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terça-feira, 20 de junho de 2023

ZEUS NÍSIO

 

 

     Do ponto de vista religioso e mitológico, como Dioniso era seu filho bastardo, para escondê-lo da fúria de Hera, Zeus o levou para o Vale do Nisa e, na ocasião, o entregou às ninfas para que o criassem. Ele pede para que a criança seja criada em sigilo e com roupas femininas, sendo assim, foi criado como mulher, para confundir Hera. As ninfas Asterias, Híades, filhas de Atlas e irmãs de Hías, foram as responsáveis para cuidar da criança. Elas representam as estrelas que orientam as navegações. Dioniso têm sua geração pari passu, no homem e na mulher, visto que passou seis meses no ventre de Sêmele e três, na coxa de Zeus. Criado envolto a esses dois mundos: o mundo dos homens e das mulheres, por muitos, ele foi considerado um hermafrodita. Desta feita, o bebê cresceria e se tornaria conhecido como Dioniso, deus do vinho, da fertilidade e do êxtase. 

     Em Nisa, seu principal educador foi Sileno, conhecido como o “pai dos sátiros”. Quando sóbrio, revelava-se um notável filósofo, porém, vivia ébrio em sua maior parte do tempo. Lá, Dioniso aprendeu a tocar flauta; além de ter conhecido a videira, também se dedicou à ciência que estuda os mecanismos de conservação e produção do vinho. Como o nome Zeus também podia ser escrito Dios, logo, o nome do filho de Zeus passou a ser conhecido como o Zeus de Nisa, o Zeus Nísio, ou apenas Dios, mais Niso, igual a Dioniso. Nisa era uma montanha da Beócia, localizada na região central da Grécia, onde Dioniso foi criado. Lá também havia os Campos Elísios, ou seja, o paraíso grego. Em função de sua enigmática saga, Dioniso se tornou o único Deus do Olimpo, filho de uma mortal. Como se pode observar, Dioniso conheceu várias faces de mundos. Conheceu o mundo dos homens porque foi gerado na coxa de Zeus, e conheceu o mundo das mulheres porque, para escapar de Hera, foi enviado para ser criado como mulher, no meio das mulheres, no vale do Nisa.

     Sendo sempre perseguido, a ira de Hera o fez enlouquecer, transformando-o num bacchos, ou seja, alguém “sem razão.” À vista disso, possivelmente Roma se apossou desse termo e passou a denominar seu Deus do vinho. Baco deriva do grego Bákxos ou Bakkhos, que significa “comer”, e simboliza o fogo que consome e deglute os sacrifícios durante o culto. Sem razão, sem rumo e sem destino, Dioniso passou a ser cigano andarilho, perambulando por vários países como Egito, Síria, Ásia Menor, entre outros. 

       Mas, foi na Frígia que a Deusa Cibele, o purificou e o curou, iniciando-o nos seus mistérios. Na cidade de Tebas, conseguiu introduzir as bacanais. Fato que está amplamente divulgado no texto dramático “As Bacantes”, de Eurípedes. Nas suas aventuras, com seus bacanais, Dioniso, sempre deixava as mulheres enlouquecidas, como ocorreu em Tebas e Argos. Esses cultos, com seus mistérios orgiásticos e orgásticos, se propalaram em várias latitudes até chegar ao Império Romano, que o recebeu com a denominação de Baco.

    

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