Em função das comemorações das Festas Juninas, este final de semana tem
sido muito movimentado no nordeste brasileiro e, principalmente nas cidades de
Campina Grande na Paraíba, e Caruaru em Pernambuco. Infelizmente apenas essas
duas cidades se projetam em nível de Brasil, a primeira com seu Maior São João
do Mundo, e a segunda como a Capital do Forró. Claro que essas cidades vendem
turisticamente as festas juninas, mas é importante entender que há uma
infinidade de outras pequenas cidades que também produzem suas festas de São
João, com muito orgulho e muito mais próximo do matuto e do forró de pé de
serra.
Se isto acontece em relação à cultura nordestina, de fato, também ocorre
em relação ao norte do Brasil. A maior procissão religiosa com grande concentração
de pessoas, acontece no Círio de Nazaré, em Belém do Pará. Festividade
totalmente turística, tendo em vista que milhares de pessoas se dirigem ao Pará
para participar da mesma. Mas o nortista sabe que há uma imensidão de pequenas
cidades espalhadas pela região que também realizam procissões em homenagem à
referida santa. Portanto, nosso país conhece, por um lado, os festejos juninos
e, por outro, os festejos à Virgem de Nazaré.
Mesmo
sendo na atualidade uma dança popular, é bom lembrar que a quadrilha que era
muito difundida na França, foi inicialmente dançada na corte francesa. Em
seguida, no campo entre os agricultores e seus familiares. Com a descoberta do
novo mundo, os costumes e a cultura europeia vieram juntos. Foi assim que se
consagrou as quadrilhas mais antigas que traziam muitas palavras francesas e
que foram ao longo do tempo sendo aportuguesadas aqui no Brasil.
Alavantú,
vem do francês “en avant tous” (todos para a frente); changê de damas e changê
de cavalheiros, vem do verbo “changer” que significa trocar, neste caso, trocar
de damas e trocar de cavalheiros. Anarriê, também é do francês “en arrière”
(todos para trás); e Otrefuá, do francês “autre fois” que significa
outra vez.
O que
não havia na quadrilha francesa e que foi adaptado pelo povo brasileiro, foi a
encenação do casamento matuto, neste caso a quadrilha gira em torno desse
casamento matuto na roça, em que o noivo é obrigado a casar pelo pai da noiva,
que com uma espingarda apontada para a cabeça dele, o obriga definitivamente a
aceitar o casamento.
O
prenúncio das festas de junho tem início no dia 19 de março, dia de São José, esse
é um dia de fundamental importância para o nordestino, porque marcar o dia da cultura
e plantação do milho, visto que, praticamente, com mais três meses estarão
prontos para a colheita, dias antes do São João. As festas juninas são
comemoradas no dia 13, em homenagem a São Pedro, santo casamenteiro, quando na
véspera se comemora o dia dos namorados; o dia de São João, 24, é o dia mais
comemorado, tradicionalmente há fogueiras, queima de fogos e impera a comida
derivada do milho, inclusive porque é período de colheita. Dia 29 comemora-se o
São Pedro que também é muito lembrado nas pequenas cidades do interior. Este
ciclo só vai se encerrar em 26 de julho, dia de Santa Ana. Nesse período, não
se toca outra música a não ser o forró. Enfim, o São João tem o mesmo
significado para o nordestino, da mesma forma que o Círio de Nazaré para o amapaense.