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sexta-feira, 7 de outubro de 2022

ÉSQUILO

 

     Ésquilo nasceu em Elêusis, em 525 a.C., era filho de Eufórion, pertencente a uma família de nobres. Foi herói em Maratona, Salamina e Platéia, tendo competido pela primeira vez, em 490 a.C., contra Pratinas e Quérilus, saindo derrotado. Vivia na Sicília, só aparecendo para os concursos, como também representava como ator. Foi preso por ser acusado de revelar os mistérios eulesianos. Faleceu em Gala, na Sicília em 456 a.C. Seu epitáfio diz: “Aqui repousa Ésquilo, filho de Eufórion, ateniense. Se quiserdes saber se foi valente perguntai ao bosque sagrado de Maratona e ao Medo de longa Cabeleira”, e nenhuma referência aos seus títulos de poeta.

     Ésquilo escreveu sessenta tragédias e cinco dramas satíricos, tendo sido vencedor dos concursos de tragédias por treze vezes. De sua obra, algumas peças chegaram aos nossos dias, como: “As Suplicantes”; “Os Sete Contra Tebas”; “Os Persas”; “Prometeu Acorrentado”, e sua única trilogia existente, “Agamenon, As Coéforas e as Eumênides”.

     Ésquilo criou o segundo ator, deu papel preponderante ao diálogo, diminuiu a importância do coro, e de cinquenta, o reduziu para quinze coristas. A única exceção  a esta última regra pode ser verificada em “As Suplicantes”, tragédia composta praticamente só de coros.

     Faz jus lembrar que com o segundo ator, nasce aquilo que é a base de toda arte dramática: a ação, pois já não se limita a se referir a algo, mas a verdadeiramente atuar. Além de ter dado importância à palavra, também produziu outras inovações para efeitos cênicos como: cenários, altares, tumbas, rochas e pórticos de palácios. Refez também as máscaras, estereotipando os sentimentos. Sobrelevou os coturnos, variou as cores dos trajes, deu destaque à coreografia e estabeleceu a regra de não haver morto em cena.

     Eis algumas das características das tragédias de Ésquilo: “As Suplicantes”; acredita-se que essa tragédia é a segunda peça de uma trilogia, sendo que as outras foram praticamente extraviadas. Suas marcas são a predominância lírica e a ausência de mortes. Em “Os Persas”, o que se destaca, sobretudo, nessa tragédia é a sublimidade do diálogo ao lado do aparecimento do silêncio, isto é, do ator mudo, transformando o diálogo do ator num monólogo, enquanto o outro tinha a possibilidade de trocar de roupa e de máscara. Em “A Orestíade”, é a maior obra legada pela antiguidade. Uma trilogia completa com exposição, desenvolvimento e catástrofe no final.

     Ésquilo é o verdadeiro criador da tragédia, à qual deu dimensões literárias e sociais. O estilo dele é vigoroso e as suas tragédias elevam o ânimo a um mundo superior. Religioso que era, em sua obra, os deuses tinham total participação e geralmente definiam e resolviam o final dos espetáculos.

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