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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

ARTE DRAMÁTICA
                                  

     Na arte dramática as palavras deixam de serem signos arbitrários para converterem-se em signos maturados de objetos arbitrários. Cada letra é um signo e ao juntarmos esses signos, deveremos seguir alguns códigos e regras juntando-as e formando as palavras que por sua vez são relacionadas a determinados objetos ou sensações.
     Aqui se pode encontrar a grande diferença entre dramaturgia e encenação. Se por um lado, a dramaturgia refere-se à literatura propriamente dita, por outro, a encenação por sua vez, está estritamente ligada ao movimento e à ação. Portanto, estamos enfocando aqui duas obras completamente distinta. A dramaturgia é literatura; a encenação é ação, é teatro.
     Na poesia dramática, o mais importante está nos gestos, ou seja, no movimento e na ação, como também nas palavras criadas para explicar esses gestos. O drama é a representação de uma ação concluída e não o começo de uma ação, como acontece com a poesia lírica. Se há signos linguísticos para a literatura, também há signos para a encenação de uma peça teatral, obviamente.
     O drama exige unicamente a unidade de ação; a unidade de tempo e de lugar. Paralelamente, o ator tem que saber e entender essas três dimensões. Quem sou eu? O que estou fazendo? E em qual momento histórico me encontro e em qual espaço geográfico estou realizando determinada ação?
     A arte é a imitação da realidade e cada obra de arte alcança seu autêntico espaço estritamente por meio do seu conteúdo e de sua estrutura visível, que se insere no seu ritmo intrínseco evocado por dominantes espaciais e temporais.
     Quando um ator se apresenta diante de um público ou fala diretamente (como no teatro dialético) esses recursos estilísticos não só modificam o espaço, mas toda a relação do significando com o significante. Certamente que hoje se faz muito mais esforço para alcançar a relativa autonomia do teatro contemporâneo, sua funcionalidade e sua praticidade. Já não mais parece ser como um fragmento ilusório de vida, casualmente presenciado pelos espectadores.

     E a perfeição técnica não é mais um padrão de qualidade artística e sim pura e simplesmente o resultado da habilidade profissional em um terreno artístico determinado. Penso, porém que as obras de arte plenamente originais são aquelas que conservam certo grau de excelência e atributos individuais dos artistas. No caso, a originalidade poderia ser equivalente a uma individualidade excepcionalmente criativa.

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