O ensino de artes passou a ser reconhecido
formalmente na escola brasileira a partir da Lei 5.692\71 com o nome de
“Educação Artística”. Mas, o mesmo já existia de fato em nossas escolas.
Contudo, os cursos superiores que foram sendo implantados nas Universidades
brasileiras demonstraram, com o passar dos anos, algumas fragilidades em
relação às atividades profissionais, inclusive fomentando a polivalência no que
diz respeito ao objetivo exercício prático da profissão. Isto ocasionou vários
conflitos na profissão nas décadas de 1970 e 1980. Entretanto, os Parâmetros
Curriculares Nacionais retomam esse debate quando afirma na página 29, que na
época os professores: “...Viram-se
responsabilizados por educar os alunos (em escolas de ensino médio) em todas as
linguagens artísticas configurando-se a formação do professor polivalente em
Arte”.
Este tipo de entendimento, que fazia com
que o professor de uma área da arte, ministrasse todas as especificidades,
ocasionou baixa qualidade no ensino da arte. Discussão essa que também é
retomada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, quando na página 30 registra
que: “O movimento Arte-Educação permitiu
que se ampliassem as discussões sobre a valorização e o aprimoramento do professor,
que reconhecia o seu isolamento dentro da escola e a insuficiência de
conhecimentos e competência na área”.
Todavia, esse problema gerou várias
discussões dentro e fora das universidades fazendo com que os profissionais da
área se organizassem. Em função disso, foram criadas várias associações de
Arte-Educadores em todo o território nacional, que se tornaram espaços de
discussões e debates sobre o assunto em tela. Esses fóruns de debates foram
tomando forma de tal grandeza que culminou com a fundação da Federação
Brasileira de Arte-Educadores – FAEB em 1997, dentro do I Festival Latino
Americano de Arte e Cultura – I FLAAC que aconteceu na Universidade de
Brasília. Particularmente presenciei este evento, visto que estive lá
presencialmente como aluno do Curso de Educação Artística da UFPB.
Acontece porém, que os cursos de Educação
Artística que foram sendo implantados ao longo dos anos, demonstraram
fragilidades principalmente no sentido de que o profissional realizava um curso
que possuía quatro habilitações: artes plásticas; artes cênicas; arte musical e
dança, sendo que ao se deparar com o mercado de trabalho, o mesmo exigia-lhe o
domínio das quatro áreas, o que o tornava um professor polivalente.
Notadamente, foi em função de mais de 20
anos de luta dos arte-educadores no Brasil por essa não polivalência que se
conquistou a partir da Lei 9.394\96, por um lado, a obrigatoriedade do ensino
de Artes, que mudou sua nomenclatura de “Educação Artística” para a disciplina
“Arte” e por outro lado, a divisão da disciplina “Arte” por áreas específicas,
quais sejam: Artes Visuais; Teatro; Dança e Música.
Belo documento.
ResponderExcluirLembro que hoje já trabalhamos com a perspectiva de arte híbrida, com multiculturalidade, o que possibilita o trabalho transdisciplinar ou em rede das expressões artísticas.