco, desbravando essa saga do caminhar e do enfrentar as vicissitudes da vida. Não é hora de desanimar! Estamos no final de mais um ano, que foi difícil para todos nós. Mas chegou o momento de refletirmos sobre tudo isso. Claro...! Também precisamos comemorar e, cada um a seu modo, abraçando seus familiares e amigos. 

     O maior desejo de todas as pessoas, é saber da conquista de seus objetivos, de seus desejos, de sua vida. O Natal nos traz muita alegria a cada final de ano. É um ótimo momento de reflexão sobre um pequeno espaço de tempo que passou, ou seja, pelo qual nós passamos com vida, ilesos. Esse tempo refere-se ao espaço de praticamente 365 dias consecutivos, ou seja, um ano.

         Sem esquecer as modificações que aconteceram interiormente em nós mesmos. Às vezes algum problema de saúde, questões profissionais e tantos momentos difíceis que passamos. Mas, também foi um tempo em que nos trouxe muitas alegrias.  Alegria de ter lançado livros, alegria de ver o filho ser aprovado na escola, alegria de estar vivendo momentos felizes com quem se ama, entre outras sensações de alívio que necessitamos.

     O Natal é uma festa comemorada em todo o mundo; quantos de nós está falando a mesma língua? FELIZ NATAL, FELIZ NAVIDADE, JOYEUX NÖEL, MERRY CHRISTMAS, são alguns dos recados mais difundidos neste natal em todo o mundo. E assim vamos nos confraternizando, cada país do seu modo, cada povo de acordo com suas crenças e suas culturas, apesar deste momento de tanta guerra.

     Natal significa nascimento, nascimento de Jesus que tanto batalhou para a igualdade do povo do seu tempo e da atualidade. Verdadeiro revolucionário de sua época. E hoje, e sempre comemoramos em função deste símbolo de ser humano.

     Todo natal nos traz esperanças de um mundo melhor, de alegria, de união entre os povos. Refletimos sempre para o bem da humanidade. Como é bonito todos juntos com suas famílias, revendo uns aos outros, pessoas que há tempo não mais havíamos visto, tudo isto faz parte do semblante natalino.

     Tempos atrás ficávamos felizes ao receber um cartão de natal pelos correios, mas, hoje os meios tecnológicos como as redes sociais em muito contribuem para uma aproximação das pessoas, mas, ainda deixa um vazio em relação à vida presencial quando você toca e abraça seu amigo ou amiga de tempos antanho. É a vida...! É a vida...! É a vida...! Desejo a todos que conheço e aos que não tive a oportunidade ainda de conhecer, tudo de bom neste natal, muita saúde, paz e que tenhas conquistado seus objetivos neste ano que está terminando. Para todos UM FELIZ NATAL.

 

                                                                                                    

 

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

ETIMOLOGIA E TEATRO

 

 

     O teatro surgiu na Grécia antiga há quase três mil anos. Durante toda a história do homem há uma relação intrínseca entre a vida e a arte. Relacionaremos em seguida algumas palavras ligadas ao teatro e suas principais origens.

     A palavra TEATRO vem do Latim theatrum, do Grego theatron, que significava literalmente “lugar para olhar”, de theasthai, “olhar”, mais tron, sufixo que denota “lugar”. O sentido de “lugar onde transcorre a ação” se aplicou também aos feitos militares, daí o nome “teatro de operações” para uma área onde há luta armada.

     ANFITEATRO também vem do Latim amphiteatrum, do Grego amphiteatron, que significa “local de espetáculos duplo, com espectadores dispostos de ambos os lados do palco”, de amphí-, “dos dois lados”, mais theatron, local de onde se vê. Inicialmente os teatros possuíam assentos apenas no lado voltado para o palco, seguindo a arquitetura do teatro grego. É ainda o caso da maioria ou todos os nossos teatros atuais. Os atuais estádios de futebol são hoje os nossos verdadeiros anfiteatros.

     O termo COMÉDIA vem do Grego komoidia, “espetáculo divertido, comédia”, de komodios, “cantor em festas”, de komos, “festa, farra”, mais oidos, “poeta, cantor”.  Este termo passou por uma fase em que era usado para designar “poema narrativo”, o que é a razão de o livro de Dante Alighieri, “A Divina Comédia”, ter esse nome.  

     TRAGÉDIA deriva do Grego tragoidia, que significa “peça ou poema com final infeliz”. Aparentemente deriva de tragos, “bode”, mais oidea, “canção”. Ao pé da letra poderíamos dizer “a canção dos bodes”, e isso viria do drama satírico, onde os atores se vestiam de sátiros, com suas pernas cabeludas e chifres de bode. 

     Da mesma forma, DRAMA também deriva do Grego drama, “peça, ação, feito” (especialmente relativo a algum grande feito, fosse positivo ou negativo), vem de drao, “fazer, realizar, representar, lutar”.

     PLATEIA – ao que tudo indica, deriva do Grego platea, que significa “largo e plano”. Inicialmente designava o lugar onde ficavam os músicos e se estendeu depois, em prédios diferentes dos teatros gregos, à parte onde tomam assento os espectadores.

    PALCO – do Italiano palco, “estrado, tablado”, do Lombardo palko, “trave, viga”. Seu sentido se estendeu depois ao de “tablado sustentado por vigas” e mais tarde a “estrado ou palco designado para apresentações artísticas”.

     CENA – do Latim scaena, “palco, cena”, do Grego skena, de mesmo significado, originalmente “tenda, cabana”, relacionado a skia, “sombra”, pela noção de “algo que protege contra o sol”.

     Para quem trabalha na área do teatro conhece bem os termos acima, o mais interessante é entender a origem dessas palavras, para a partir daí, entender o porquê do uso corrente e atual das mesmas, pelos profissionais da área teatral.

