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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

ICONOCLASTAS

 


     O Brasil e o mundo ficaram estarrecidos, com os acontecimentos que aconteceram em Brasília, no dia oito de janeiro deste ano. Interessante que na eleição de 2018, quando a direita assumiu o poder, por sua vez, a esquerda ficou na dela, e aceitou com calmaria, e em função do processo democrático, aceitou o resultado das urnas eletrônicas, visto que o presidente havia sido eleito pelo voto da maioria. Fato é que durante os últimos quatro anos do governo anterior, nenhum movimento insurgente foi realizado pelos mais variados grupos políticos de esquerda do nosso país.

     Mas o que nos move a escrever sobre tal fato, não é tão diretamente em relação à política partidária propriamente dita, mas sim, aos estragos: moral, econômico, social, artístico e cultural, pelos quais, vem sendo atacado a sociedade e o povo brasileiro. Além de todos esses fatos que vimos observando na cena nacional, e que vem amplamente sendo informado pela mídia, nos resta aqui, nesses poucos parágrafos, nos voltar para uma questão importantíssima que é a destruição de obras artísticas de valores incomensuráveis, para a história e cultura do nosso povo.

      Desde primórdios, a arte acompanha o homem ao longo de sua história, ela, a arte, está intrinsecamente ligada à vida de um povo e reflete a essência de uma nação, seus atos e fatos, suas conquistas e suas perdas. É um dos meios de comunicação mais antigo da história. Em muitos casos, é a partir de objetos artísticos deixados pelos nossos ancestrais que podemos conhecer costumes e vida de povos antigos. 

     Portanto, entendo que uma obra artística é o retrato de um povo, de uma cultura, de uma sociedade e merece ser integralmente preservada. Para isso, os museus estão plenos de obras de arte, seja relacionada à arquitetura, pintura, escultura, ou ainda, das demais formas artísticas. Infelizmente, aqueles que não entendem a linguagem artística, não percebem o grande legado que, ao longo da história do homem, a arte vem nos transmitindo e nos revelando  como viviam os nossos antepassados, o que nos deixa esse grande presente que se torna patrimônio de todos e, portanto, universal.

     Iconoclasta é um substantivo masculino e feminino, que demonstra a pessoa que estraga ou destrói imagens religiosas, símbolos da pátria, monumentos artísticos, entre outros, podendo ser sinônimo de vândalo. Diz-se daquela pessoa que é sectária da iconoclastia, que destrói imagens ou estátuas, que não respeita os costumes e as tradições. Isto posto, além de todo tipo de adjetivo, os invasores dos três poderes também devem ser tratados como iconoclastas.

     Para se ter uma ideia, as obras que foram fortemente atacadas no dia oito de janeiro em Brasília e que são de inestimável valor, são as seguintes: Tela de Di Cavalcanti; “O Flautista”, de Bruno Giorgi; “Bandeira do Brasil”, de Jorge Eduardo; “Galhos e Sombras”, de Frans Krajcberg; “Relógio” de Balthazar Marinot; “A Justiça”, de Alfredo Ceschiatti; “Muro Escultórico”, de Athos Bulcão; “Bailarina” de Victor Brecheret; “Escultura Maria, Maria”, de Sônia Ebling, entre outras.

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