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domingo, 28 de maio de 2023

BEIRA DA ESTRADA NO MEIO DO NADA

 

 

     No dia 6 de maio estive apreciando a apresentação do espetáculo teatral Beira de Estrada no meio do Nada, que se deu no auditório do Museu Sacaca, às 18 horas, tendo em vista que às 20 horas haveria outra sessão. Montagem realizada por alunos e ex-alunos do Curso de Licenciatura em Teatro, com texto de Yuri Laudrup e direção de Elielson Junior. Eu não poderia deixar de dizer aqui, que esse fenômeno faz parte da proliferação das montagens com influências do Curso de Teatro da Universidade Federal do Amapá. Aliás, no dia 12 de novembro deste ano estaremos completando 10 anos da aprovação do referido curso, pelo Conselho Superior da UNIFAP.

     Após esse longo período já pode-se observar na prática, a contribuição que o curso vem proporcionando para a sociedade amapaense, tanto na área da educação, com professores qualificados, quanto na área do teatro, com artistas capacitados, para exercerem seu métier. Embora o Museu Sacaca, não tenha um edifício teatral, o Grupo Beco Teatral decidiu apresentar seu espetáculo no auditório daquele museu. A concepção do texto dramatúrgico, assinado por Iury Laudrup, nos remete a influências de jogos digitais, somando também a interferências cinematográficas, nos proporcionando cenas de puro terror.

     O enredo resume-se num passeio, no qual, quatro jovens seguem de carro numa estrada, sendo que em determinado momento, numa noite escura e num local deserto, como o próprio título anuncia, no meio do nada, o veículo apresenta problema mecânico. Enquanto alguns personagens buscam consertar o carro, outros vão procurar ajuda nos arredores. De uma decrépita cabana, surge uma velha caduca, uma vilã... com o propósito de matar um por um, dos quatro jovens que estavam em busca de divertimento. Observa-se no subtexto, por um lado, conotações de fundo moral, por outro, engajamento na luta contra a homofobia, discriminação e violência contra homossexuais.

     Tendo como ponto de partida essas questões, não há como classificar o enredo e o espetáculo em si, como tragédia, o que nesse caso, se faz necessário um desenvolvimento progressivo do personagem principal, de suas conquistas à sua derrota, partindo do reconhecimento do seu erro e, consequentemente, seu fim trágico. O referido espetáculo tem direção de Elielson Junior e Iury Laudrup, com assistência e preparação de Daniela Aires. Difícil enfocar aqui, algo sobre a iluminação, já que o próprio sistema de luz de um auditório é completamente diferente de um sistema de iluminação de um teatro. Contudo, aproveito o ensejo e observo determinadas cenas que acontecem no entorno da plateia, e que são iluminadas apenas com luz de lanterna, enquanto que o palco permanece às escuras por determinado período, o que faz com que, de certa forma o interesse e o ritmo da peça diminuam.

     Em termos de sonoplastia, há momentos em que o som é projetado num volume altíssimo, talvez com a intenção de causar no público o efeito sonoro do medo da cena. Para motivar essa empatia em determinadas cenas, basta a harmonia entre cena, iluminação e sonoplastia e, em muitos casos, a música pode estar em baixo volume, como pode-se observar esses efeitos no cinema. Outra questão é que, ao invés dos microfones de lapela contribuírem, eles terminaram atrapalhando as falas, em função das falhas na transmissão, nesse caso, seria melhor usar e empostar a própria voz. Beira da Estrada no Meio do Nada, tem o seguinte elenco: Rafael Miranda, Eva Gemaque, Lorrana Brito, Yuta Pantoja e Iury Laudrup.

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