No teatro de Dionísio a pista de danças
era maior que a de qualquer outro teatro: um círculo completo de 24 metros e
nela não existiam cenários. À medida que surgiram os autores trágicos esse
modelo foi se complementando. Construindo máquinas para obter efeitos
românticos, já com esboço de cenário, ao fundo; aproveitando as cores das
vestes e fazendo salientar a beleza das massas no ritmo das danças, Ésquilo deu
um passo à frente no arcabouço geral do drama grego. Para Anna Mantovani: “a cenografia existe desde que existe o
espetáculo teatral na Grécia Antiga, mas em cada época teve um significado
diferente, dependendo da proposta do espetáculo teatral”.
Sófocles aparece, no mundo da técnica como
o criador do terceiro ator. Muitos autores dão também a Sófocles a primazia na
criação da pintura cênica. Eurípedes modificou o princípio e o fim da Tragédia,
mas a mise-en-scène permaneceu a mesma. O cenário da Antiguidade era fixo,
tinha poucos elementos e servia de ornamentação para a cena.
No cenário clássico grego, havia três
portas, as duas laterais serviam para a entrada dos atores coadjuvantes, e a
porta central era em especial para a entrada e saída dos personagens
principais. Deus ex-machina é uma expressão que significa, o deus que
desce pela máquina, e surgiu praticamente, a partir dos textos e espetáculos
montados pelo tragediógrafo Eurípedes.
Em Roma, a cena apresentava uma ordem de
colunas superpostas e de arcos, através dos quais se viam os cenários. Havia
três tipos de cenários: para a Tragédia as laterais apareciam com edifícios ao
fundo, comumente era um palácio ou um templo. Para a Comédia o cenário era ruas
e praças públicas, enquanto que para as composições Satíricas resumiam-se em
cavernas, bosques, montanhas, em suma, uma paisagem.
Na Idade Média usavam-se dois tipos
de cenários: a carreta onde se mostravam aos espectadores os vários lugares da
ação: e o da cena simultânea, na qual se viam os diversos lugares da ação,
simultaneamente. Esses cenários terminavam pelas suas extremidades em duas
torres: uma representando o paraíso e a outra o inferno. O espetáculo nesse
período foi apresentado primeiro nas igrejas e posteriormente nas praças.
O Renascimento na Itália trouxe os
cenários construídos em três dimensões. Mas o grande teórico da construção
teatral nessa época foi Serlio que construiu um teatro dividido em duas partes:
plateia e cena. É no Renascimento que começa a surgir um novo cidadão. É o
homem saindo da Idade Média e entrando na Idade Moderna. Toda Europa passou por
uma grande renovação política e social.
O teatro que era feito nas igrejas e
praças, passa também a acontecer dentro dos palácios e castelos. Os
Aristocratas constroem suas próprias salas de espetáculos. E paralelamente
entre os palácios, castelos e as ruas, começam a aparecer as primeiras casas de
espetáculos daquele tempo.