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quinta-feira, 25 de novembro de 2021

ODE A ZAIDE SOLEDADE

 


     Professora Zaide era uma pessoa simples, inteligente, compreensiva, batalhadora e que deu grande contribuição à arte e à cultura do Amapá. Entre tantos afazeres, professora Zaide também caminhou pelo teatro. Desde o ano de 1952, que Zaide passou a contribuir com as artes cênicas no Amapá. Como professora, sempre motivava seus alunos com suas aulas de teatro e com a montagem de pequenos dramas, principalmente relativo às datas comemorativas do calendário escolar.

     Em função de ter nascido numa família muito religiosa, professora Zaide viveu seus primeiros momentos no teatro quando representava “As Pastorinhas” na Igreja que pertencia à Paróquia de São José de Queluche em Belém do Pará, quando lá residia. Dramatização que se repetia todos os anos na época do Natal e do dia de Reis. Mesmo no início de sua carreira, a atriz Zaide adolescente de 14 anos sofreu alguns percalços, como ele mesma me contou numa entrevista, em agosto de 2011. Disse-me ela: “- Como eu era muito danada foram pedir para minha avó se eu podia aparecer na peça “As Pastorinhas”, então a Vovó disse que não tinha problema porque era na igreja. Daí, ela foi se informar com o padre qual papel eu iria fazer. Sabe qual era? O satanás. Então Vovó disse: - Deus me livre, não, ela já é muito sapeca. O Padre tentou ajudar dizendo: - Não, minha senhora, não tem problema não, só é uma representação na peça. Foi tanta conversa, até que convenceram a Vovó e eu fui ser o satanás da peça.”

     Efetivamente, professora Zaide Soledade Santos Silva deu continuidade às suas aventuras no teatro desde 1952, passando pelas décadas de 1960, 1970, 1980 e 1990. Notadamente, chegou ao século XXI, firme e forte em plena atividade artística, até sua despedida do plano terrestre. Aos dezesseis anos chegou a Macapá. Sua última participação como atriz se deu, especificamente na novela “Mãe do Rio” produzida pela TV Tucujú – SBT quando foi ao ar no ano de 2006. Durante essas décadas, exerceu várias funções como diretora, atriz, sonoplasta, além de motivar de forma incondicional a nova geração. Maria Borges que contracenou várias vezes com a Professora Zaide nas décadas de 1960 e 1970 era outra atriz muito famosa na época.

     Rizalva Amaral e Honorinha Banhos, foram as grandes incentivadoras para que Zaide continuasse na área das artes, e Zaide obteve dessas duas professoras, o dom de representar. Foi Doninha Banhos, uma das principais incentivadoras da arte de representar para a professora Zaide, visto que também era sua avó. Zaide nos conta que: “A vovó sempre me levava para representar “pastorinhas” e dramatizar pequenos textos lá na sede do Trem, que além do clube propriamente dito lá também funcionava como teatro e cinema.”

     Professora Zaide ministrou aulas em vários municípios do Estado contribuindo com a formação de muitas de nossas crianças. Fez curso de teatro infantil na antiga Escola de Comédia Guanabara quando, na ocasião representou uma bruxa. Participou de curso oferecido pela FUNARTE. Fez parte da Associação do Professores Primários do Amapá – APPA; estudou no IETA e ainda no Núcleo de Ensino de Macapá – NEM que na época pertencia à UFPA, onde obteve seu diploma de graduação. Onde era o antigo NEM, hoje funciona a Universidade Federal do Amapá.

 

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