Mesmo antes de se definir a recuperação e
urbanização das partes: interna e externa da Fortaleza de São José de Macapá,
tendo em vista que tivemos a honra de conhecer “in loco” aquele espaço, quando
na época ainda encontrava-se esquecido pelos poderes públicos, gostaríamos de
lembrar e afirmar que aquela imensa área, dependendo do ângulo de visão de quem
a observa, sempre foi inegavelmente um lugar bonito.
Com certeza nesses últimos anos, a frente
da cidade de Macapá mudou consideravelmente para melhor. A beleza que já
existia e que já estava ali, após os trabalhos de recuperação, apenas passou a
ser vista e percebida pela maioria da população da cidade. Antes da reforma,
parecia um quadro na penumbra que, ao ser colorido transformou-se e sua beleza
veio demasiadamente à tona. Uma beleza antes escondida no fundo do rio
Amazonas, que emergiu após todo o trabalho de recuperação da área. Realmente revelou-se
como o mais novo cartão postal do Amapá.
Por outro lado, esse grande monumento que
nos foi legado por nossos antepassados; que nos foi dado de presente; que ao
longo de sua história conseguiu ultrapassar algumas centenas de anos; necessita
urgentemente de maiores preocupações no que diz respeito à sua manutenção
diária, em detrimento de que está fadado ao início de seu fim.
Hoje, se faz necessário uma união dos
vários órgãos que lidam com a cultura para proteger firmemente aquela
edificação, visto que é preocupante a situação das paredes externas da nossa
Fortaleza que estão sendo totalmente depredadas sem dó nem piedade pelos
transeuntes que por ali vão passear e se deliciar com a beleza do lugar.
Qualquer cidadão pode observar a grande
quantidade de pequenas pedras que vão sendo retiradas paulatinamente das
paredes da Fortaleza e que são esquecidas e jogadas no solo que a rodeia. Não
só as pedras, mas também tijolos inteiros estão sendo jogados da parte superior
daquela fortificação. Basta caminhar no entorno e perceber ao longo da grande
muralha o desperdício e intermitente depredação que está sendo realizada sempre
à luz do sol.
Tanto na parte interna como na parte
externa é preciso dispor guias turísticos como também guardas municipais para
uma melhor proteção deste grande monumento amapaense. Seria trágico se não
fosse cômico, mas as cenas nos atordoam: as pessoas saem passeando, retiram as
pequenas pedras do veio da muralha, jogam-na ao chão e não há quem se preocupe
com essa depredação. É necessário que as pessoas entendam o significado
cultural daquele enorme monumento.
Resta
dizer ainda que a parede que está defronte ao rio Amazonas é a mais depredada,
inclusive com inscrições... Não inscrições rupestres! Mas, nomes de pessoas que
passam por lá com a intenção de deixar suas marcas na imensa e bela parede.
Será que é porque a iluminação é insuficiente? Já pensou a maior fortaleza a
América Latina com uma de suas muralhas totalmente caída ao solo? É preciso
lembrar que AS PEDRAS NÃO SÃO ETERNAS.
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