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terça-feira, 29 de outubro de 2019

DIÁRIO DE ANNE FRANK



     Para quem pretende desenvolver a escrita, eu aconselho dois caminhos que irão facilitar o ato de escrever: o primeiro é brincar de escrever poesias. Escrever poesias é muito interessante tendo em vista que ela o envolve no ato de pensar, escrever, reescrever e definir um título. Toda poesia tem início, meio e fim. O fato de escrever poesias o ajudará a escrever um livro num breve futuro. Em segundo lugar, escrever um diário.  O nome já diz tudo, no diário você passa a escrever tudo o que se passou no seu dia. É como se você estivesse escrevendo uma carta para você mesmo. Da mesma forma como a poesia, cada dia relatado, passa a ter início, meio e fim.
     E por falar em diário, estou finalizando a leitura do diário de Anne Frank. É uma leitura simples, mas muito valiosa, em que uma menina de 13 anos relata suas agruras, sua solidão e sua incessante fuga da polícia de Hitler. Ela relata o tempo em que viveu num esconderijo na Holanda. Este fato se deu a partir de 1942, período altamente conturbado da segunda guerra mundial. 
     Ela recebeu um caderno de presente e resolver transformá-lo num diário. Todo seu sofrimento junto à família ela conseguiu escrever todos os dias e registrar no seu querido diário, para isso criou um personagem, sua amiga Kitty, para quem ela sempre dirigia suas palavras.
     Com a decisão de seu pai de se mudarem para um esconderijo, visto que naquele momento não tinha alternativa, toda a família, inclusive Anne Frank, passou a viver na clandestinidade. Anne passa por várias privações: fica longe da escola, dos amigos, da casa, da cidade, do seu bairro, passear de bicicleta, ou seja, ficou privada de vivenciar tudo o que uma jovem de 13 anos poderia experimentar. 
     No desespero de sua estada no esconderijo, para não ser presa pelos nazistas, ela escreve esta frase, que revela seu desespero: “é melhor acabarem os sustos de uma vez do que ficar à espera indefinidamente”. Imaginem que ela passou mais de dois anos presa dentro do seu próprio esconderijo.
     Reclama também de não poder movimentar seu corpo como faria no cotidiano em liberdade: diz ela – A gente tem os movimentos mais cômicos deste mundo, procurando caçá-los.  Mas todo o movimento nos causa embaraço. Falta-nos o jeito porque fazemos pouca ginástica e já não temos o corpo flexível. Uma das coisas mais simples é termos amigos. Em seu desespero, escreve em seu diário a necessidade vital de uma amiga. E foi em função dessa pretensão que ela reclamou em seu diário a presença de uma amiga para conversar. Na falta da amiga, criou uma virtual.
     Em muitos casos, os adultos não levam em consideração os adolescentes, e ela nos dá um recado glorioso, quando coloca sua relação com os adultos: o que tenho eu a ver com toda essa confusão? Haverá quem adivinhe o que se passa na alma de uma adolescente? Portanto, recomendo a todos a leitura do Diário de Anne Frank, por ser acessível e de fácil compreensão a todos os leitores.

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