Todos já ouviram falar da unidade de saúde Lélio Silva, ele era médico
muito conhecido no Amapá desde a década de 1940. Em 16 de fevereiro de 1950
houve um naufrágio no rio Cassiporé em função da pororoca, em que faleceu o Dr.
Lélio Gonçalves da Silva, que na ocasião era Diretor e médico do Posto Misto do
Oiapoque. A equipe de saúde que estava
atendendo ribeirinhos do rio Cassiporé, estava se organizando para retornar à
Macapá. De acordo com as notícias, o médico preferiu esperar passar a pororoca,
porém, o senhor que pilotava o barco, decidiu sair mais rápido para chegar mais
cedo à Macapá.
Na embarcação, estava o médico, mais dois senhores e uma enfermeira
muito conceituada na região. O problema é que num determinado local tiveram que
enfrentar a pororoca, na ocasião, o piloto não conseguiu dominar a embarcação e
infelizmente, o barco foi para o fundo do rio.
Este foi o naufrágio, no qual, faleceu o Dr. Lélio Silva. Em homenagem à
sua dedicação na área de saúde no Amapá, colocaram seu nome numa das unidades
de saúde do município de Macapá.
Apesar de boa parte da população já ter ouvido falar sobre Dr. Lélio
Silva, acontece que este evento também foi transformado em texto dramatúrgico.
Essa outra homenagem foi realizada por um conhecido radialista; pelo rádio ator
Paulo Roberto, que na época trabalhava na rádio difusora de Macapá. Este fato
pode ser localizado no Jornal Amapá, Ano 6, número 269, Macapá, 06 de maio de
1950, onde enfoca que: inspirado na dedicação e espírito de sacrífico do jovem e pranteado
clínico, o conhecido rádio-ator Paulo Roberto, organizou e transmitiu através
do seu popular programa <<Obrigado Doutor>>, que a Rádio Nacional
irradia todas as terças-feiras, às 20 horas, a peça intitulada << A
Tragédia do Amapá>>.
O referido programa intitulado “Obrigado
Doutor” tinha como patrocínio o Leite de Magnésia da Phillips. Dr. Lélio Silva
era médico. O texto foi escrito em sua homenagem pelo rádio ator Paulo Roberto
que exercia suas atividades na Rádio Nacional, que na atualidade é conhecida
como Rádio Difusora de Macapá.
Embora tenhamos conhecimento da
apresentação dos “Mouros e Cristãos” em Mazagão Velho, que apesar de ter sido
apresentada por mais de dois séculos, considera-se ainda como literatura oral,
tendo em vista que não há um texto propriamente dito, mas sim, um roteiro. No
caso do texto “A Tragédia do Amapá”, resta dizer que, até que novos pesquisadores
localizem outros textos anteriores, cronologicamente considero este, como o
primeiro texto dramatúrgico do Amapá, que apesar de ainda não ter sido
transformado em espetáculo, se tornou rádio novela na década de 1950. Em
relação a isso, venho pesquisando e trabalhando para juntar esse quebra-cabeça,
visto que esse texto foi publicado por partes no Jornal Amapá, naquela época, e
o meu objetivo é conseguir juntar essas partes para chegar ao texto completo.
“A Tragédia do Amapá” é um texto dramaturgo em homenagem à Lélio Silva.
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