Sem nenhum conhecimento técnico Jackson
Cardoso Amaral começou a fazer teatro na década de 1980. Situação pela qual
passou vários artistas de teatro naquele período no Estado do Amapá. Quando
Jackson iniciou suas atividades no teatro, ainda conheceu o Grupo “Telhado”,
liderado por Juvenal Canto e que era considerado o grupo mais atuante daquele
período.
Mas nessa época o “Telhado” já estava
praticamente encerrando suas atividades quando começa a surgir paralelamente em
Macapá e Santana outros grupos que passam a assumir este vazio na arte e no
lazer nessas duas cidades. Portanto, é nesse momento duvidoso que Jackson
Amaral inicia suas atividades artísticas no teatro na cidade de Macapá
juntamente com os artistas: Disney Silva, Richene, Beta, Andréia, Cecília Lobo,
Geovane Coelho, Amadeu Lobato, Valdez Mourão entre outros. Por outro lado, na
cidade de Santana surge a presença de Porfírio (Popó) liderando o movimento
teatral da segunda cidade do Estado do Amapá. Sem sobra de dúvidas, essas ações
propulsionaram a fundação da FATA – Federação Amapaense de Teatro Amador.
Mesmo assim, a turma do teatro continuou
montando peças sem nenhum conhecimento técnico teatral, sem apoio e sem local
para ensaios e é nesse exato momento que aparece o MOBRAL – Movimento
Brasileiro de Alfabetização; Jackson Amaral em entrevista a este colunista
conta que: Como não tínhamos lugar para
ensaiar, começamos a ensaiar na casa dos colegas atores, mas passava um, dois
dias e a mãe dizia que não dava mais pra ter ensaio, ficávamos assim na casa de
um e outro, até que o Lúcio do Mobral chegou e disse: - Olha, se vocês quiserem
se organizar nesse movimento de teatro no Amapá eu mando buscar um técnico em
teatro no Rio de Janeiro, pelo MOBRAL; então na minha época esse foi o primeiro
curso de teatro que ocorreu em Macapá.
Na década de 1980 o MOBRAL foi o suporte
fundamental para o desenvolvimento do teatro no Amapá. Além de atores e atrizes
qualificados em teatro para ministrar cursos aos grupos daqui, o MOBRAL passou
também a motivar e investir pesadamente no teatro local, inclusive oferecendo
espaços para os grupos ensaiarem, neste sentido, Jackson Amaral afirma que: Então o Lúcio passou a liberar a sede do
MOBRAL pra gente ensaiar, porque cada um tinha seu grupo, eu tinha meu grupo
com o Disney que era o Língua de Trapo, o Porfírio (Popó) tinha o grupo dele, a
Fatica tinha o grupo dela, o Geovane com o Valdez tinham o grupo deles... Ai!
Cada um marcava um dia pra ensaiar, porque o único lugar que tínhamos para
ensaiar era esse e cada grupo começou a montar suas peças.
Assim, surgiu “Repiquete”, primeira peça
em que Jackson Amaral participou como ator: Era
uma lenda ribeirinha, indígena, que falava sobre a vida dos ribeirinhos, dos
caboclos e a forma como eles falavam e começamos a apresentar esse
espetáculo... “Repiquete” também se
apresentou no palco do Cine Teatro João XXIII que era administrado pela Igreja
Católica. Situava-se no centro da cidade, ao lado da antiga igreja de São José.
Depois de “Repiquete” o grupo buscou outros caminhos e decidiu por montar a
peça “Bar Caboclo”, que na época era um insípido texto de Disney Silva que
chegava ao máximo de trinta minutos de espetáculo. O mesmo estreou no Teatro
das Bacabeiras.
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