Próxima quinta-feira 23, é véspera de São João e sexta-feira 24, dia de
São João, mas como sempre, todas as festas se comemoram na véspera. Este ano,
no Nordeste, a tendência é que tenhamos várias festividades com a presença de
pessoas, mas segundo a Organização Mundial de Saúde, ainda há que ter muita
precaução. Como se percebe, em alguns Estados da federação, há ligeiro aumento
de outras variantes da covid-19, alguns, inclusive voltando a obrigação de uso
de máscaras em locais fechados.
Em relação a esse período de muitas comemorações, perguntamos: festas
joaninas ou juninas? Joanina deriva de João e é em homenagem a ele que assim se
fala: festas joaninas. Junina deriva do mês de junho, visto que acontece nesse
período do ano. É a principal festividade e a mais comemorada no nordeste
brasileiro. Os pagãos comemoravam essa data em função do solstício de inverno,
no hemisfério sul e solstício de verão no hemisfério norte. Como a Europa
situa-se no hemisfério norte, e praticamente a maior parte do ano perdura o
frio, os pagãos comemoravam a chegada do “Deus Sol Invictus”, ou seja, o sol
invencível que chegava abrindo o verão para abrilhantar e esquentar aquele
espaço geográfico.
De toda
forma, o culto ao Sol invicto continuou a ser base do paganismo oficial até a
adesão do império romano ao cristianismo. Antes da sua conversão, até o
imperador Constantino I, tinha o Sol Invicto como a sua cunhagem oficial.
Quando aconteceu a ascensão do cristianismo, ficou decidido que a referida data
seria para comemorar o santo “São João”. Com isso, a cultura europeia e de suas
colônias, foi se adaptando gradativamente, como é o caso no novo mundo e do
nordeste do Brasil.
Mesmo
sendo, na atualidade uma dança popular, é bom lembrar que a quadrilha que era
muito difundida na França, foi inicialmente dançada na corte francesa. Em
seguida, no campo entre os agricultores e seus familiares. Com a descoberta do
novo mundo, os costumes e a cultura europeia vieram juntos. Foi assim que se
consagrou as quadrilhas mais antigas que traziam muitas palavras francesas e
que foram ao longo do tempo sendo aportuguesadas aqui no Brasil.
Alavantú,
vem do francês “en avant tous” (todos para a frente); changê de damas e changê
de cavalheiros, vem do verbo “changer” que significa trocar, neste caso, trocar
de damas e trocar de cavalheiros. Anarriê, também é do francês “en arrière”
(todos para trás); e Otrefuá, do francês “autre fois”, que significa outra
vez.
O que
não havia na quadrilha francesa e que foi adaptado pelo povo brasileiro, foi a
encenação do casamento matuto, neste caso a quadrilha gira em torno desse
casamento matuto na roça, em que o noivo é obrigado a casar, sob ordens do pai
da noiva, que com uma espingarda apontada para a cabeça dele, o obriga
definitivamente a aceitar o casamento.
O
prenúncio das festas juninas, têm início no dia 19 de março, com homenagem a
São José, já nesse período se acende fogueiras e soltam fogos, mas são
comemoradas com mais frequência a partir do dia 13 de junho, em homenagem a São
Pedro (santo casamenteiro), quando na
véspera se comemora o dia dos namorados; o dia de São João, 24, é o dia mais
comemorado, tradicionalmente há fogueiras, queima de fogos e impera a comida
derivada do milho, inclusive porque é período de colheita. Dia 29 comemora-se o
São Pedro que também é muito lembrado nas pequenas cidades do interior. Nesse
período, não se toca outra música a não ser o forró. Enfim, o São João tem o
mesmo significado para o nordestino, da mesma forma que o Círio de Nazaré para
o amapaense.
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