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terça-feira, 13 de agosto de 2013

JACKSON AMARAL E O TEATRO NO AMAPÁ


     Sem nenhum conhecimento técnico Jackson Cardoso Amaral começou a fazer teatro na década de 1980. Situação pela qual passou vários artistas de teatro naquele período no Estado do Amapá. Quando Jackson iniciou suas atividades no teatro, ainda conheceu o Grupo “Telhado”, liderado por Juvenal Canto e que era considerado o grupo mais atuante daquele período.
     Mas nessa época o “Telhado” já estava praticamente encerrando suas atividades quando começa a surgir paralelamente em Macapá e Santana outros grupos que passam a assumir este vazio na arte e no lazer nessas duas cidades. Portanto, é nesse momento duvidoso que Jackson Amaral inicia suas atividades artísticas no teatro na cidade de Macapá juntamente com os artistas: Disney Silva, Richene, Beta, Andréia, Cecília Lobo, Geovane Coelho, Amadeu Lobato, Valdez Mourão entre outros. Por outro lado, na cidade de Santana surge a presença de Porfírio (Popó) liderando o movimento teatral da segunda cidade do Estado do Amapá. Sem sobra de dúvidas, essas ações propulsionaram a fundação da FATA – Federação Amapaense de Teatro Amador.
     Mesmo assim, a turma do teatro continuou montando peças sem nenhum conhecimento técnico teatral, sem apoio e sem local para ensaios e é nesse exato momento que aparece o MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização; Jackson Amaral em entrevista a este colunista conta que: Como não tínhamos lugar para ensaiar, começamos a ensaiar na casa dos colegas atores, mas passava um, dois dias e a mãe dizia que não dava mais pra ter ensaio, ficávamos assim na casa de um e outro, até que o Lúcio do Mobral chegou e disse: - Olha, se vocês quiserem se organizar nesse movimento de teatro no Amapá eu mando buscar um técnico em teatro no Rio de Janeiro, pelo MOBRAL; então na minha época esse foi o primeiro curso de teatro que ocorreu em Macapá.
     Na década de 1980 o MOBRAL foi o suporte fundamental para o desenvolvimento do teatro no Amapá. Além de atores e atrizes qualificados em teatro para ministrar cursos aos grupos daqui, o MOBRAL passou também a motivar e investir pesadamente no teatro local, inclusive oferecendo espaços para os grupos ensaiarem, neste sentido, Jackson Amaral afirma que: Então o Lúcio passou a liberar a sede do MOBRAL pra gente ensaiar, porque cada um tinha seu grupo, eu tinha meu grupo com o Disney que era o Língua de Trapo, o Porfírio (Popó) tinha o grupo dele, a Fatica tinha o grupo dela, o Geovane com o Valdez tinham o grupo deles... Ai! Cada um marcava um dia pra ensaiar, porque o único lugar que tínhamos para ensaiar era esse e cada grupo começou a montar suas peças.

     Assim, surgiu “Repiquete”, primeira peça em que Jackson Amaral participou como ator: Era uma lenda ribeirinha, indígena, que falava sobre a vida dos ribeirinhos, dos caboclos e a forma como eles falavam e começamos a apresentar esse espetáculo...   “Repiquete” também se apresentou no palco do Cine Teatro João XXIII que era administrado pela Igreja Católica. Situava-se no centro da cidade, ao lado da antiga igreja de São José. Depois de “Repiquete” o grupo buscou outros caminhos e decidiu por montar a peça “Bar Caboclo”, que na época era um insípido texto de Disney Silva que chegava ao máximo de trinta minutos de espetáculo. O mesmo estreou no Teatro das Bacabeiras.

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