Minha preocupação para a implantação de um
Curso de Licenciatura Plena em Teatro no Amapá remete ao ano de 1995, quando
aqui cheguei para assumir a função de professor da Universidade Federal do
Amapá, admitido por concurso público realizado em novembro de 1994. Aliás,
mesmo antes de fincar raízes neste espaço geográfico brasileiro eu já havia
pensado na perspectiva e projetado a implantação do referido curso.
Estudei as possibilidades e em 1996
encaminhei projeto de implantação das habilitações de Teatro e Música ao
Colegiado do Curso de Educação Artística. O referido projeto também passou por
uma comissão de implantação de novos cursos. Infelizmente nem o Colegiado,
muito menos a referida comissão entendeu como prioridade a implantação daquelas
habilitações. Se naquele período as habilitações de Teatro e Música tivessem
sido implantadas, consequentemente com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
93.94/96 daquele mesmo ano, as mesmas teriam sido transformadas em dois cursos
distintos: Curso de Licenciatura Plena em Teatro e Curso de Licenciatura Plena
em Música.
Se assim o fosse, concretamente de lá para
cá teríamos colocado no mercado de trabalho pelo menos doze turmas de
profissionais da área do teatro e da área da música respectivamente, para
suprir a necessidade premente das escolas de ensino fundamental e médio do
Estado do Amapá. Por outro lado, teríamos sido também a primeira universidade e
o primeiro Estado da região Norte a implantar seu Curso de Licenciatura Plena
em Teatro.
Com a implantação da disciplina Educação
Artística que surgiu com a Lei 56.92/1971 que transformou o professor de arte
num profissional polivalente. Também em função
da luta dos Arte-Educadores, principalmente durante a década de 1980 do século
XX para reverter este quadro, foi que na década de 1990 com a Lei 93.94/96 a
arte tornou-se obrigatória no ensino fundamental e médio. Diferente de sua
antecessora, a Lei 93.94/96 também definiu que o estudante deveria vivenciar
pelo menos quatro linguagens distintas da arte na sala de aula: Artes Visuais,
Teatro, Dança e Educação Musical. Os Parâmetros Curriculares Nacionais também
corroboraram para afirmação desta decisão. Isto implica dizer que, na
atualidade, em cada escola de ensino fundamental e médio deveria ter pelo menos
um professor em cada uma dessas áreas da arte. O que não vem acontecendo no
Estado do Amapá.
A persistência é um dos sentidos da vida
que nos faz permanecer na luta. Foi preciso duas décadas para que o Curso de
Teatro fosse aprovado. Neste sentido, em 12 de novembro de 2013 o mesmo passou por
unanimidade pelo Conselho Superior da Unifap. Este curso não houve tempo de ser
divulgado, mas para se ter uma ideia, tivemos um total de 740 candidatos pelo
SISU para entrar no curso de teatro sendo um total de 30 candidatos por vaga,
destes foram selecionados 25. Para a Unifap e para o Estado do Amapá, 2014 será
verdadeiramente um novo ano, principalmente porque estaremos recebendo em abril
a primeira turma do Curso de Teatro.
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