Na década de 1970 ainda era evidente o
teatro nas escolas e nas igrejas; percebendo igreja aqui num sentido amplo,
envolvendo várias religiões, visto que tanto o catolicismo como o
protestantismo praticavam essa atividade artística no âmbito dos seus espaços
físicos e dos seus limites canônicos.
A Escola Paroquial São José fomentava
aulas de teatro que eram ministradas pelos padres e freiras. Apesar de
direcionarem espetáculos com temas religiosos, esses se tornaram os principais
professores de arte no Amapá daquele período. Essas atividades aconteciam
geralmente no curso primário e ginasial.
Havia ainda o “Grupo de Teatro do Colégio
Amapaense” e o “Grupo de Teatro do Santina Rioli”. Na paróquia Jesus de Nazaré
havia o “Grupo de Teatro Avatar”. Em sua maioria e com influência religiosa
esses grupos se dedicavam a montar espetáculos religiosos com temas sobre
“Natal”, “Jesus Cristo”, “Dia das Mães” e outras datas comemorativas.
O MOBRAL
O MOBRAL – Movimento Brasileiro de
Alfabetização em muito contribuiu para o desenvolvimento do teatro no Estado do
Amapá. Além da motivação, trazia para o Cabo Norte muitos cursos e oficinas na
área das artes cênicas. Coronel Ribeiro, defensor ferrenho da educação e das
artes, era Presidente do MOBRAL e trazia vários professores de outros estados
para ministrar cursos e oficinas de teatro como; impostação de voz,
interpretação, direção teatral entre outros cursos. Marizete Ramos veio de
Belém como também o diretor Luiz Otávio Barata para ministrar curso para nossos
atores.
Por outro lado, também havia alguns
professores aqui no Estado do Amapá que também tinham conhecimento e condições
de ministrar oficinas de teatro, como a atriz Creuza Bordalo, Padre Mino e o
próprio Coronel Ribeiro. O atual “Grupo Língua de Trapo” que vem há mais de 20
anos apresentando a peça “Bar Caboclo” é resultado de uma dessas oficinas. É um
grupo que surgiu praticamente dentro e em função do MOBRAL. Na década de 1970,
o grupo que mais se destacou foi o “Grupo Telhado” que, além de participar de
várias oficinas de teatro, assinou contrato com o MOBRAL para apresentar seus
espetáculos em municípios e distritos. “A Mulher que casou 18 Vezes” foi uma
das peças mais badaladas da época. Havia em Macapá nesse período os seguintes
espaços que serviam para representações teatrais: O Cine Teatro João XXIII que
pertencia à paróquia de São José; o auditório da Rádio Educadora de Macapá; o
Cine Teatro Territorial e o Cine teatro que pertencia à paróquia do bairro do
Trem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário