Tão intensamente em Delos, em Elêusis, em Delfos, em Atenas, como também na Samotrácia, e ainda, no extenso território grego, de uma forma ou de outra, também havia cultos e festividades em homenagem ao deus Dioniso, com seus ritos iniciáticos e seus mistérios. Dioniso era cultuado com ditirambos; canções cheias de momentos de livre expressão e plenas de paixão. Era uma divindade ligada ao campo. Quando se fala em dionisíaco, refere-se à loucura, selvageria, música, dança, terror e êxtase.
Dioniso era filho de Zeus e Sêmele, princesa
de Tebas. Hera, esposa de Zeus, convenceu a Sêmele que fizesse um pedido para
que Zeus se apresentasse como realmente ele era. Zeus atendeu o pedido e se
apresentou a Sêmele, não como humano, mas como um verdadeiro deus. Assim,
apareceu a Sêmele com grandes relâmpagos e trovões. Com grande susto, Sêmele
morre com Dioniso em sua barriga com apenas seis meses. Compadecido, Zeus tirou
a criança do ventre de Sêmele, fez uma incisão em sua coxa, onde colocou a
criança, que depois de mais três meses, o fez chegar ao fim da gestação. Em
função disso, Dioniso passou a ser conhecido como o Deus nascido duas vezes, ou
seja, o ressuscitado.
Para conquistar seu lugar no Olimpo,
Dioniso teve que vagar pelo mundo e enfrentar situações adversas, para que pudesse
ser recebido como deus, e seu culto fosse aceito e disseminado entre os povos
gregos, como também em outras civilizações. Ele viajou pela Grécia, Egito,
Índia, Síria e toda Ásia. Seu objetivo agora, era revelar seus dons à
humanidade, ensinar a técnica da fabricação do vinho, os mistérios, as danças e
os bálsamos que podiam mitigar o sofrimento dos homens. Semelhante ao que
aconteceu na Odisseia de Homero, quando Ulysses utiliza-se do vinho para cegar
o Ciclope Polifemo; na região da Frígia, na Ásia Menor, Dioniso teve que
enfrentar o rei indiano Deríades, e para isso, ele utilizou seu principal dom,
o vinho. Nesse episódio, como civilizador e libertador, Dioniso transformou a
água em vinho e presenteou aos indianos, acabando por dominar o exército inimigo,
com embriaguez e loucura. Aliás, a loucura é uma arma muito utilizada pelo
deus, para vingar seus adversários. Filho de uma mortal, Dioniso foi o último
deus aceito no Olimpo.
Como curandeiro, Dioniso também ajudou a
curar aos enfermos, essa é mais outra sabedoria e façanha dessa deidade. Com
remédios alternativos, ele abrandou a dor física das Bacantes. Com uma mistura
de ervas e leite, ele curou Himeneu. A partir de encantamentos, estabeleceu a
hemorragia de Estáfile. Além disso, Dioniso tinha poderes de metamorfosear-se.
Ele podia se transformar em água, árvore, javali, leão, pantera, urso, serpente
e touro. Talvez ele tenha herdado isso de Zagreu, que se transformou em touro
para fugir dos Titãs.
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