Não consigo discernir qual a diferença
entre morar na floresta, ou habitar a cidade! Gostaria de clarear melhor essa exclamação.
Na verdade, o que eu desejo enfocar aqui, é, por um lado, a relação entre os
seres irracionais e a natureza, e por outro, os seres racionais e a sociedade
que foi criada pelos próprios humanos. Entendo, que na floresta há vários
animais que precisam matar o outro, para que lhe sirva de alimento. Nesse caso,
a natureza se nos apresenta com certa agressividade e temeridade. Não é à toa
que o lobo mau, comeu chapeuzinho vermelho. Essa história tem um pouco de
verdade, tendo em vista que uma alcateia de lobos, não só mata um cavalo, como
por exemplo, mataria facilmente uma pessoa.
Numa sociedade, mesmo que seja
democrática, há seus limites impostos pela própria máquina social. Há coisas,
que não andam, e muitas vezes não existem, mas, se passa uma ideia de que tudo
anda bem. A humanidade consegue construir todo tipo de ponte, de canal que
passa sob o mar, mas, por que o mundo ainda não conseguiu evitar a fome? Por
que tantos países pobres e outros tão ricos? E por que, infelizmente, tantos
outros se aproveitam de determinadas situações para usurpar a população, como
exemplo, o que vem acontecendo neste momento de pandemia, onde vários
estelionatários tentam vender vacinas falsas e abocanhar o dinheiro público.
O que tenho a dizer é que, entre tantos
problemas que as situações da vida nos colocam, e com tanta gente que possui
pensamento egoísta, felizmente, nesse meio termo, há aqueles, os altruístas, os
paladinos, os heróis, os anjos, os protetores e os mecenas da arte, aqueles poucos
que dedicam suas vidas para contribuir, da forma que podem, para com seus
semelhantes. Entre aqueles que trafegam no caminho do bem, do social e da
sociabilidade, temos o artista, ator, diretor, produtor cultural e líder
comunitário, Wenner George, mais conhecido como Romário.
Ele é o principal fundador do Centro de
Experimentação Artística e Cultural Encanto dos Alagados, também conhecido como
“Encanto dos Alagados”, que se localiza no Bairro do Muca. Tudo começou com uma
indenização que ele recebeu. Procurou uma comunidade que não tinha acesso aos
bens culturais e resolveu implantar seu ousado projeto em meio às palafitas no
Muca. Transformou sua nova morada num Centro Cultural que promove todo tipo de
manifestação artística, como, contação de histórias, apresentações teatrais e
circenses, e já possui uma biblioteca com mais de mil livros infanto-juvenis,
para proporcionar acesso à leitura às crianças daquela comunidade.
O projeto vai além das fronteiras, tendo em
vista que, diferente das outras bibliotecas, o projeto socializa ainda mais os
exemplares, em função de que ao retirar emprestado um livro, a criança poderá
leva-lo para casa e devolve-lo quando concluir a leitura completa da obra, isto
implica dizer, que ao mesmo tempo em que a criança se educa, também se
responsabiliza em cuidar e devolver a obra para a biblioteca. Encanto dos
Alagados é um projeto que demonstra o propósito daqueles cidadãos que desejam
contribuir efetivamente com a sociedade amapaense. Wenner George é um
batalhador, é um gentleman, se dedica com afinco ao seu projeto, contribuindo
nos cantos e recantos alagados da cidade de Macapá, onde o Estado não se
permite enxergar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário