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segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Teatro e Modernismo

 


     O teatro de entretenimento chegou ao seu auge com grande número de casas de espetáculos como: teatro, cafés-concerto, circos, entre outros. Eram tipo de apresentações que ofereciam muita descontração para o público presente, além de poderem beber e comer à vontade. Era época de intensa movimentação de espetáculos e públicos que vinham ver as meninas cantando e dançando com muito brilho e felicidade. As revistas de ano, vaudevilles, operetas e mágicas atraíam muita gente às casas de espetáculos.

     Ao longo desse período, a revista de ano vai se modificando; se transforma na revista carnavalesca, que foi perdendo seu enredo de retrospectiva, desembocando num espetáculo com quadros estanques. Um dos fatores em que começa a acender a luz do pré-modernismo é o surgimento do empresário teatral Paschoal Segreto. Antes dele, a grande maioria dos empresários também atuavam nos espetáculos de suas próprias companhias. Esse novo tipo de empresário começou a ter um olhar diferente em relação às produções de seu elenco. Ele apenas produzia, não se envolvia diretamente com o espetáculo.

     A partir do início do século XIX, o teatro brasileiro concentrou-se mais praticamente na cidade do Rio de Janeiro. Distante das propostas de vanguarda, o teatro vinha se preocupando muito mais em atender a massa com um produto comercial e que gerasse dinheiro. Enquanto o teatro estava tentando imitar o cinema, nascia o palhaço Piolim, que foi considerado como artista que representava a autêntica arte brasileira, em função da sua facilidade de improvisação.

     O Rei da Vela, escrita em 1933 e publicada em 1937, é uma das principais peças do modernismo. Nela, Oswald de Andrade revela a exploração capitalista, mostrando as transações bancárias como meio de enriquecimento fácil, e a dependência do país em relação às grandes potências do mundo moderno. Mário de Andrade, um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna, em muito contribuiu para o desenvolvimento do teatro, numa perspectiva de esquecimento do passado, e a busca de um mundo moderno. Ele se dedicou a escrever sobre a mudança da arte antiga para uma arte moderna.

     De qualquer forma, infelizmente o teatro não foi tão representativo no período da Semana de Arte Moderna de 1922, fato que aconteceu mais especificamente com as artes visuais. O maior representante do Teatro Moderno viria a acontecer, sem dúvidas, basicamente, no ano de 1943, com a montagem da peça Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues.

     Vestido de Noiva, foi montada pelo grupo Os Comediantes e teve sua estreia em 28 de dezembro de 1943, que aconteceu no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com texto do então desconhecido Nelson Rodrigues, tendo cenários de Santa Rosa e direção de Ziembinski. Assim, pode-se ter como ponto de partida que o elenco de Os Comediantes, como também o autor, Nelson Rodrigues, o diretor, Ziembinski e o Cenógrafo Santa Rosa, estavam com decisões certas e no lugar certo. Não é à toa que, Vestido de Noiva é reconhecida como o marco fundamental do teatro moderno brasileiro.

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