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segunda-feira, 13 de setembro de 2021

TEATRO NA REGIÃO DO OIAPOQUE

 

    

     As atividades artísticas em nível de teatro se estenderam até o Oiapoque, que na década de 1950, houve várias representações dramáticas. Estas apresentações eram lideradas pela família Guarany: o ator Ney Guarani e principalmente a atriz Maria de Nazaré, conhecida por Dona Lia. Eles fizeram teatro na escola com as professoras: Nair e Cesalinda. Nesse período, havia dois palcos no município de Oiapoque; um deles fazia parte do edifício dedicado ao cinema da cidade, denominado de Cine Oiapoque; com aspecto medieval, no referido cinema, o público tinha a incumbência de levar seu banco, sua cadeira e inclusive, a comida, para poder se alimentar durante as apresentações naquele cinema; o outro palco funcionava no “Abrigo Caetano da Silva” que pertencia à Paróquia; aqui, o próprio padre era quem ensaiava e encenava as peças. Têm-se notícias de uma dessas apresentações que se intitulava “O sonho da Mulher de Pilatos”.

     Há que se levar em consideração que, enquanto as escolas tratavam de apresentações relativas a datas comemorativas, como, por exemplo: dia dos pais, dia da independência; o teatro no âmbito da igreja tratava de temas religiosos, como a paixão de Cristo. Em “O Sonho da Mulher de Pilatos” havia tudo o que necessitava uma peça de teatro. Em entrevista a nós concedida, Dona Lia nos contou que tinha uma peça em que o padre usava inclusive um projetor de slide para poder complementar o cenário.

     Outro fato interessante é em relação ao que ficou conhecido como a tragédia do Amapá. Sabemos que em 16 de fevereiro de 1950, em função da pororoca, houve um naufrágio no rio Cassiporé, no qual, faleceu o Dr. Lélio Gonçalves da Silva, que na ocasião era Diretor e médico do Posto Misto do Oiapoque. Este fato foi transformado em texto dramatúrgico pelo rádio ator Paulo Roberto; de acordo com o Jornal Amapá, Ano 6, número 269, Macapá, 06 de maio de 1950, onde enfoca que: Inspirado na dedicação e espírito de sacrífico do jovem e pranteado clínico, o conhecido rádio-ator Paulo Roberto, organizou e transmitiu através do seu popular programa <<Obrigado Doutor>>, que a Rádio Nacional irradia todas as terças-feiras, às 20 horas, a peça intitulada << A Tragédia do Amapá>>.     

     O referido programa intitulado “Obrigado Doutor” tinha como patrocínio o Leite de Magnésia da Phillips. Dr. Lélio Silva era médico. O texto foi escrito em sua homenagem pelo rádio ator Paulo Roberto que exercia suas atividades na Rádio Nacional, que na atualidade é conhecida como Rádio Difusora de Macapá. Como este é um dos primeiros textos dramatúrgicos que temos notícia, e que em função desse acontecimento, que se deu no início de 1950, considero este, como o primeiro texto dramatúrgico do Amapá. Embora ainda não tenha sido montado como espetáculo teatral, com certeza, se tornou a radionovela, mais ouvida, naquele período.

 

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