Na vida, no ciclo vital, há coisas
que não se explicam, apenas se vivenciam. Só isso! O conselho é bom, explica,
dirige, indica, dar uma luz, mas, em muitos casos, é imprescindível a
experiência (in loco), para podermos entender o sentido da vida. E é assim que
a juventude entende. Para ela, muitos dos conselhos dado pelos mais velhos, são
tradicionais, ultrapassados e fora de época. Quando não se houve conselhos, um
dia aquele jovem irá vivenciar determinadas situações que ele jamais imaginaria
que poderia acontecer consigo mesmo.
Certa vez, em meio ao meu curso de
doutorado, estive em Macapá para dar continuidade à minha pesquisa, era um
momento de muito trabalho, mas, muitos dos meus amigos, não me viam como um
pesquisador, mas sim, como um simples turista. Para eles, naquele momento, eu
estava apenas passeando e turistando nas terras tucujus. A única resposta que
eu podia dar, era: - Quando você estiver realizando um doutorado, você jamais
vai fazer essa correlação entre um doutorando e um turista.
Em cada estágio, a vida nos presenteia,
com momentos específicos, e é importante respeitarmos cada fase do ciclo vital.
Na juventude, não há lugar para determinadas coisas, visto que o jovem pensa
definitivamente no presente, não há passado, e poucos pensam no seu próprio futuro.
Leva-se em consideração o momento, o viver e curtir a vida. Embora muitos pais
não percebam, é em função disso que começa a surgir entre pai e filhos, o
conflito de gerações. O pai pensa que o filho não sabe enfrentar a vida, e o
filho vê o pai como uma pessoa tradicional e retrógrada.
Quando jovem, eu também jamais pensava em
ser pai. Mas, há o momento em que se começa a namorar, noivar e depois, casar.
Durante todo esse período da vida, alguns questionamentos em relação a esse
tema (ter filhos ou não), e isso começa a surgir, principalmente em relação à
mulher. Quando meu primogênito nasceu, confesso que ainda não expressava a
vontade de ser pai, mas por dentro, meu coração já estava muito ansioso para
gerar ter um filho em meus braços.
Se tornar pai, não é tão simples como se
pensa, além da responsabilidade, em todos os sentidos, seu caminhar muda
completamente, sua vida se transforma, você começa a aprender com seu próprio
filho. Não só isso, muda-se toda estrutura familiar, você se torna pai, sua
companheira se torna mãe, seus irmãos se tornam tios e tias, e seus pais se
tornam avós. É uma quebra de paradigmas muito grande, que vai refletir em toda
a família. Alguns de seus melhores amigos da juventude se tornam padrinhos, compadres
e comadres, e terminam se agregando à família.
Como pai, é importante acompanhar todos os
passos de seu filho, estar sempre presente em todos os momentos, compartilhar
dúvidas, ensinar, aprender, vivenciar as curiosidades, principalmente na fase
infantil. Nas fases da adolescência é natural que o jovem comece a procurar sua
turma de amigos e se distanciar um pouco dos pais. Todo esse acompanhamento na
família contribuirá para que o adulto tenha vida própria. Todo pai precisa
entender que seu filho, não é sua propriedade particular, visto que ele é outra
pessoa, terá sua própria personalidade, crescerá, e no futuro terá sua vida
própria. Há um ditado chinês que diz o seguinte: primeiramente ensinamos nossos
filhos a andar, depois, a voar alto. Concordo plenamente.
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