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sexta-feira, 5 de novembro de 2021

A CALMA DO CARMO

 


     Nas Universidades Federais, a carreira acadêmica inicia como professor auxiliar, depois professor assistente; em seguida, professor adjunto; depois professor associado; culminando com o último grau da carreira que é o professor titular. Para chegar a ser professor titular é preciso o candidato ser doutor e ter produção acadêmica. Há dois caminhos para se chegar lá; através de concurso público ou a partir da carreira acadêmica.

     O candidato terá que encaminhar processo com memorial descritivo e comprovação de toda sua produção acadêmica. Os memoriais têm longa tradição Brasil, constituem-se em documentos que expõem trajetórias de professores universitários para fins de concursos ou de progressões ao longo das suas carreiras. No caso específico das universidades federais e da progressão para a classe de Professor Titular a ampliação do acesso a esse nível da carreira é a resultante de uma greve do movimento docente. Entre as concessões ao Estado e as conquistas da categoria, essa greve garantiu que todos os professores que alcançarem o nível de Professor Associado IV possam pleitear essa ascensão na carreira horizontal.

     Os memoriais são escritos na primeira pessoa do singular, da mesma forma que as cartas, as confissões, os diários e as memórias. Esse gênero de escrita de si, expõe as razões do sujeito na sua parcialidade e subjetividade. Trata-se de um gênero que produz certo grau de desconforto entre os pesquisadores acadêmicos, uma vez que, por razões de ofício, esses aprenderam a escrever na terceira pessoa do singular ou na primeira pessoa do plural, na pretensão de produzir os efeitos de imparcialidade e impessoalidade.

     Nesta última segunda feira, dia 25, eu tive a honra de presidir a banca do professor Carmo Antônio que, naquela ocasião, com brilhante apresentação do seu memorial acadêmico, conseguiu lograr sua qualificação de Professor Titular. A banca de avaliação esteve sob responsabilidade dos seguintes arguidores:  além de minha presença como professor da UNIFAP e como presidente da referida comissão, também tivemos a participação dos professores: Profa. Titular Maria Cristina Vidotte Tárrega, da Universidade Federal de Goiás; Prof. Titular Fernando Antônio de Carvalho Dantas – UFG; e Pedro Sérgio dos Santos, também da UFG.

     O Memorial Acadêmico escrito pelo candidato, se revelou mostrando sua trajetória desde seus primeiros contatos com as letras nas escolas de Goiânia, além de toda sua vida dedicada à UNIFAP. Sua persistência e paciência para conseguir realizar seus cursos de pós-graduação, demonstra sua coragem e força para não desistir de seus objetivos. Durante sua jornada, buscou um local tranquilo, e encontrou esse porto seguro aqui no Amapá. Desde as últimas três décadas que vem dedicando, com paciência e sapiência às terras tucujus, e divide seu precioso tempo, entre suas atividades jurídicas e como professor da UNIFAP. Carmo Antônio é um exemplo de cidadão para nossa sociedade, uma pessoa que nos passa tranquilidade, equilíbrio e serenidade, por isso, o título deste artigo: “A Calma do Carmo”.

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