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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE MORRE

     Uma das maiores alegrias da minha vida foi quando soube da notícia que havia sido aprovado no vestibular. Morava no interior da Paraíba numa cidade conhecida por Itabaiana. Talvez você leitor, nunca tenha ouvido falar, mas é a terra em que nasceu o renomado músico Severino Dias de Oliveira, mais conhecido como Sivuca... Aquele que compôs feira de mangaio. Itabaiana também é berço do famoso poeta Zé da Luz.
     Raspei a cabeça, sai em passeata pelas ruas da cidade junto com outros colegas que também haviam passado naquele processo seletivo. Fui aprovado para o antigo curso de Educação Artística. Na ocasião, ouvia de várias pessoas alguns comentários como: - Mas tu vais mudar de curso, não é? – Esse curso não é muito bom para homem! Eu ouvia e sempre respondia com o silêncio.
     Tive muitas dificuldades para realizar o ensino fundamental e médio. Aliás, da quinta série até o ensino médio eu estudei no mesmo colégio estadual resultando em sete anos de dedicação e estudos. A alegria foi imensa visto que fui aprovado no vestibular vindo da escola pública, sem ter participado de nenhum cursinho que na época eram famosos. No pequeno interior fiquei conhecido como gente inteligente, mas reforço ao dizer que foi um grande desafio chegar à universidade.
     Ao longo da minha história de vida as vicissitudes me ensinaram a ser combatente e persistente. Aprendi também a acreditar no que realizo; a acreditar em mim e nos meus projetos. Desistir? Nunca...! Infelizmente, em algumas ocasiões você se surpreende e quase se dá por vencido. Foi exatamente o que aconteceu nesses últimos vinte e quatro anos na tentativa de implantar um curso de licenciatura em teatro no Amapá. Os dois primeiros projetos, um de 1996 e outro de 2001 sequer passou pela câmara de graduação.
     Há quatro anos atrás, no ano de 2013 publiquei a obra “Curso de Teatro no Amapá: concepções e proposições para o ensino superior” com a intenção de que a mesma se transformasse numa prestação de contas com a sociedade amapaense ao esclarecer a intenção do meu trabalho e de minha dedicação em prol desta terra que me recebeu de braços abertos como profissional do magistério superior.
     Muitos anos se passaram após a minha aprovação no vestibular, hoje já professor universitário a minha segunda grande alegria se transformou em felicidade quando ouvi dos conselheiros, no dia 12 de novembro de 2013 o veredito do Conselho Superior da Universidade Federal do Amapá, da aprovação do Curso de Licenciatura em Teatro...! E hoje, após quatro anos tenho a honra de dizer que ,com a conclusão do curso pela turma pioneira, o Estado do Amapá terá após a finalização do segundo semestre de 2017 da UNIFAP, a primeira turma de professores qualificados para assumirem seu espaço como profissional do teatro nas escolas do nosso Estado. Depois de tudo isso, percebi claramente que a esperança é a última que morre.


3 comentários:

  1. Eita que legal tio, é bom fazer uma retrospectiva de vez em quando. A esperança não pode realmente morrer, vamos cuidando de deixar ela viva sempre mais um pouquinho.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Exatamente o que penso: "a esperança é a última que morre" e quando menos esperamos as boas notícias nos surpreendi. Lindo seu relato de vida profissional e sua persistência em seus projetos. Meus parabéns

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