É ledo engano para quem pensa que o teatro
é apenas entretenimento. Ao longo da história, essa arte vem dando sua
contribuição em todos os níveis sociais. Além de entretenimento o teatro também
informa, educa, contribui nas decisões políticas e sociais, a partir de seus
espetáculos políticos que denunciam os problemas da sociedade e do seu meio.
Entre tantos dramaturgos e encenadores que
se dedicaram ao teatro político, podemos enfocar que já na década de 1940
Samuel Beckett fazia isso. Ele retratou questões políticas e psicológicas em
sua famosa peça “Esperando Godot”, que reconhecida como um ícone do teatro do
absurdo. Aqui ele denuncia o absurdo da condição humana, revelando o trágico da
existência. Mostra a angústia crescente do homem em relação ao mundo em que
vive.
Sua obra surge no pós-guerra, nesse
contexto do final da Segunda Guerra Mundial. A partir dos personagens Didi e
Gogo, ele mostra o homem isolado, perdido, e foca preocupação num simples par
de sapato que está muito apertado. Não há espaço geográfico definido. Os
personagens estão literalmente no meio de um caminho deserto e sem ninguém, sem
nenhuma referência. A única perspectiva é a esperança de encontrar Godot, que
também nunca chega.
O brasileiro Plínio Marcos, um dos
dramaturgos mais perseguidos na ditadura militar, em sua obra também faz
denúncias sociais. Um de seus textos mais contundentes é conhecido como, “Dois
Perdidos Numa Noite Suja”, que também gira em torno de apenas dois personagens,
Tonho e Paco. Nesta peça o referido autor denuncia o submundo da periferia do
rio de janeiro e tem como fundamento em seus escritos, a inquietação, a
perplexidade e os limites do ser humano, no confrontamento da busca de uma vida
mais digna, no mundo social capitalista.
Não só questões sociais e psicológicas,
mas questões tradicionais, morais, familiares, e questões étnicas também são
fontes de inspiração para dramaturgos, com o sentido de denunciarem tais
atrocidades. Neste caso, citaremos outro brasileiro que em toda sua obra
denuncia principalmente as questões morais e psicológicas, que podemos
encontrar no texto “Vestido de Noiva”, de Nélson Rodrigues. Este espetáculo,
foi reconhecido como o ponto de partida do teatro moderno brasileiro. Aqui, ele
enfoca vários problemas contidos no cotidiano da sociedade carioca. Enfoca,
questões de incestos, homicídio em famílias ricas, entre outros assuntos.
Na França, vamos encontrar tais denúncias
na área das artes plásticas, a partir da obra de Toulouse Lautrec. Como Plínio
Marcos, Toulouse vivenciou vários cabarés de Paris, e como era pintor, se
transformou no principal artista, que a partir da pintura de vários cartazes de
shows desses cabarés, denunciou o submundo da cidade Luz. Sua obra revelou este
submundo, que a moral social de Paris escondia dos seus próprios olhos. O que
se pode observar entre esses dramaturgos e artistas é querer contribuir com a
própria sociedade, em busca de dias melhores.
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