Ésquilo nasceu em Elêusis, em 525 a.C.,
era filho de Eufórion, pertencente a uma família de nobres. Foi herói em
Maratona, Salamina e Platéia, tendo competido pela primeira vez, em 490 a.C.,
contra Pratinas e Quérilus, saindo derrotado. Vivia na Sicília, só aparecendo
para os concursos, como também representava como ator. Foi preso por ser
acusado de revelar os mistérios eulesianos. Faleceu em Gala, na Sicília em 456
a.C. Seu epitáfio diz: “Aqui repousa Ésquilo, filho de Eufórion, ateniense. Se
quiserdes saber se foi valente perguntai ao bosque sagrado de Maratona e ao
Medo de longa Cabeleira”, e nenhuma referência aos seus títulos de poeta.
Ésquilo escreveu sessenta tragédias e cinco
dramas satíricos, tendo sido vencedor dos concursos de tragédias por treze
vezes. De sua obra, algumas peças chegaram aos nossos dias, como: “As
Suplicantes”; “Os Sete Contra Tebas”; “Os Persas”; “Prometeu Acorrentado”, e
sua única trilogia existente, “Agamenon, As Coéforas e as Eumênides”.
Ésquilo criou o segundo ator, deu papel
preponderante ao diálogo, diminuiu a importância do coro, e de cinquenta, o
reduziu para quinze coristas. A única exceção
a esta última regra pode ser verificada em “As Suplicantes”, tragédia
composta praticamente só de coros.
Faz jus lembrar que com o segundo ator,
nasce aquilo que é a base de toda arte dramática: a ação, pois já não se limita
a se referir a algo, mas a verdadeiramente atuar. Além de ter dado importância
à palavra, também produziu outras inovações para efeitos cênicos como:
cenários, altares, tumbas, rochas e pórticos de palácios. Refez também as
máscaras, estereotipando os sentimentos. Sobrelevou os coturnos, variou as
cores dos trajes, deu destaque à coreografia e estabeleceu a regra de não haver
morto em cena.
Eis algumas das características das
tragédias de Ésquilo: “As Suplicantes”; acredita-se que essa tragédia é a
segunda peça de uma trilogia, sendo que as outras foram praticamente
extraviadas. Suas marcas são a predominância lírica e a ausência de mortes. Em
“Os Persas”, o que se destaca, sobretudo, nessa tragédia é a sublimidade do
diálogo ao lado do aparecimento do silêncio, isto é, do ator mudo, transformando
o diálogo do ator num monólogo, enquanto o outro tinha a possibilidade de
trocar de roupa e de máscara. Em “A Orestíade”, é a maior obra legada pela
antiguidade. Uma trilogia completa com exposição, desenvolvimento e catástrofe
no final.
Ésquilo é o verdadeiro criador da tragédia, à
qual deu dimensões literárias e sociais. O estilo dele é vigoroso e as suas
tragédias elevam o ânimo a um mundo superior. Religioso que era, em sua obra,
os deuses tinham total participação e geralmente definiam e resolviam o final
dos espetáculos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário