Quando eu tomei posse como professor do
ensino superior, no dia dois de janeiro de 1995, a Universidade Federal do
Amapá estava dando seus primeiros passos. Havia apenas nove cursos de
graduação. Os prédios mais antigos, que possuem estruturas de ferro, segundo
placas do local, foram inaugurados no ano de 1993. O curso de Licenciatura em
Educação Artística, tinha como coordenadora a professora Nazaré Trindade, ela
já era professora do ex-território. Nesse período, muitos professores do
ex-território deram imensa contribuição para que a UNIFAP pudesse seguir em
frente e chegar até os dias de hoje, como universidade. Eles foram os
principais alicerces da nossa instituição.
Antes de ser UNIFAP, era o antigo NEM,
Núcleo de Educação do Amapá, que fazia parte do projeto de interiorização da
Universidade Federal do Pará. Período em que a maioria dos estudantes só tinham
Kombis como transporte para poderem ter acesso àquela instituição. Quando a
partir de 1990, se tornou UNIFAP, os ônibus tinham acesso e podiam entrar no
espaço geográfico universitário, entravam pelo a atual entrada principal e
saíam ao lado onde hoje encontra-se o novo prédio da Biblioteca Central da
UNIFAP.
Além da professora Nazaré Trindade, que
era a coordenadora, os únicos professores efetivos do Curso de Licenciatura em
Teatro, resumia-se a três: professor José Alberto Tostes; professor Humberto
Mauro e professora Fátima Garcia. Havia também o professor Aranha, que era
substituto; ele também pertencia aos quadros do ex-território. Os três
professores efetivos, haviam sido contratados em função de terem participado
como candidatos no primeiro concurso para professores, da instituição, que
acontecera no ano de 1993. Eu, particularmente, fui candidato no segundo
concurso, que aconteceu em setembro de 1994.
Foi a partir desse período que comecei a
conviver com a professora Fátima Garcia. Resolvi escrever sobre este tema,
tendo em vista que no último dia 22 de novembro, o Curso de Artes Visuais inaugurou
uma exposição sobre as obras da professora Fátima Garcia, que também era
artista e se debruçava praticamente na área da pintura. Inclusive a Galeria do
referido curso, foi nomeada de “Galeria Fátima Garcia”, em homenagem à
professora, que tanto se dedicou ao curso, à educação e à UNIFAP. Fátima Garcia, nasceu em Belém, em 1962 e faleceu em
Macapá, em 2018. Era apaixonada pela pintura e literatura, viveu grandes
experiências e vivências na arte.
Encerrarei com as observações do Prof. Dr.
Joaquim Netto, quando ele afirma que: Fátima Garcia percorre um caminho de
experimentações, onde a composição e a paleta cromática sinalizam elegância e
reflexão. Em suas abstrações, formas arredondadas e sinuosas pronunciam algo de
feminilidade num sentido plástico, que subvertem convenções no campo da
pintura. Nesses trabalhos, a pintora experimenta tinta óleo sobre papel, usando
esponjas, espátulas e/ou o próprio bico das bisnagas de tinta. Com suavidade, vai diluindo a densidade dos
“conflitos cromáticos” em espaços vazios e “sfumatados” - atinge a harmonia
compositiva. Este artigo é uma homenagem póstuma à professora Fátima
Garcia, que faleceu em 2018.
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