O Movimento Brasileiro de Alfabetização -
MOBRAL, em muito contribuiu para o desenvolvimento do teatro no Estado do
Amapá. Além da motivação, trazia para o Cabo Norte muitos cursos e oficinas na
área das artes cênicas. Coronel Luiz Ribeiro de Almeida, defensor ferrenho da
educação e das artes, era Presidente do MOBRAL e trazia vários professores de
outros estados para ministrar cursos e oficinas de teatro, como; impostação de
voz, interpretação, direção teatral entre outros cursos. Da mesma forma que tantos
outros, Marizete Ramos veio de Belém, como também o diretor Luiz Otávio Barata,
para ministrar curso para nossos atores.
Por outro lado, também havia alguns
professores aqui no Estado do Amapá que já tinham conhecimento e condições de
ministrar oficinas de teatro, como a atriz Creuza Bordalo, Padre Mino e o
próprio Coronel Luiz Ribeiro. Alguns grupos mais antigos e que ainda continuam
atuando em nosso meio, participaram de várias dessas oficinas, como o atual “Grupo Língua de Trapo” que vem há
mais de 30 anos apresentando a peça “Bar Caboclo; e ainda o Grupo do Amadeu
Lobato, com o espetáculo “Uma Cruz para Jesus”; esses grupos surgiram a partir
da promoção dessas oficinas que foram promovidas pelo MOBRAL.
Nesse mesmo período, O SESC/AP, foi outro
incentivador de oficinas de teatro, quando o todos os artistas da época tiveram
acesso, no aprendizado e apoio oferecido por esse órgão. Se por um lado, havia
o MOBRAL e o SESC/AP, por outro lado, as emissoras de rádio em muito
contribuíram para o desenvolvimento do nosso teatro, principalmente no que diz
respeito à promoção de radionovelas. Além de cederem seu próprio espaço físico
para que os grupos pudessem apresentar seus espetáculos.
É válido afirmar que na década de 1970 do
século XX, a cidade de Macapá ainda era muito pacata; e, como em todo o Brasil,
televisão era objeto raro, restava à sociedade local se voltar para sua
educação e produção cultural. A comunicação era realizada a partir do jornal
impresso e em áudio, pelo rádio. Além do teatro escolar e religioso que se
fomentava, ainda havia vestígios do radioteatro que era voltado para produção
radiofônica de programas e novelas.
Aqui, a Rádio Difusora de Macapá exerceu
papel de grande importância, e uma geração foi se revelando na área do rádio
teatro como, por exemplo, a atriz Creuza Bordalo; o ator José Maria de Barros;
o ator Clodoaldo Nascimento, Consolação Côrte, entre outros. Nessa época, o rádioteatro
tinha grande audiência. Essa turma de radioatores, sem dúvida, influenciou
novas gerações que passaram a se dedicar ao teatro em nosso Estado.
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