Professora Zaide era uma pessoa simples,
inteligente, compreensiva, batalhadora e que deu grande contribuição à arte e à
cultura do Amapá. Entre tantos afazeres, professora Zaide também caminhou pelo
teatro. Desde o ano de 1952, que Zaide passou a contribuir com as artes cênicas
no Amapá. Como professora, sempre motivava seus alunos com suas aulas de teatro
e com a montagem de pequenos dramas, principalmente relativo às datas
comemorativas do calendário escolar.
Em função de ter nascido numa família
muito religiosa, professora Zaide viveu seus primeiros momentos no teatro
quando representava “As Pastorinhas” na Igreja que pertencia à Paróquia de São
José de Queluche em Belém do Pará, quando lá residia. Dramatização que se
repetia todos os anos na época do Natal e do dia de Reis. Mesmo no início de
sua carreira, a atriz Zaide adolescente de 14 anos sofreu alguns percalços,
como ele mesma me contou numa entrevista, em agosto de 2011. Disse-me ela: “- Como eu era muito danada foram pedir
para minha avó se eu podia aparecer na peça “As Pastorinhas”, então a Vovó
disse que não tinha problema porque era na igreja. Daí, ela foi se informar com
o padre qual papel eu iria fazer. Sabe qual era? O satanás. Então Vovó disse: -
Deus me livre, não, ela já é muito sapeca. O Padre tentou ajudar dizendo: - Não,
minha senhora, não tem problema não, só é uma representação na peça. Foi tanta
conversa, até que convenceram a Vovó e eu fui ser o satanás da peça.”
Efetivamente, professora Zaide Soledade
Santos Silva deu continuidade às suas aventuras no teatro desde 1952, passando
pelas décadas de 1960, 1970, 1980 e 1990. Notadamente, chegou ao século XXI,
firme e forte em plena atividade artística, até sua despedida do plano
terrestre. Aos dezesseis anos chegou a Macapá. Sua última participação como
atriz se deu, especificamente na novela “Mãe do Rio” produzida pela TV Tucujú –
SBT quando foi ao ar no ano de 2006. Durante essas décadas, exerceu várias
funções como diretora, atriz, sonoplasta, além de motivar de forma incondicional
a nova geração. Maria Borges que contracenou várias vezes com a Professora
Zaide nas décadas de 1960 e 1970 era outra atriz muito famosa na época.
Rizalva Amaral e Honorinha Banhos, foram
as grandes incentivadoras para que Zaide continuasse na área das artes, e Zaide
obteve dessas duas professoras, o dom de representar. Foi Doninha Banhos, uma
das principais incentivadoras da arte de representar para a professora Zaide,
visto que também era sua avó. Zaide nos conta que: “A vovó sempre me levava para representar “pastorinhas” e dramatizar
pequenos textos lá na sede do Trem, que além do clube propriamente dito lá
também funcionava como teatro e cinema.”
Professora Zaide ministrou aulas em vários
municípios do Estado contribuindo com a formação de muitas de nossas crianças.
Fez curso de teatro infantil na antiga Escola de Comédia Guanabara quando, na
ocasião representou uma bruxa. Participou de curso oferecido pela FUNARTE. Fez
parte da Associação do Professores Primários do Amapá – APPA; estudou no IETA e
ainda no Núcleo de Ensino de Macapá – NEM que na época pertencia à UFPA, onde
obteve seu diploma de graduação. Onde era o antigo NEM, hoje funciona a
Universidade Federal do Amapá.
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