Este é o título do mais novo espetáculo da
Companhia Theatral Tucuju. Um grupo desbravador que faz das tripas coração para
manter viva essa arte milenar conhecida por teatro. Joseph e Daniely Santos
estão no elenco. O figurino está quase pronto, os adereços estão sendo
definidos, os instrumentos ainda estão sendo afinados, mas mesmo assim, em face
ao perigo o grupo teve a ousadia de colocar o espetáculo em cena.
Além de tudo isso, a peça é permeada de
canto e dança; dessa forma exige muito dos novos artistas que buscam a todo o
momento dar o recado sobre o que é e como é o sertão de Patativa. Patativa é o
nome de um poeta popular que nasceu em Assaré, pequena cidade do interior do
Ceará, por isso seu nome artístico: Patativa do Assaré.
A obra da Patativa do Assaré é simples,
porém, singular e permeada semiologicamente do que se pode dizer: “o homem
nordestino”. É conhecida em todos os recantos do Brasil principalmente por
intelectuais e artistas. “Cante lá que
eu Canto Cá” é uma de suas obras de importância.
O espetáculo “O Sertão por Patativa” texto
de Dallva Rodrigues, parecer ter uma boa proposta de encenação. Quatro atores
buscam em cena mostrar um resumo da cultura nordestina. O texto poderia ter
explorado ainda mais a obra de Patativa trazendo à tona poemas clássicos de sua
literatura. Umas das questões é que é um espetáculo alegre, mas que ainda não
conseguiu demonstrar essa alegria tendo em vista a formação dos atores que
necessitam no palco, representar, tocar, cantar e dançar, o que se torna
difícil, mas não impossível.
O elenco como um todo necessita de estudos
práticos em relação ao canto, à dança e criação de personagem. O espetáculo
ainda está em uníssono, isto é, as cenas precisam ser trabalhadas com mais
profundidade para que haja no decorrer da peça, discernimento e envolvimento
pelo público, de cenas tristes e alegres, vibrantes e comoventes.
O figurino caminha junto à filosofia do
texto, tanto quanto a maquiagem elaborada pelo grupo. É um trabalho que pode e
deve envolver diretamente o público em algumas cenas. Pela concepção cênica
deve ser apresentado principalmente em arenas, levando-se em consideração que é
um espetáculo que necessita estar perto e próximo ao público presente. O
processo criativo deverá, por um lado, passar por várias etapas não
desperdiçando o que de melhor venha a acontecer em cena e por outro, deixar
escapar as cenas que não são interessantes. Esse processo criativo, essencial
ao encenador e à arte de representar, requer disciplina trabalho e tempo. Há
quem não entenda isto, mas assim é a arte. Arriba... Companhia Theatral Tucuju.
“O Sertão Por Patativa” pela Companhia de
Artes Tucuju adaptação do texto de Dallva Rodrigues e Welliton Machado.
Adaptação e direção de Jhou Santos, direção de cena de Maronilton Henrique. No
elenco Danny Santos, Adilson Sampaio, Jhou Santos e Arthur Vilhena, registros
de Breno Ribeiro e maquiagem o grupo.
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