A cenografia existe desde que se iniciou
os primeiros espetáculos teatrais na Grécia Antiga, mas em cada época teve um
significado diferente, dependendo da proposta do espetáculo teatral. Por
exemplo, o cenário da antiguidade era fixo, tinha poucos elementos e apenas
servia de ornamentação para a cena. Resumia-se basicamente, em três entradas
principais: duas laterais e uma central, por onde entravam os protagonistas.
Na Idade Média adquire um caráter místico
e religioso. Concentrando suas apresentações nas ruas, encima de carroças, com
o cenário dividido entre céu e inferno, com seus mistérios e moralidades. Esse
teatro religioso, tratava especificamente de convencer os fiéis, para seu apego
com a religião.
O Renascimento na Itália nos trouxe os
cenários construídos em três dimensões, o que, inicialmente, foi uma grande
revolução na cena. Eram pintados utilizando-se a técnica da perspectiva
central. As casas que, no passado apareciam achatadas na visão do público, com
o uso da perspectiva, passou a serem vistas em três dimensões. Por outro lado, também haviam as companhias
que se utilizavam praticamente de cenários naturais, como as ruas, assim era o
método de apresentação do teatro popular e principalmente da Commedia
dell’Arte.
Já no final do século XIX a cenografia
deixa de ser um mero elemento decorativo, de apoio aos atores, para fazer parte
do conjunto do espetáculo. Para Anna Mantovani, a cenografia pode ser
considerada uma composição em espaço tridimensional – o lugar teatral, que se
utiliza de elementos básicos como cor, luz, formas, volumes e linhas. Na
verdade, é uma composição que tem peso, tensões, equilíbrio, movimento e
contrastes.
Devemos reconhecer que a produção teatral
se distingue das outras produções da arte e dos outros sistemas semânticos,
pela grande quantidade de signos que veicula. Isto é bastante compreensível,
pois uma representação teatral é uma estrutura de signos composta por elementos
que pertencem a diferentes artes: poesia, artes visuais, música, coreografia,
entre outras.
Para Sábato Magaldi, a cenografia oscilou
desde os primeiros tempos, entre a arquitetura e a pintura. Na atualidade,
temos os mais diversificados tipos de cenários e muitas vezes, dependendo do
espetáculo, a própria iluminação determina o cenário em comunhão com os objetos
de cena.
Hoje, não há mais a necessidade de se
elaborar um cenário, visto que muitos espetáculos não possuem o cenário,
compensando com a variedade de objetos de cena, além de utilizar outras
técnicas, como por exemplo, a iluminação, a fotografia ou mesmo, o cinema. A
cenografia diz respeito a tudo o que existe, ou se faz presente na cena, como:
o penteado, a maquiagem, os objetos de cena, o vestuário, e tudo o que é
visível e compõe o quadro teatral do espetáculo que está sendo apresentado.
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