Em períodos históricos distintos o teatro
foi se desenvolvendo de acordo com a necessidade social em que estava inserido,
levando-se em consideração o progresso da ciência, da arte e da tecnologia. Em
termos, a eletricidade foi um dos fatores preponderantes. Com essa trajetória e
nessa perspectiva dramaturgos, críticos, filósofos e teóricos, estudiosos e
encenadores muito contribuíram para que esse caminho chegasse ao pleno
desenvolvimento.
Infelizmente não podemos nos deter
minuciosamente em relação ao tema proposto. Portanto, centralizaremos nosso
enfoque nas próximas linhas numa escola que foi de fundamental importância para
a concepção do teatro no século XX.
A Bauhaus surge na Alemanha após a
primeira guerra mundial, por necessidade vital de um grupo de pessoas que
pretendiam a partir da arte, desenvolver uma ideologia que defendia a escola
como o cerne da educação para formar uma sociedade mais justa.
Portanto, dentro da filosofia dessa
escola, tendo como ponto de partida a arte, o que se pretendia era dar aos
estudantes uma formação global e extensa, no sentido de atingir novas formas
que reunissem tendências artísticas e artesanais. Os antecedentes da Bauhaus
estão no fato de que no final do século XIX os valores liberais burgueses
estavam sendo contestados. Fundada em 1919, tem Walter Gropius como principal
incentivador. O arquiteto Gropius, que por sinal já dirigia outra escola desde
1915 acreditava que o lugar do artista é na escola.
No entanto, propostas vanguardistas
semelhantes já haviam sido divulgadas por Craig e Appia, no início do século
XX. Gordon Craig criou um novo espaço de representação que ficou conhecido como
“quinto palco”. Os quatro espaços cênicos anteriores eram: a) o anfiteatro
grego; b) o espaço medieval; c) os tablados da comédia dell’arte e d) o palco
italiano. Esta proposta significava a substituição de um palco estático por um
palco cinético.
Em apenas 14 anos de existência, de 1919 a
1933, quando foi forçada a fechar suas portas, pela Gestapo, a Bauhaus nos
deixou um legado que ainda repercute nos dias atuais. No que diz respeito à
modernidade da concepção cênica, a Bauhaus tinha como primordial trabalhar a
relação do homem com o espaço que o cerca e com os objetos que ele produz.
Sabe-se que Walter Gropius chegou a
realizar um projeto de edifício teatral, propondo interrelações entre público e
atores. Projeto que facilitava sucessivas alterações de cenas, devido às
engrenagens mecânicas inseridas nesse espaço cênico.
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