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segunda-feira, 8 de setembro de 2025

TEATRO NAS ESCOLAS

 


     No artigo dessa semana, trago vestígios de atividades teatrais nas escolas do Amapá, principalmente na década de 1970. Período muito conturbado, em função do regime político que se instalara no território nacional. Entende-se que nessa época ainda era evidente o teatro nas escolas e nas igrejas; observando aqui, igreja num sentido amplo, envolvendo várias religiões, visto que tanto o catolicismo como o protestantismo, praticavam essa atividade artística no âmbito dos seus espaços físicos e dos seus limites canônicos.

     A Escola Paroquial São José, fomentava aulas de teatro que eram ministradas por padres e freiras. Apesar de direcionarem espetáculos de cunho religiosos, esses se tornaram os principais professores de teatro no Amapá daquele período. Essas atividades aconteciam geralmente no curso primário e ginasial.

     Havia ainda, o “Grupo de Teatro do Colégio Amapaense”, e o “Grupo de Teatro do Santina Riolli”. Na paróquia Jesus de Nazaré, havia o “Grupo de Teatro Avatar”. Em sua maioria e com influência religiosa, esses grupos se dedicavam a montar espetáculos religiosos com temas sobre “Natal”, “Jesus Cristo”, “Dia das Mães”.

     Entre o período de 1968 a 1978, a Rádio Educadora de Macapá, que pertencia à Prelazia de Macapá (atual Diocese), também cedia espaços para radionovelas e para apresentação de peças teatrais, em seu auditório. A referida emissora fundada em 1968, e após dez anos de atividade, em 1978, teve sua programação interditada pela Polícia Federal, num ato em que sua concessão de funcionamento, foi cassada pelo regime militar.

     Nessa época, o Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL, em muito contribuiu para o desenvolvimento do teatro no Estado do Amapá.  Além da motivação trazia para o Cabo Norte cursos e oficinas na área das artes cênicas. Coronel Ribeiro, defensor ferrenho da educação e das artes, era presidente do Mobral e trazia vários professores de outros estados para ministrarem cursos e oficinas de teatro, como: impostação de voz, interpretação, direção teatral, entre outros cursos. Marizete Ramos veio de Belém, como também, o diretor Luiz Otávio Barata, para ministrar cursos para nossos atores.

     Por outro lado, também havia alguns professores aqui no Estado do Amapá, que também tinham conhecimento e condições de ministrar oficinas de teatro, como a atriz Creusa Bordalo, Padre Mino e o próprio Coronel Ribeiro. O atual Grupo Língua de Trapo, que há mais de 34 anos apresentando a peça “Bar Caboclo”, é resultado de uma dessas oficinas. É um grupo que surgiu praticamente, em função das oficinas produzidas e ministradas pelo MOBRAL.

     

 

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