Hoje, segundo domingo do mês de maio é
comemorado o dia das mães, dia de muita importância para as famílias como um
todo; momento em que a população brasileira homenageia as mães. Também é um
período muito significativo para as transações comerciais, em função da grande
procura de presentes para as homenageadas. É um domingo muito especial, para
quem tem a oportunidade de estar pessoalmente com sua querida mamãe.
Minha mãe tem uma longa história de vida;
como meus avós eram agricultores, foi criada em terras alheias e sítios
inóspitos, nas cercanias da cidade de João Pessoa, mas, apesar disso, conseguiu
concluir o ensino primário. Mesmo com sua vida pacata, gostava de estudar e
dava muito valor ao conhecimento. Só deixou a zona rural, depois que casou e
foi morar numa pequenina cidade com o nome de Cabedelo, na Paraíba.
Enquanto seu esposo trabalhava na Rede
Ferroviária Federal, ela se limitou aos quatro recantos da casa, e por um longo
período de tempo, se dedicou especificamente, às responsabilidades das
atividades domésticas, preparando a comida e cuidando dos filhos: sete no
total. Quando começou a surgir momentos difíceis e crises na economia
doméstica, resolveu, de certa forma, se desvencilhar de tudo isso, e passou a
costurar. Era exímia costureira.
A partir deste trabalho, ajudou nas
despesas domésticas, e, direta e indiretamente, a todos de casa. Tinha vários
clientes, na vizinhança e de outros recantos da cidade. O mais interessante,
era que morávamos defronte a um grande espaço aberto, que se tornou o local
onde se armavam os circos que chegavam à pacata cidade. Resultado: os artistas
desses circos, também contratavam minha mãe, como costureira. Enquanto o circo
estivesse na cidade, ela criava, costurava, modificava, fazia de tudo, para
aproveitar e reaproveitar todos os figurinos daqueles artistas mambembes.
Lembrando que esses circos eram armados literalmente defronte da nossa casa.
Esse momento foi fundamental para minha
vida: porquê? Porque, todas as vezes que ela entregava uma roupa pronta, ao
pessoal do circo, por um lado, eles a pagavam em moeda corrente do país, e por
outro, também a presenteava com alguns ingressos para ter acesso aos
espetáculos do próprio circo. E ela recebia ingressos para adultos e para crianças.
Esses fatos, interferiram beneficamente em minha vida, tendo em vista que,
todos os finais de semana, passava a assistir aos espetáculos matinées dos
circos, quando sempre terminavam com uma dramatização clássica, como
“chapeuzinho vermelho”; “Cinderela”, “Branca de Neve e os Sete Anões”, entre
outras histórias infantis. Daí, me vem toda a relação que tenho com o teatro,
com a educação, com minha profissão como professor de teatro; como também, com
a arte em geral.
Hoje, no seu dia, aproveito, parabenizando-a
e celebrando não só este dia das mães, como também seu aniversário de noventa e
três anos, que comemorará no próximo dia 25 deste mês. Mesmo sendo agricultora,
nunca deixou de me incentivar aos estudos, e isto foi de fundamental
importância para o meu desenvolvimento profissional. Sempre dizia que o estudo
era o melhor caminho para o pobre, e para quem gostaria de conseguir ser gente
um dia na vida. À minha mãe, Hilda Palhano, agradeço de todo meu coração, tudo
o quanto ela me incentivou para que eu pudesse conquistar meus sonhos e
organizar minha vida, como cidadão. A vida que tenho hoje e o profissional que
sou, agradeço à minha mãe. Felicidades pelo seu dia e, parabéns pelos seus
noventa e três anos. Parabéns a todas as mães do Amapá e do Brasil.
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