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sábado, 8 de dezembro de 2012

AS PEDRAS NÃO SÃO ETERNAS




     Mesmo antes de se definir a recuperação e urbanização das partes: interna e externa da Fortaleza de São José de Macapá, tendo em vista que tivemos a honra de conhecer “in loco” aquele espaço, quando na época ainda encontrava-se esquecido pelos poderes públicos, gostaríamos de lembrar e afirmar que aquela imensa área, dependendo do ângulo de visão de quem a observa, sempre foi inegavelmente um lugar bonito.
     Com certeza nesses últimos anos, a frente da cidade de Macapá mudou consideravelmente para melhor. A beleza que já existia e que já estava ali, após os trabalhos de recuperação, apenas passou a ser vista e percebida pela maioria da população da cidade. Antes da reforma, parecia um quadro na penumbra que, ao ser colorido transformou-se e sua beleza veio demasiadamente à tona. Uma beleza antes escondida no fundo do rio Amazonas, que emergiu após todo o trabalho de recuperação da área. Realmente revelou-se como o mais novo cartão postal do Amapá.
     Por outro lado, esse grande monumento que nos foi legado por nossos antepassados; que nos foi dado de presente; que ao longo de sua história conseguiu ultrapassar algumas centenas de anos; necessita urgentemente de maiores preocupações no que diz respeito à sua manutenção diária, em detrimento de que está fadado ao início de seu fim.
     Hoje, se faz necessário uma união dos vários órgãos que lidam com a cultura para proteger firmemente aquela edificação, visto que é preocupante a situação das paredes externas da nossa Fortaleza que estão sendo totalmente depredadas sem dó nem piedade pelos transeuntes que por ali vão passear e se deliciar com a beleza do lugar.
     Qualquer cidadão pode observar a grande quantidade de pequenas pedras que vão sendo retiradas paulatinamente das paredes da Fortaleza e que são esquecidas e jogadas no solo que a rodeia. Não só as pedras, mas também tijolos inteiros estão sendo jogados da parte superior daquela fortificação. Basta caminhar no entorno e perceber ao longo da grande muralha o desperdício e intermitente depredação que está sendo realizada sempre à luz do sol.
     Tanto na parte interna como na parte externa é preciso dispor guias turísticos como também guardas municipais para uma melhor proteção deste grande monumento amapaense. Seria trágico se não fosse cômico, mas as cenas nos atordoam: as pessoas saem passeando, retiram as pequenas pedras do veio da muralha, jogam-na ao chão e não há quem se preocupe com essa depredação. É necessário que as pessoas entendam o significado cultural daquele enorme monumento.
     Resta dizer ainda que a parede que está defronte ao rio Amazonas é a mais depredada, inclusive com inscrições... Não inscrições rupestres! Mas, nomes de pessoas que passam por lá com a intenção de deixar suas marcas na imensa e bela parede. Será que é porque a iluminação é insuficiente? Já pensou a maior fortaleza a América Latina com uma de suas muralhas totalmente caída ao solo? É preciso lembrar que AS PEDRAS NÃO SÃO ETERNAS.

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