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segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

CAMINHOS DO TEATRO

 

 

     No início, as representações teatrais na Grécia Antiga, aconteciam ao ar livre. Os primeiros teatros, que já não mais existem, foram construídos de madeira. Somente no século V é que teve início a construção dos primeiros edifícios teatrais em pedra. Principalmente na Grécia, eles foram construídos concêntricos e circulares, aproveitando-se as encostas das montanhas. Nessa época, o teatro tinha um caráter religioso e, apesar da famosa democracia grega, no edifício teatral havia divisões para o público, em classes sociais. Havia ainda, lugares específicos para governantes e sacerdotes.

     Em função da grande diferença, no que diz respeito à concepção de seus espetáculos, em Roma, vai surgir nova concepção de edifício teatral. Permanecendo a mesma estratificação social, lá, o edifício era dividido por classe social, onde os melhores lugares eram reservados para uns poucos privilegiados. Em Roma, o teatro perde o caráter religioso, por completo, visto que para eles, significava estritamente divertimento. Enquanto que na Grécia, o edifício era concêntrico e circular, com a perspectiva de um lugar de reunião de uma comunidade, por outro lado, o teatro romano resumia-se num edifício fechado, com a perspectiva de oferecer alegria e diversão a um imenso público.

     Já durante a Idade Média, esse período que se coloca como transição entre a Antiguidade e a Modernidade, quando a Igreja Católica Romana, passa de organização clandestina e perseguida, para uma instituição oficial e perseguidora, o lugar teatral, era a praça, e o público passeava na frente dos palcos, como também das carroças que eram muito utilizadas nesse período com apresentações do teatro litúrgico, mistérios e moralidades. Nessa época, a representação era um acontecimento na cidade e todos deveriam participar. O teatro oficial era o religioso, no qual, se apresentavam peças conhecidas com temas estritamente religiosos.

     No Renascimento, quando o homem está saindo da Idade Média e entrando na Idade Moderna, o teatro que era feito nas igrejas e nas praças, passa também a acontecer dentro dos palácios. De certa forma, o caráter religioso vai desaparecendo, e o teatro profano volta a ser apresentado nos salões dos palácios da aristocracia, onde eram construídos os palcos e o público era somente a corte, seus amigos e convidados.  Por outro lado, o teatro popular evoluiu na Itália, e é lá que vamos encontrar a expressão máxima desse tipo de atividade teatral, que é a Commedia del’Arte, que surgiu em contraposição ao teatro erudito italiano. Este fato, revela-se como o maior movimento popular da história do teatro.

     Intermediário entre o palácio e a rua, começam a aparecer as primeiras casas de espetáculos, sob os olhares da burguesia ascendente. E surge o teatro burguês, que é aquele cidadão vai adquirindo a sua liberdade pessoal, aquele que inventa o comércio e o direito de comercializar, aquele que muda a religião católica romana e cria o protestantismo, que lhe permite atuar em direção ao lucro. Afinal surge aquele cidadão burguês que cria o Capitalismo. Difunde-se também, o teatro à italiana, tipo de teatro e casa de espetáculos, que mais conhecemos na atualidade, e que se tornou o símbolo de uma classe social, a burguesia, com a única função de divertir.  

    

    

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