Após a decisiva contribuição do MOBRAL e
do SESC/AP, entre as décadas de 1970 e 1980, o movimento de teatro amador
seguirá novos caminhos com a fundação da Federação Amapaense de Teatro Amador –
FATA, no ano de 1980, que inicialmente teve sua sede no município de Santana.
Seguindo o movimento organizado de teatro em nível nacional, a FATA, naquele
momento, assumiu o movimento de vanguarda em relação à cultura, no Estado do
Amapá. Esteve sob a Presidência de João Porfírio Freitas Cardoso, mais
conhecido como Popó. Já em 1997, foi criada a Federação Amapaense de Teatro –
FATE, com o objetivo de representar grupos e companhias do Amapá. Está situada
na Rua Oscar Santos, 397, Bairro do Perpétuo Socorro, em Macapá, sob
administração de Daniel Rocha da Silva e Tina Araújo. Isto implica dizer que até
a chegada do século XXI, o movimento teatral amapaense, estava sob a égide
dessas duas entidades.
Todavia, devido ao constante desgaste
político e artístico, dessas duas associações promotoras da arte, que aconteceu
ao longo dos anos, fez surgir novos atores e novas organizações, que resultou
em rupturas e quebra de paradigmas, visto que esta nova geração passou a ser o
carro chefe das decisões artísticas, a partir do início do século XXI. Este foi
o advento da nova geração que se insurgiu juntamente com o alvorecer do século
XXI. Ela se rebelou em detrimento da metodologia antes realizada pelas antigas
Federações. Vale ressaltar que muitos desses artistas, já participavam do
movimento organizado das referidas Federações.
Posso
observar aqui que, com a passagem de um século para outro, há no Amapá, dois
grupos de produção cênica, distintos: o primeiro, refere-se ao século XX -
grupos tradicionais, que ainda continuam em atividade, como: Grupo Teatral
Língua de Trapo, dirigido por Disney Silva – década de 1970 – que surgiu a
partir de oficinas de teatro do Mobral – Movimento Brasileiro de Alfabetização.
Este último vem apresentando seu espetáculo Bar
Caboclo. Outro grupo desse período e que ainda continua a se apresentar é a
Companhia Teatro de Arena, coordenador pelo diretor Amadeu Lobato – década de
1970 – que participou das oficinas do Mobral e do SESC/AP, mas surgiu na Igreja
Católica e há 46 anos vem tradicionalmente apresentando seu espetáculo
homônimo, “Uma Cruz Para Jesus”. O reconheço como grande Escola Informal de
Iniciação Teatral do Amapá. Ainda faz parte desse grupo, a Companhia de Teatro
Marco Zero, que tem coordenação de Daniel de Rocha e Tina Araújo – imigrantes
oriundos da Bahia, que chegaram a Macapá e instalaram um movimento artístico,
comunitário e social, além de edificarem seu próprio edifício teatral, (Teatro
Marco Zero), no bairro Perpetuo Socorro, e que no ano de 1997, fundaram a FATE
– Federação Amapaense de Teatro. Isto significa dizer que, até final do século
XX, havia uma polarização sobre o que se fazia na área do teatro no Amapá. Em
função disso, na primeira década do século XXI, oriundos dessas mesmas
organizações, surgem novos líderes dissidentes, e em consequência, novos grupos
e novas associações culturais.
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