Ao longo desses vinte e cinco anos venho
me dedicando como profissional da educação e como professor pesquisador, na
Universidade Federal do Amapá. Venho acompanhando todo o processo de
crescimento de nossa universidade. Quando aqui cheguei, só havia nove cursos de
graduação, ou seja, a instituição estava embrionária. Nessa época havia três
professores mestres e nenhum professor doutor muito menos um professor titular.
Isso era impensável há vinte e cinco anos atrás.
A carreira acadêmica inicia com professor
auxiliar, depois professor assistente; em seguida, professor adjunto; depois
professor associado; culminando com o último grau da carreira que é o professor
titular. Para chegar a ser professor titular é preciso o candidato ser doutor e
ter produção acadêmica. Há dois caminhos para se chegar lá; através de concurso
público ou a partir da carreira acadêmica.
O candidato terá que encaminhar processo com memorial descritivo e
comprovação de toda sua produção acadêmica. Os memoriais têm longa tradição Brasil,
constituem-se em documentos que expõem trajetórias de professores
universitários para fins de concursos ou de progressões ao longo das suas
carreiras. No caso específico das universidades federais e da progressão para a
classe de Professor Titular a ampliação do acesso a esse nível da carreira é a
resultante de uma greve do movimento docente. Entre as concessões ao Estado e
as conquistas da categoria, essa greve garantiu que todos os professores que
alcançarem o nível de Professor Associado IV possam pleitear essa ascensão na
carreira horizontal.
Os memoriais são escritos na primeira pessoa do singular, da mesma forma
que as cartas, as confissões, os diários e as memórias. Esse gênero de escrita
de si expõe as razões do sujeito na sua parcialidade e subjetividade. Trata-se
de um gênero que produz um certo grau de desconforto entre os pesquisadores
acadêmicos, uma vez que, por razões de ofício, esses aprenderam a escrever na
terceira pessoa do singular ou na primeira pessoa do plural, na pretensão de
produzir os efeitos de imparcialidade e impessoalidade.
A universidade Federal do Amapá, possui
atualmente três professores titulares; Professora Doutora Julieta Bramorski;
Professor Doutor José Carlos Tavares; a partir de concurso público; e Professor
Jadson Porto, através da carreira acadêmica. Todavia na próxima semana há a
hipótese de que mais dois professores possam chegar a este topo, sendo:
Professor Doutor Romualdo Palhano, cujo cerimonial acontecerá dia 11 do
corrente mês (quarta-feira) e Professor Doutora Rosemary Ferreira de Andrade,
que acontecerá no dia 12 (quinta-feira) também neste mês de setembro. Isto
significa dizer que a UNIFAP finalizará este ano com cinco professores
titulares, o que é muito importante para nossa instituição.