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segunda-feira, 10 de outubro de 2022

EURÍPEDES

 


     Iniciamos com Ésquilo e Sófocles, e agora, para concluir essa trilogia sobre os mais respeitados trágicos gregos do século V a.C., concluiremos com breve enfoque sobre Eurípedes, cronologicamente, o terceiro e último trágico. As tragédias de Eurípedes significam, precisa e essencialmente a humanização dos temas, diminuindo a força dos deuses num profundo desprezo por eles. Foi consideravelmente o primeiro poeta trágico a preocupar-se de maneira mais precisa, com a força da alma.

     Eurípedes nasceu em 480 a.C., em Salamina e morreu em 406 a.C. Foi sucessivamente, atleta profissional, pintor, orador e filósofo. Começando a escrever aos dezoito anos, conquistou prêmios com suas tragédias, já aos quarenta anos de idade. Escreveu aproximadamente sessenta peças, tendo sido vitorioso cinco vezes em vida, e uma, após sua morte. Era mal visto pelos gregos em função de ser ateu. Conta-se que foi o primeiro cidadão grego a possuir uma biblioteca particular. Era filho de um taverneiro com uma verdureira. Foi discípulo de Anaxágoras e condiscípulo de Sócrates.

      Podemos classifica-lo como poeta da decadência, ou seja, do declínio da tragédia, o que não significa que suas obras sejam inferiores aos dois outros trágicos que o precederam. Causou muita celeuma entre os gregos que, por várias vezes obrigaram suas peças a sair de cena, tendo como motivo, principalmente em relação ao fato de os deuses terem sido substituídos por homens.

     Eurípedes reduziu o prólogo a um discurso no qual eram explicados os acontecimentos que antecedem a ação; o êxodo foi substituído pela aparição sobrenatural de um deus que precipitava o desenlace. Desenvolveu cuidadosamente a incerteza e a surpresa. Outra sua característica é a grandeza das suas mulheres, em contraste com o seu misoginismo na vida real. As mulheres, sobretudo, em seu teatro, são incomparáveis.

     Pela primeira vez o amor entrou no teatro e o sentimentalismo se apossou da cena. Por outro lado, Eurípedes explorou os vários estados da alma do ser humano. Não sendo mais o homem um ser uniforme.

     Algumas peças de Eurípedes que chegaram até nossos dias: “Hécuba”; “Hipólito”; “As Fenícias”; “Orestes”; “Alceste”; “Medéia”; “As Troianas”; “Hércules Furioso”; “Electra”; “Ifigênia em Áulide”; “Ifigênia em Táuride”; “Helena”; “Io”; “Andrômeda”; “As Suplicantes”; “As Bacantes”; “Os Heráclidas”; “Reso”, e o drama satírico “O Ciclope”.

     Com o advento do Império Romano, a obra de Eurípedes exerceu grande influência no teatro ocidental. O dramaturgo deixou tipos que são conhecidos ainda hoje, como: as aias, os fantasmas, as mulheres abnegadas e os vilões.   

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