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segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

NASCE A TRAGÉDIA

 


      No primitivo ritual dionisíaco, o ditirambo era totalmente improvisado, foi Arion, no século VII a.c., quem o transformou em texto pré-elaborado, cujo roteiro passou a regular tanto as evoluções do coro satírico, como também as intervenções do narrador, que Téspis havia anteriormente transformado em ator. Após Téspis, Frínico divide o coro em duas metades e dar lugar especial aos papéis femininos. Depois disso, Prátinas retira os sátiros da tragédia, criando o drama satírico.

     Até então, a música e a dança predominavam, e com sua devastadora influência, o coro dominava todo o espetáculo trágico. Traçado este caminho, aparece Ésquilo, para desbravar o real sentido da tragédia.  Ele entendeu que o futuro desse gênero teatral, dependia do desenvolvimento do drama, e, para a melhoria dessa situação, criou o segundo ator. Salientando que, antes com forma caracteristicamente lírica, a partir de Ésquilo, o ditirambo se revelará particularmente com um caráter muito mais dramático.

     Mas, é com a criação do terceiro ator, por Sófocles, que se amplia as possibilidades da ação e os efeitos da emoção. No entanto, é em função do coro e desses três personagens, (o protagonista, que é o personagem principal de uma ação; o antagonista, que no drama grego, é o segundo personagem em oposição ao protagonista; e o tritagonista, personagem que desempenhava os terceiros papéis na tragédia grega, o qual era, vamos dizer assim, um personagem de terceira ordem), que, a partir dessa osmose, dessa aglutinação, desse hibridismo e dessa harmonia, a tragédia se estruturou literária e cenicamente. E desse resultado, evoluíram as excelentes obras teatrais da Grécia Clássica.

     Téspis foi o primeiro ator, após ele, surge a primeira geração dos tragediógrafos gregos, que são: Quérilo, Prátinas e Frínico. No século V a.C. despontam: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes, os quais, fazem parte da segunda geração de trágicos. São eles quem determinam a concepção em bases definitivas, da estética do drama. Mas, a epopeia foi determinante para que a tragédia se tornasse gênero literário, salientando-se apenas duas diferenças: se por um lado, a epopeia narra, por outro, a tragédia mostra. 

     Os três grandes trágicos gregos foram: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. Théspis foi o criador do teatro ambulante, o qual conhecemos hoje como teatro mambembe, mas infelizmente todos os seus textos se perderam. Também foi ele quem inventou as máscaras. Representava seus papéis trágicos, inicialmente pintando o rosto com matéria prima da época, depois cobrindo o rosto com folhas de árvores, em seguida introduziu o uso de verdadeiras máscaras. O período áureo da tragédia, dá-se no século V a.C., quando um novo modelo de homem estava surgindo na Grécia antiga, quando o homem guerreiro estava dando lugar ao homem que buscava garantir sua participação política, no novo sistema de governo, a democracia.

 

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