Durante toda minha vida, já ouvi muito as
pessoas falarem do dilúvio, começando desde menino, claro; primeiro em casa,
ouvindo meus pais, depois nas aulas de catecismo. Aquelas conversas me deixavam
muito atordoado, com medo de que acontecesse novamente. Aliás o dilúvio é
citado nas mais diversas sociedades primitivas, isoladas ou não, por quê?
Na Bíblia há relato de um dilúvio,
encontrado no Gênesis. Em função do estado pecaminoso da humanidade, ele
resolve inundar a terra para dizimar os maus e ficarem os justos, como Noé e
sua família. Neste caso, Noé recebe instruções para construir uma arca, que
coubesse toda sua família e um casal de todos os animais que existiam na terra.
Acontece que muito antes da Bíblia, os
sumérios já haviam feito este relato, que está escrito em pequenos tabletes de argila
com letras cuneiforme. Nas Aventuras de Gilgamesh, pode-se observar que: logo após o dilúvio, as comunidades ao
Sul da Babilônia, onde se localizava a Suméria, ficaram em luto. Desolados, sem
alimento e com dificuldade para se restabelecerem, passaram a ser atacados por
povos vizinhos.
Vejo o coronavírus como o dilúvio sem águas, um dilúvio seco, um dilúvio
contemporâneo. Sim! porque nos traz e nos impele a momentos de muita análise e reflexão.
Primeiro por ser algo tão pequeno, microscópico, invisível a olho nu, mas que
causa tanto estrago. Dai observar também o adágio popular que “tamanho não é
documento”, e ainda, “de onde menos se espera é de onde mais sai.”
Nesses tempos de pandemia de coronavírus, devemos e precisamos ficar em
casa. Um vírus tão pequeno que parou o mundo. Quem diria! Mas é verdade. Não há
vacina, não tem cura, ataca os pulmões, as autoridades ficam de mãos atadas, e
qual o principal remédio? Ficar em casa. E isto não é apenas um conselho, é o
dever do cidadão ficar em casa, em reclusão no seu próprio ninho, antes que
algum gavião venha o destruir.
E
essa não é a primeira vez que acontece de um pequeno vírus que abalar o mundo, por
exemplo, na Europa do século XIV, houve a proliferação de uma doença causada
pelo bacilo Yersinia pestis, mais conhecido como a pandemia da peste negra. Não
precisa ir muito longe, em 2013 aconteceu na África a epidemia do Ebola; a
gripe suína em 2009; ou a pandemia da aids na década de 1980. Quem viveu à
década de 1980, sabe muito bem os estragos que causara a aids, inclusive, um
dos símbolos de resistência pública dessa pandemia, foi o cantor Cazuza.
Nesses
momentos difíceis dessas provas naturais, muito se tem a aprender. Percebe-se
que um pequeno vírus destrói qualquer sistema econômica, como o que vem
acontecendo com a queda das bolsas de valores em todo o mundo. Momento que
também a COVID/19 nos mostra que o ato de consumir não é o ideal, mas sim, que
o principal valor do homem está na sua saúde. Portanto, nesses dias de pandemia
do coronavírus, o melhor remédio se enclausurar na sua própria residência. Não
tenha dúvida, fique em casa.