Contatos

palhanojp@gmail.com - palhano@unifap.br

domingo, 17 de novembro de 2019

HISTORIETA DE MACAPÁ E O MITO DAS TRÊS PALMEIRAS



     No último dia 06 de novembro, numa quarta feira, me dirigi ao Teatro das Bacabeiras para prestigiar em “avant première”, o espetáculo musical “Historieta de Macapá”, que tem por base as obras: Macapá Capital do Meio do Mundo, de Herbert Emmanuel e Adriana Abreu; Uasei, o Livro do Açaí, este último publicado pelo IEPÉ, e ainda, informações coletadas sobre os saberes dos povos Karipunas, nas quais, relatam o mito das três palmeiras.
     Somando-se a tudo isso, a pesquisa artística e intelectual envolveu a literatura mitológica sobre lendas e mitos do Amapá e da Amazônia. E para realçar uma relação telúrica com as coisas tucujus, o grupo também se debruçou buscando relações intrínsecas entre o tema pesquisado e a música popular e genuinamente amapaense. Foi com esses ingredientes que o Grupo Teatral GTI, resolveu escrever o roteiro do referido espetáculo.
     Ao estudar e colocar todas essas fontes num grande caldeirão mágico, Bruno Peixoto (diretor), buscou criar sua mise em scène com um misto de música, dança, contação de histórias, projeções visuais e vários planos cenográficos, cenários, adereços e visualidades que são assinados por Paulo Rocha. Início e final do espetáculo nos mostra um ar televisivo e cinematográfico, quando apresenta os atores e várias outras imagens da cidade de Macapá, durante o desenrolar da peça.
     Quanto às projeções em espetáculos teatrais, isto nos remonta a Erwin Piscator, quando na década de 1920 do século XX, trouxe essa técnica em seus espetáculos, que era inovadora para a época, nos palcos alemães. Esse método influenciou o teatro europeu e americano. Piscator foi um dos mais importantes encenadores alemães do século XX.
     História de Macapá e o Mito das Três Palmeiras, é um espetáculo teatral que honra, eleva e engrandece a cidade de Macapá a um patamar que já havia sido feito pela música popular amapaense. Sendo assim, o que se traz para o palco é a cultura do Amapá, com base na literatura, na música, no ritmo e na dança das pessoas do lugar.
     O elenco é formado por Antoniele Xavier, Anderson Pantoja e Márcia Fonseca, que representam e cantam sucessivamente do início ao final da peça.  São esses artistas que buscam no palco, demonstrar seu carinho pela cidade do meio do mundo. Sem esquecer da ótima participação dos músicos e percussionistas Ícaro Bandeira e Marcos Guedes, que ao estarem localizados no plano alto, sempre estão presentes em cena com sonoplastia ao vivo, o que notadamente enriquece o musical.
     O que chama atenção no trabalho é a policromia e harmonia do conjunto cenográfico e sua intersecção com as projeções realizadas. Todavia, há que enfocar que infelizmente a iluminação não conseguiu alcançar e realçar perfeitamente este conjunto composto e disposto no palco. Por ser didático, o espetáculo será bem-vindo, principalmente nas cidades, escolas e comunidades do Amapá. Um verdadeiro presente para a sociedade amapaense. Uma demonstração de amor de como a arte, o teatro e a música amapaense vê e reverencia a cidade joia da Amazônia. Resumindo: o espetáculo é uma declaração de amor à Macapá.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

POEMAS E UM AMOR



     Este é o título do mais novo livro de poesias do meu amigo, poeta e confrade José Pastana, ou como todos conhecem, apenas poeta Pastana. Ele é uma figura que tem muita dedicação e apreço pelas artes e pela educação. Em relação às artes, penso que o que mais lhe fascina é a literatura, e de forma mais acirrada, a poesia. Sim! Porque Pastana é um poeta de mão cheia, visto que já publicou três livros, sendo este o quarto. Já participou efetivamente de várias coletâneas, e mais, é um dos únicos poetas que também já gravou um CD de poesias no Estado do Amapá.
     Há mais de vinte anos que conheço esse ilustre escritor, se não me falha a memória, foi lá pelos idos de 1996, num festival de poesias que acontecia no Teatro das Bacabeiras. Eu recém-chegado a Macapá, aproveitei e subi ao palco para recitar algumas poesias matutas. Apesar de que ainda não nos conhecíamos, foi a ela que pedi a permissão para entrar de última hora na programação. Prontamente fui atendido e percebi, todavia, a grande sensibilidade, motivação e dedicação do meu amigo Pastana, primordialmente para a poesia e literatura.
     Agora ele vem com seu “Poemas e um amor”, e é verdade! Nesta obra, o que mais Pastana enfoca é o amor. Amor pelos filhos e esposa, amigos, amor pela poesia e literatura, amor pela vida, amor pela cidade de Macapá. Tudo isso está inserido nesta nova obra do amigo e mecenas da arte, Pastana. Não é por menos, o que revela Rui do Carmo em seu prefácio, quando sublinha que: “navegar nas páginas de José Pastana é mergulhar em um mundo de lirismo amoroso de um coração apaixonado não só por sua amada, mas pela vida, pela arte de escrever. ”
      Nesta obra, o poeta Pastana expõe ao público várias poesias, poemas e alguns sonetos. Nesse trecho de “A Moça na Janela”, ele compara a moça à uma flor, e um abstrato e possível namorado à um simples e frágil e pequenino animal, quando diz:
Uma bela moça debruçada à janela
Uma rosa púrpura perfumada de amor
Que floresce pujante diante do arrebol
Beijada todos os dias por um beija-flor.

     Não dá para contar os movimentos e projetos culturais que Pastana tem participado ao longo desses anos. Fundador do Clube dos Poetas; participou do Conselho de Cultura por vários anos; foi presidente da Câmara de Letras e Artes, entre outras tantas atividades que tem participado e contribuído com seu conhecimento para as artes no Amapá. Foi e é atualmente o Gerente da Biblioteca Pública Elcy Lacerda. À frente desta Biblioteca, vem apoiando qualquer escritor que queira lançar seu livro. Se você tem o seu, passa lá e conversa com o Gerente Pastana, que será bem recebido. É de perceber que, ao longo desses anos, Pastana vem dando ótima contribuição para a arte e a educação em nosso Estado.