Cecília Palheta Lobo entrou no teatro
quase que por acaso, na época em que a professora Nazaré Trindade trabalhava no
SESC e estava montando o espetáculo “A Eleição”. Em função da falta de uma
atriz, foi convidada por Nazaré para participar da referida montagem. Leiga e
mesmo sem conhecer nada sobre teatro aceitou e passou a ensaiar no galpão do
SESC que se localizava na Rua Odilardo Silva.
Acompanhou a montagem ensaiando todas as
noites e participando de todas as apresentações. Foi no teatro, que ela
aprendeu a pesquisar, a conviver com os outros, técnicas novas, conversar com a
plateia, iluminação, sonoplastia e tudo o que envolve um espetáculo teatral.
Trabalhou com atores conhecidos como Raimundo Conceição e Marcio Bacelar. Para
ela, o SESC se transformou na grande oportunidade que a fez descobrir esse lado
artístico e teatral.
Num determinado momento de sua carreira,
Cecília Lobo percebeu que realmente havia se encaixado dentro do teatro, quando
num dos espetáculos a plateia a aplaudia de pé, como também em função da sua
criatividade os próprios colegas de trabalho a parabenizavam por sua desenvoltura
e construção da personagem.
Depois da peça “A Eleição” montou o
espetáculo chamado “Matinta Pereira”, quando interpretou o papel de uma vovó
contadora de histórias. Contava as histórias de Matinta Pereira que era
protetora da natureza. Depois de ter passado por essas duas peças, Cecília Lobo
apaixonou-se pelo que fazia e encarou o teatro com profissionalismo realizando
vários outros trabalhos no Estado do Amapá. Organizou-se com um pequeno grupo
de atrizes como: Richene Amim, Sol Pelaes, Andréia e Roberta. Com esse grupo
montou várias esquetes como também fez teatro de rua. O Macapá Verão foi um dos
locais que o grupo mais se apresentou.
Um momento crucial de decisão na vida de
Cecília Lobo foi quando a professora Nazaré Trindade deixou o SESC para assumir
a Coordenação do Curso de Educação Artística na Universidade Federal do Amapá.
Em função disso, Paulo Rodrigues convidou a Cecília Lobo para assumir a vaga de
Técnica em Teatro do SESC, deixada por Nazaré Trindade.
Com apoio do SESC Cecília viajou por
vários centros do Brasil, como Rio de Janeiro e São Paulo, participando de
cursos e oficinas de teatro, o que em muito a ajudou a desenvolver seu trabalho
no SESC como também na produção cultural. Com esse aprendizado, passou a
repassar esses conhecimentos e a ministrar oficinas no próprio SESC.
Após sua saída do SESC e com a carga de
conhecimento que havia adquirido lá, passou a se dedicar à produção cultural. Por
um período chegou a dirigir a peça “Bar Caboclo”. Dirigiu a peça “Castelo
Misterioso” com a participação das atrizes Richene Amim, Andréia e Sol Pelaes.
Espetáculo que enfocava a questão da higiene e ambiental. Durante a década de
1990, o grupo viajou por vários municípios do Amapá.
Foi
no período em que era diretora da peça “Bar Caboclo”, que conseguiu pela
primeira vez, lotar o Teatro das Bacabeiras, feito que nenhum outro grupo tinha
conquistado até aquela data. Época em que o grupo apresentava duas sessões.
Nesse primeiro momento, o espetáculo tinha como base especificamente a pesquisa
sobre o antigo bar que existira em Macapá.
As peças “Bar Caboclo” e “Castelo
Misterioso” participaram de várias turnês pelo interior do Estado, dentro do
“Projeto Pé na Estrada”. Depois dessa fase, Cecília Lobo ingressa numa
universidade para realizar seu curso superior. A partir dai passou a se dedicar
à educação enveredando para um trabalho com teatro de bonecos.
Participou dos seguintes espetáculos, como
atriz: “A Eleição - 1986”, “Matinta Pereira - 1986”, “O Rapto das Cebolinhas –
1987”, “Estatuto da Criança – 1989”, “O Natal do Comerciário – 1989”; “O Auto
do Menestrel – 2007”, “Retratos de Uma Atriz – 2008 a 2010”, “O Sonho de Doroty
– 2010 e 2011”, “Compadre da Morte e Amigo do Diabo – 2010 e 2011”, “As
Aventuras de Soneca e Nheco – 2009 a 2001”, e “Ai, Meu Dentinho”. Como
diretora: “Palco, Sonho e Fantasia – 1989”, “Castelinho Misterioso – 1991 a
1999”, “Lei é Lei Está Acabado – 1991 e 1992”, “Aniversário do Lobo – 1993 a
1995”, “Bar Caboclo – 1992 a 2000”, “O Casamento – 2001”, “O Mundo de Alan –
2008”, “Dona Baratinha Na Ilha das Flores – 2007 a 2011”, “Auto de Natal, Jesus
– 2009 a 2011”, entre outros.
Cecília Lobo é formada em Letras pela
Universidade Federal do Amapá; é Pós-Graduada em Educação e atualmente é
professora de ensino fundamental e médio no Estado do Amapá.