O Brasil e o mundo ficaram estarrecidos,
com os acontecimentos que aconteceram em Brasília, no dia oito de janeiro deste
ano. Interessante que na eleição de 2018, quando a direita assumiu o poder, por
sua vez, a esquerda ficou na dela, e aceitou com calmaria, e em função do
processo democrático, aceitou o resultado das urnas eletrônicas, visto que o
presidente havia sido eleito pelo voto da maioria. Fato é que durante os
últimos quatro anos do governo anterior, nenhum movimento insurgente foi
realizado pelos mais variados grupos políticos de esquerda do nosso país.
Mas o que nos move a escrever sobre tal
fato, não é tão diretamente em relação à política partidária propriamente dita,
mas sim, aos estragos: moral, econômico, social, artístico e cultural, pelos
quais, vem sendo atacado a sociedade e o povo brasileiro. Além de todos esses fatos
que vimos observando na cena nacional, e que vem amplamente sendo informado
pela mídia, nos resta aqui, nesses poucos parágrafos, nos voltar para uma
questão importantíssima que é a destruição de obras artísticas de valores
incomensuráveis, para a história e cultura do nosso povo.
Desde primórdios, a arte acompanha o
homem ao longo de sua história, ela, a arte, está intrinsecamente ligada à vida
de um povo e reflete a essência de uma nação, seus atos e fatos, suas
conquistas e suas perdas. É um dos meios de comunicação mais antigo da
história. Em muitos casos, é a partir de objetos artísticos deixados pelos
nossos ancestrais que podemos conhecer costumes e vida de povos antigos.
Portanto, entendo que uma obra artística é
o retrato de um povo, de uma cultura, de uma sociedade e merece ser integralmente
preservada. Para isso, os museus estão plenos de obras de arte, seja
relacionada à arquitetura, pintura, escultura, ou ainda, das demais formas
artísticas. Infelizmente, aqueles que não entendem a linguagem artística, não
percebem o grande legado que, ao longo da história do homem, a arte vem nos transmitindo
e nos revelando como viviam os nossos
antepassados, o que nos deixa esse grande presente que se torna patrimônio de
todos e, portanto, universal.
Iconoclasta é um substantivo masculino e
feminino, que demonstra a pessoa que estraga ou destrói imagens religiosas,
símbolos da pátria, monumentos artísticos, entre outros, podendo ser sinônimo
de vândalo. Diz-se daquela pessoa que é sectária da iconoclastia, que destrói
imagens ou estátuas, que não respeita os costumes e as tradições. Isto posto,
além de todo tipo de adjetivo, os invasores dos três poderes também devem ser
tratados como iconoclastas.
Para se ter uma ideia, as obras que foram
fortemente atacadas no dia oito de janeiro em Brasília e que são de inestimável
valor, são as seguintes: Tela de Di Cavalcanti; “O Flautista”, de Bruno Giorgi;
“Bandeira do Brasil”, de Jorge Eduardo; “Galhos e Sombras”, de Frans Krajcberg;
“Relógio” de Balthazar Marinot; “A Justiça”, de Alfredo Ceschiatti; “Muro
Escultórico”, de Athos Bulcão; “Bailarina” de Victor Brecheret; “Escultura
Maria, Maria”, de Sônia Ebling, entre outras.
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