Cecília Palheta Lobo entrou no teatro quase que
por acaso, na época em que a saudosa professora Nazaré Trindade, trabalhava no
SESC e estava montando o espetáculo A
Eleição. Em função da falta de uma
atriz, foi convidada por Nazaré para participar da referida montagem. Leiga e
mesmo sem conhecer nada sobre teatro, aceitou e passou a ensaiar no galpão do
SESC que se localizava na Rua Odilardo Silva.
Acompanhou a montagem ensaiando todas as noites e participando de todas as apresentações.
Foi no teatro, que ela aprendeu a pesquisar, a conviver com os outros, técnicas
novas, conversar com a plateia, iluminação, sonoplastia e tudo o que envolve um
espetáculo teatral. Trabalhou com atores conhecidos como Raimundo Conceição e
Marcio Bacelar, sendo que este último, encontra-se atualmente na Paraíba, e foi
chave importante para a montagem da Paixão de Cristo na capital João Pessoa, à
qual ocorreu no mês de março do corrente ano.
Num determinado momento de sua carreira, Cecília Lobo percebeu que realmente
havia se encaixado dentro do teatro, quando num dos espetáculos, a plateia a
aplaudia de pé, como também, em função da sua criatividade, os próprios colegas
de trabalho a parabenizavam por sua desenvoltura e construção da personagem.
Depois da peça A Eleição, montou o
espetáculo chamado Matinta Pereira,
quando interpretou o papel de uma vovó contadora de histórias. Contava as
histórias de Matinta Pereira, a protetora da natureza. Depois de ter passado
por essas duas peças, Cecília Lobo apaixonou-se pelo que fazia e encarou o
teatro com profissionalismo, realizando vários outros trabalhos no Estado do
Amapá. Organizou-se com um pequeno grupo de atrizes como: Richene Amim, Sol
Pelaes, Andréia e Roberta. Com esse grupo montou várias esquetes como também
fez teatro de rua. O Macapá Verão foi um dos locais que o grupo mais se
apresentou.
Com apoio do SESC, Cecília viajou por vários centros do Brasil, como Rio de
Janeiro e São Paulo, participando de cursos e oficinas de teatro, o que em
muito a ajudou a desenvolver seu trabalho no SESC/AP, como também na produção
cultural local. Com esse aprendizado, passou a repassar esses conhecimentos e a
ministrar oficinas no próprio SESC/AP.
Após sua saída do SESC e, com a carga de conhecimento que havia adquirido lá,
passou a se dedicar à produção cultural. Por um período chegou a dirigir a peça
Bar Caboclo. Foi diretora da peça Castelo Misterioso com a participação
das atrizes Richene Amim, Andréia e Sol Pelaes. Espetáculo que enfocava a
questão da higiene e ambiental. Durante a década de 1990, o grupo viajou por
vários municípios do Amapá.
Participou dos seguintes espetáculos, como atriz: A Eleição - 1986, Matinta
Pereira - 1986, O Rapto das
Cebolinhas – 1987, Estatuto da
Criança – 1989, O Natal do Comerciário – 1989; O Auto do Menestrel – 2007, Retratos
de Uma Atriz – 2008 a 2010, O Sonho
de Doroty – 2010 e 2011, Compadre da
Morte e Amigo do Diabo – 2010 e 2011, As
Aventuras de Soneca e Nheco – 2009 a 2001, e Ai, Meu Dentinho. Como diretora: Palco, Sonho e Fantasia – 1989, Castelinho
Misterioso – 1991 a 1999, Lei é Lei
Está Acabado – 1991 e 1992, Aniversário do Lobo – 1993 a 1995, Bar Caboclo – 1992 a 2000, O Casamento – 2001, O Mundo de Alan – 2008, Dona Baratinha
Na Ilha das Flores – 2007 a 2011, Auto
de Natal, Jesus – 2009 a 2011, entre outros. Além de tudo isso, Cecília é
professora da área das Artes. Em muito tem contribuindo para a Arte e Educação
em nosso Estado.
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