 

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

TEATRO FILOSÓFICO

 


                     

     Aristóteles considerava que era a ação e não o caráter, o ingrediente básico do drama, e que o caráter está subordinado às ações. Um dos princípios mais famosos da Poética, se refere à purificação das emoções através da piedade e do terror. Aristóteles deu nome de “peripeteia”, (peripécia), à intromissão de um acontecimento repentino que afeta a vida do herói e conduz a ação numa nova direção. O que é complementado com a “anagnorisis” ou cena de reconhecimento, como se fosse o encontro inesperado de amigos e inimigos.

     Aristóteles teve a vantagem de estudar o teatro logicamente, no entanto não conseguiu realizar tal façanha em nível sociológico. Em sua obra não fez menção aos problemas sociais ou morais que foram tratados pelos poetas gregos. Por outro lado, percebe-se que Aristóteles é a bíblia da técnica dramática.

     Já Hegel desenvolveu um método dialético que concebe a lógica como uma série de movimentos em forma de teses, antíteses e sínteses: a tese é a tendência original, o estado de equilíbrio; a antítese é a tendência oposta ou perturbação do equilíbrio e a síntese é a proposição unificadora que inaugura um novo estado de equilíbrio.

     A contradição, disse Hegel, é a força que move as coisas e não há nada que não esteja se transformando, que não ocupe uma posição intermediária entre ser e não ser. Hegel substituiu o método estático de investigação, pelo dinâmico. Enquanto Hegel acreditava num universo racional, Schopenhauer considerou a vontade emocional e instintiva como base para suas reflexões.

     Portanto, para que haja representação se faz necessário a contradição, e é por isso que o drama e a tragédia revelam o protagonista e o antagonista, não fosse isso, a ação não se desenrolaria. A psicologia shakespeariana foi uma clara ruptura com a Idade Média, e expressava diretamente as responsabilidades e relações que caracterizariam o novo sistema econômico. Sendo assim, ele retira de cena o deus que descia nas máquinas gregas, e nas suas tragédias, quem tem que resolver os problemas terrestres são os próprios homens, mesmo que tenha que resolva de uma forma trágica, como se dá em Romeu e Julieta.

     Para analisar o método do artista, o crítico deve possuir um método, um sistema de ideias. Sendo assim, as tragédias de Corneille e Racine estavam baseadas na filosofia social da aristocracia. As obras desses dois autores, é a dramatização do absolutismo, período do reinado de Luís XIV. Aqui se pode observar que o drama teve seu valor social, deve tratar de gente cuja posição social na vida e cujas atitudes sejam compreensíveis para o público. De toda forma, as leis dessa técnica são psicológicas e só podem ser compreendidas penetrando na mente do dramaturgo.

 

 

 

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Teatro e Modernismo

 


     O teatro de entretenimento chegou ao seu auge com grande número de casas de espetáculos como: teatro, cafés-concerto, circos, entre outros. Eram tipo de apresentações que ofereciam muita descontração para o público presente, além de poderem beber e comer à vontade. Era época de intensa movimentação de espetáculos e públicos que vinham ver as meninas cantando e dançando com muito brilho e felicidade. As revistas de ano, vaudevilles, operetas e mágicas atraíam muita gente às casas de espetáculos.

     Ao longo desse período, a revista de ano vai se modificando; se transforma na revista carnavalesca, que foi perdendo seu enredo de retrospectiva, desembocando num espetáculo com quadros estanques. Um dos fatores em que começa a acender a luz do pré-modernismo é o surgimento do empresário teatral Paschoal Segreto. Antes dele, a grande maioria dos empresários também atuavam nos espetáculos de suas próprias companhias. Esse novo tipo de empresário começou a ter um olhar diferente em relação às produções de seu elenco. Ele apenas produzia, não se envolvia diretamente com o espetáculo.

     A partir do início do século XIX, o teatro brasileiro concentrou-se mais praticamente na cidade do Rio de Janeiro. Distante das propostas de vanguarda, o teatro vinha se preocupando muito mais em atender a massa com um produto comercial e que gerasse dinheiro. Enquanto o teatro estava tentando imitar o cinema, nascia o palhaço Piolim, que foi considerado como artista que representava a autêntica arte brasileira, em função da sua facilidade de improvisação.

     O Rei da Vela, escrita em 1933 e publicada em 1937, é uma das principais peças do modernismo. Nela, Oswald de Andrade revela a exploração capitalista, mostrando as transações bancárias como meio de enriquecimento fácil, e a dependência do país em relação às grandes potências do mundo moderno. Mário de Andrade, um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna, em muito contribuiu para o desenvolvimento do teatro, numa perspectiva de esquecimento do passado, e a busca de um mundo moderno. Ele se dedicou a escrever sobre a mudança da arte antiga para uma arte moderna.

     De qualquer forma, infelizmente o teatro não foi tão representativo no período da Semana de Arte Moderna de 1922, fato que aconteceu mais especificamente com as artes visuais. O maior representante do Teatro Moderno viria a acontecer, sem dúvidas, basicamente, no ano de 1943, com a montagem da peça Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues.

     Vestido de Noiva, foi montada pelo grupo Os Comediantes e teve sua estreia em 28 de dezembro de 1943, que aconteceu no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com texto do então desconhecido Nelson Rodrigues, tendo cenários de Santa Rosa e direção de Ziembinski. Assim, pode-se ter como ponto de partida que o elenco de Os Comediantes, como também o autor, Nelson Rodrigues, o diretor, Ziembinski e o Cenógrafo Santa Rosa, estavam com decisões certas e no lugar certo. Não é à toa que, Vestido de Noiva é reconhecida como o marco fundamental do teatro moderno brasileiro.