Nas Universidades Federais, a carreira
acadêmica inicia como professor auxiliar, depois professor assistente; em
seguida, professor adjunto; depois professor associado; culminando com o último
grau da carreira que é o professor titular. Para chegar a ser professor titular
é preciso o candidato ser doutor e ter produção acadêmica. Há dois caminhos
para se chegar lá; através de concurso público ou a partir da carreira
acadêmica.
O candidato terá que encaminhar processo com memorial descritivo e
comprovação de toda sua produção acadêmica. Os memoriais têm longa tradição Brasil,
constituem-se em documentos que expõem trajetórias de professores
universitários para fins de concursos ou de progressões ao longo das suas carreiras.
No caso específico das universidades federais e da progressão para a classe de
Professor Titular a ampliação do acesso a esse nível da carreira é a resultante
de uma greve do movimento docente. Entre as concessões ao Estado e as
conquistas da categoria, essa greve garantiu que todos os professores que
alcançarem o nível de Professor Associado IV possam pleitear essa ascensão na
carreira horizontal.
Os memoriais são escritos na primeira pessoa do singular, da mesma forma
que as cartas, as confissões, os diários e as memórias. Esse gênero de escrita
de si, expõe as razões do sujeito na sua parcialidade e subjetividade. Trata-se
de um gênero que produz certo grau de desconforto entre os pesquisadores
acadêmicos, uma vez que, por razões de ofício, esses aprenderam a escrever na
terceira pessoa do singular ou na primeira pessoa do plural, na pretensão de
produzir os efeitos de imparcialidade e impessoalidade.
Nesta última segunda feira, dia 25, eu
tive a honra de presidir a banca do professor Carmo Antônio que, naquela
ocasião, com brilhante apresentação do seu memorial acadêmico, conseguiu lograr
sua qualificação de Professor Titular. A banca de avaliação esteve sob
responsabilidade dos seguintes arguidores:
além de minha presença como professor da UNIFAP e como presidente da
referida comissão, também tivemos a participação dos professores: Profa.
Titular Maria Cristina Vidotte Tárrega, da Universidade Federal de Goiás; Prof.
Titular Fernando Antônio de Carvalho Dantas – UFG; e Pedro Sérgio dos Santos,
também da UFG.
O Memorial Acadêmico escrito pelo
candidato, se revelou mostrando sua trajetória desde seus primeiros contatos
com as letras nas escolas de Goiânia, além de toda sua vida dedicada à UNIFAP. Sua
persistência e paciência para conseguir realizar seus cursos de pós-graduação,
demonstra sua coragem e força para não desistir de seus objetivos. Durante sua
jornada, buscou um local tranquilo, e encontrou esse porto seguro aqui no
Amapá. Desde as últimas três décadas que vem dedicando, com paciência e
sapiência às terras tucujus, e divide seu precioso tempo, entre suas atividades
jurídicas e como professor da UNIFAP. Carmo Antônio é um exemplo de cidadão para
nossa sociedade, uma pessoa que nos passa tranquilidade, equilíbrio e
serenidade, por isso, o título deste artigo: “A Calma do Carmo”.
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